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Kamila

Kamila: Ela não vai querer falar comigo Bruno, com certeza vai entender que é por conta de você! — falei negando arrumando a mesa do almoço, vendo Breno escutar a nossa discursão mais de horas sem abrir a boca.

Bruno queria que eu chamasse ela pra conversar e queria tentar falar com a mesma sobre o Bernardo, mas não era tão fácil assim...

Bruno: Claro que não cara, por favor! Tô te pedindo! — me virei encarando ele. — E eu sei que você quer conversar com ela, a gente só uni o útil, ao agradável! — falou pegando a coca na geladeira, vendo Breno olhar de relance pra gente.

Kamila: A questão é que eu tenho medo dela não me receber como eu pretendo. — falei botando a travessa de maionese na mesa, vendo Bruno bufar impaciente.

Bruno: Você sabe que eu não tenho como chegar nela, a não ser por você Kamila! — falou impaciente, se encostando com as costas na cadeira.

Kamila: Cara, como vou conseguir o número dela? — falei olhando pros dois, me servindo em seguida.

Breno: Sabrina! — falou depois de muito tempo só escutando nós dois, onde me olhou sem jeito quando falou o nome da minha amiga.

Kamila: Não sei não. Tenho certeza que ela não vai me passar, ela é leal a Letícia... — falei botando um garfo na boca, vendo Bruno passar a mão no rosto nervoso. 

Bruno: Difícil pra você fazer isso por mim? — falou alterado, fazendo eu chutar sua canela por baixo da mesa. — Isso dói caralho! — gemeu de dor, passando a mão onde eu chutei. — Cresce Kamila, porra mano! — falou puto.

Kamila: Olha como você fala comigo! — apontei com a faca pra ele. — Mas eu vou tentar, pois eu preciso desse momento com ela também, não aguento mais! — falei sentindo um medo terrível, dela não querer nenhum contato comigo.

Letícia tem todo o direito de não me querer por perto, mas pelo menos ela teria que me escutar, escutar a minha versão que eu não consegui me explicar naquela época.

Por fim, almoçamos ainda falando sobre o assunto, que deixava o Bruno bem atormentado, onde ele queria conhecer o Bernardo como todos nós.

Eu pensava comigo mesma em como o menino era, se era um amor, um fofo, um lindo, sabe? Rezando que pelo menos puxasse um pouco do gênero da Letícia, porque se puxar o insuportável do Bruno, vou mandar benzer!

•••

Depois de eu contar tudo pra Bina, ela soltou o número da Letícia, fazendo eu jurar que não foi ela, se caso a mesma perguntasse.

Eu me senti tão bem quando eu desabafei um pouco com ela, sabendo que a mesma estava ali na sinceridade me escutando com todo carinho, além de me incentivar a botar esse sentimento que eu carregava na mesa pra Letícia.

Eu olhava pra tela do meu celular com aquele número gravado, destacando seu nome no mesmo, sentindo uma pontada no peito de ser rejeitada naquele momento. Não consegui ligar na primeira vez, fazendo eu falhar miseravelmente com meu coração disparado.

Foi onde senti alguém atrás de mim parado na porta da sacada, me dando força pra eu fazer aquilo.

Bruno: Cê consegue! — se abaixou se sentando comigo, fazendo eu olhar de relance pra ele. — Por mim eu mesmo ligava, mas eu sei que quando soar minha voz do outro lado, ela vai desligar na minha cara! — falou pegando meu celular gravando o número no celular dele, me devolvendo em seguida.

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