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Bruno
Dias depois...
Sábado, 10 dezembro.

Hoje era o dia da minha formatura do terceirão, hoje era pra ser um dia que eu iria comemorar com a minha morena. Eu planejei esse dia com ela tantas vezes, que hoje eu tô aqui sentado nessa cadeira pra toda essa multidão, parecendo um inútil.

Olhar pros meus pais ali sorrindo feitos duas pessoas felizes pela minha conquista, me deixava mais enojado pela capacidade que eles tem de serem irônicos.

Breno estava sentado ao lado deles me olhando fixamente, só ele sabe a dificuldade de vir até aqui pra receber esse diploma. Pra mim nada importava, tudo na minha vida parecia mentira.

A diretora chamou meu nome fazendo eu me levantar, caminhei até ao meio onde tinha vários fotógrafos e uma mesa enorme com todos os professores. Ela me entregou o diploma e me abraçou, pousando pra foto em seguida.

Voltei pra minha cadeira me sentando, até que todos fossem chamados para receber o tal. Em seguida, direcionaram a gente pra bater as fotos com as famílias. Eu nem ia, mas eu sabia que eles fariam um falatório na minha cabeça, então só fui sem vontade nenhuma.

Kamila estava fazendo uma falta do caramba, nós nos falávamos só por chamada de vídeo, mesmo sabendo que ela tá ficando bem por lá, hoje eu só queria ela aqui comigo, tentando me dar forças nesse momento.

Depois das fotos fomos para o salão onde eles iriam servir o jantar. Eu não convidei quase ninguém, até porque eu nem queria estar aqui.

Breno: Parabéns irmão! Não sei nem o que te falar, mas quero todo sucesso do mundo pra você! — me abraçou de lado, batendo nas minhas costas.

Bruno: Valeu! Obrigada por tudo cara. — Breno é meu amigo, o irmão que sempre me ajudou em várias paradas, uma delas é chegar até onde eu cheguei.

Se sentamos na mesa direcionada pela recepcionista e fiquei conversando com o Breno de qualquer coisa aleatória, só para não ter que trocar alguma palavra com os dois.

Eu tinha nojo de conviver com meus próprios pais, vendo o quanto a reputação pra eles, valia mais que os sentimentos dos filhos. Sempre foi assim, os negócios da família sempre em primeiro lugar. A gente era só um enfeite em cada festa proporcionada, estávamos lá só pra se pagar de família feliz.

De longe avistei o Vitinho com a família dele, que acabou levantando a mão nos cumprimentando, fazendo a gente retribuir em seguida. Olhei ao redor e nada fazia sentindo nesse lugar, onde eu ainda tava perdido nela, eu ainda tentava procurar algum rastro seu, mas era em vão.

Olhar pra aquelas cadeiras vazias em minha mesa e ver que as pessoas que eu queria não estavam aqui, só me deixou mais pra baixo ainda. Eu idealizei tanto esse dia com elas, programando cada detalhe, onde hoje não faz sentindo nenhum vivenciar tudo isso. Eu tinha tudo pô, e hoje? Eu não tenho nada...

•••

Eu nem queria ficar pro baile, mas o Breno fez questão de me arrastar com o Vitinho. Por mim tava em casa jogado naquela cama, sem querer ver absolutamente ninguém.

Se acomodamos em uma parte do canto sem muita multidão, porque eu tava afim de ficar no meu canto, mas no reservado.

Eles começaram a descer vários combos de bebidas, fazendo Breno me entregar um copo na minha direção, onde eu neguei rapidamente, mas ele só empurrou na minha mão sem menos eu contestar.

A última vez que eu bebi pra caralho foi quando ela terminou comigo, fazendo eu passar quase a noite no bar. Eu tava ligado que se a bebida me pegasse eu tava fodido, então tentei me controlar.

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