Nosso Recomeço

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Bruno

Me sentei no banco de cimento do lado de fora do hospital, sentindo o vento gostoso bagunçar os meus cabelos. Passei o meu olhar pelas pessoas que esperavam junto comigo, vendo várias famílias esperando pelos seus familiares.

Apoie meus cotovelos nos joelhos com a mão sobre a boca, onde minha mente acabou viajando na conversa de minutos atrás, que nunca eu esperaria um papo sincero com o Leandro, jamais passaria na minha mente que ele me pediria perdão.

Aquilo mexeu tanto comigo, que eu desabei a chorar diante dele, não entendo a minha reação e o meu sentimento naquela hora, mas parecia um alívio sobre as minhas costas entende?

Não nego que desde o primeiro dia que eu a conheci, eu já não consegui ter aproximação tão facilmente, até porque eu não gostei nenhum pouco da intimidade dele com a Letícia.

Mas esse era o problema, fui criado de uma maneira totalmente diferente, onde a única troca de carinho era as dos meus irmãos, então pra mim foi um absurdo minha namorada ter um amigo homem tá ligado? 

Minha mente era fechada demais pra isso, até porque eu nunca tive amiga mulher, então pra mim era estranho, era um absurdo isso acontecer com a minha namorada.

Senti uma presença por trás de mim, fazendo eu me virar devagar dando de cara com o Lele parado com as mãos nos bolso, me olhando de relance com um pouco de vergonha.

Lele: Me desculpa mermo Bruno, pois só quero agradecer mais uma vez por tudo que cê já fez por mim e pela minha família! — falou sincero, analisando ele se aproximar se sentando do meu lado. — Nem meus parceiros da caminhada que sabem da irmandade que nós leva, faria o que você fez por mim pô! — jogou as costas pra trás olhando pra uma certa direção sem contato visual comigo, com certeza pra ele era difícil expor os seus sentimentos, ainda mais pra mim que era alguém que ele não gostava.

Bruno: Eu vendo você naquela situação, me botei no seu lugar, senti na pele o que você estava passando. — falei olhando de relance pra ele que me olhou rápido, fazendo eu direcionar meu olhar pra calçada sobre o chão com as lembranças daquele dia. — Ali eu tinha que tomar uma atitude pensando em várias pessoas, principalmente na minha mulher que te tem como um irmão! Pois eu sabia que você era importante pra ela, onde eu não podia passar por cima desse sentimento dela por você. — respirei fundo fechando os meus olhos, lembrando exatamente da escolha que eu fiz, não me arrependendo de jeito nenhum, mas ainda me afetava na mente sobre esse assunto.

Fiquei regularizando minha respiração olhando para um lugar fixo, enquanto ficou um silêncio entre a gente, deixando só o barulho das pessoas conversando ao redor do hospital.

Bruno: Como eu ia olhar pra minha mulher todos os dias e lembrar que eu não fiz nada pra salvar o cara que cuidou dela como ninguém? — falei super sincero, pois Letícia considerava ele mais que isso, e eu tinha que ser sincero que ele fez de tudo sim por ela, ainda mais quando eu não estava do seu lado quando mais precisou. — Não nego que me doeu profundamente perder todas as minhas conquistas durante tanto tempo, mas eu não perderia novamente a minha Letícia! Isso eu jamais deixaria acontecer novamente na minha vida, porque ela é meu tudo cara! — falei pensando em tudo que levou a nossa vida, o nosso amor, tudo que passamos até aqui. E sem sobras de dúvidas, meu amor por ela é algo que me toma, que me tem, que eu faço questão que qualquer pessoa saiba que eu dou a minha vida pela dela.