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Letícia
Sexta-feira
Dias depois...

Letícia: Não fica assim mãezinha! — abracei ela de lado, onde a mesma estava parada no batente da porta com lágrimas nos olhos.

Maria Paula: Meu Deus, jamais que eu iria imaginar que um dia vocês iriam embora dessa casa! — negou de braços cruzados, vendo seu rosto abatido. — O que vai ser de mim sem o meu Bernardo, hein? — falou com voz falhar por conta do choro, sabendo que esse momento estava sendo bem difícil para nós duas.

Letícia: Para mãe! — beijei a cabeça dela. — A gente sempre vai estar por aqui, e você sempre vai descer pra minha casa! — falei com o coração apertado, pois eu também não queria deixar ela aqui praticamente sozinha.

Maria Paula: Não é a mesma coisa né Letícia? — falou impaciente, onde ela estava abraçada de lado comigo.

Letícia: Pra mim também não está sendo fácil, pois eu queria que você fosse comigo. — me soltei dela, me encostando na parede próxima. — Por que você não vem mãe? Sabendo que vai ser melhor pra você, pois o Léo já não para mais em casa? — falei olhando em seus olhos, suplicando que ela viesse comigo.

Maria Paula: Não filha! Vocês estão na melhor fase, construindo a vida de vocês e eu não quero ser um encosto, além de eu nunca deixar minhas coisas aqui na favela! — falou amorosa, sabendo do carinho que ela tem por essa casa, que ela tanto consquistou trabalhando sol a sol.

Letícia: Encosto da onde? Hein dona Maria Paula? Para com isso! — falei se aproximando dela novamente, pegando nas suas duas mãos e beijando as mesmas com carinho. — Só quero que você saiba, que eu sempre vou estar aqui para o que a senhora precisar mãe! — olhei nos olhos dela, que estavam perdidos por conta do choro. — Eu te amo demais, e te agradeço por tudo que você já fez por mim e pelo meu filho! — falei sentindo meus olhos pesarem. — Eu não sei o que dizer pra você, porque as palavras seriam pouco pra tudo que eu sinto e tenho de gratidão pela senhora, pois não me largou por nada nesse mundo! — quando eu vi meus olhos não sustentaram as lágrimas, sentindo elas escorrerem pelo o meu rosto.

Maria Paula: Nunca, mas nunca que eu te deixaria sozinha perdida no mundo minha filha! — passou sua mão carinhosamente em meu rosto. — Você só me trouxe um amor que eu nunca imaginaria sentir, me trouxe tudo de melhor pra dentro dessa casa. — falou sincera e muito emocionada. — Você Letícia! — apertou as minhas mãos, demonstrando emoção. — Me trouxe a minha vida de volta, sabendo que quando eu chegaria em casa depois de um dia cansativo, ele estaria me esperando só pra me dar um abraço! — falou sorrindo. — Bernardo é meu tudo, eu faria o possível e o impossível por ele! — eu não consegui aguentar, onde eu chorava sem parar em escutar tudo isso dela, pois eu sabia o quanto minha mãe amava o meu filho de todo coração.

Letícia: E ele também te ama muito! — falei sorrindo, deixando ela chorar no meu ombro. — Nunca se esqueça que a gente te ama demais, onde eu sempre serei grata por tudo que me ensinou e se dedicou a mim e aos meus irmãos. — ela estava bem abalada, fazendo eu arrumar o cabelo dela pra atrás da orelha. — A gente tem o maior orgulho da senhora, das vezes que saiu cedo pra trabalhar e voltou tarde da noite só pra dar o bom e do melhor pra nós. — sorri de lado, vendo ela toda emotiva. — E hoje, eu tenho mais orgulho ainda de falar da vó maravilhosa que você é pro Bernardo, onde ele te tem como uma segunda mãe! — abracei ela com tudo, deixando lágrimas sobre os meus olhos, escutando seu choro abafado que molhava minha blusa por completo.

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