Bruno
2 meses depois...A gente estava parado na mesma sinaleira de meses atrás, vendo os mesmos meninos com vários pertences na mão. A mesma rodinha tinha se formado fazendo eles disfarçarem, tentando não dar bandeira pra geral que andavam pelo calçadão.
Daniel: Bora encostar ali! — falou apontando, fazendo eu estacionar e alguns deles correrem desesperados, menos um que parecia todo perdido, não sabendo o que fazer naquela situação.
O moleque tava de short e sem camisa, mas a mesma estava pendurava na mochila que tinha nas costas, acompanhando um chinelo nos pés.
Desci do carro fazendo ele dar passos pra trás, me olhando com medo, como se aquilo que ele estava fazendo não era o que ele costumava fazer todos os dias.
Bruno: Abre a mochila! — falei fazendo ele começar a falar desesperado várias coisas que eu não entendia, pois ele estava eufórico tentando se explicar.
X.x: Pelo amor de Deus tio, tenho nada não! — falou apavorado, fazendo suas mãos tremerem para abrir a mesma.
Daniel pegou a mochila da mão do garoto abrindo a mesma, relatando vários tipos de drogas ali. Olhei pro menino que passava a mão na cabeça nervoso, deixando lágrimas escorrer pelos olhos.
Daniel: Tem nada? — olhou sério pra ele, que engoliu em seco. Sua respiração ficou mais forte, sabendo que tinha dado ruim pro seu lado.
Bruno: Bora pra delegacia, lá a gente liga pra alguém responsável por você! — falei de cara fechada, vendo ele bem nervoso, com medo do que ia acontecer.
Daniel botou ele no camburão, fazendo a gente seguir pra delegacia. As vezes olhava pra ele de relance pelo espelho do centro, tentando lembrar do seu rosto, que pra mim era muito conhecido.
Ele virava a cara, com o rosto inchado de chorar. Isso que dá de ir na pilha errada desses amiguinhos ou desses caras, que querem só dinheiro em cima desses menores.
Daniel estacionou na delegacia fazendo a gente descer em seguida. Fui direcionando o menor até a sala do delegado que já esperava a gente, onde já tínhamos passado um rádio relatando o acontecido rápido pelo caminho.
Borges estava sentado na sua cadeira só esperando o momento da gente entrar na sala, que quando abrimos a porta ficou olhando pro garoto, mandando ele se sentar na cadeira em sua frente.
Me encostei no balcão olhando tudo atento, cada palavra que o Borges falava pra ele, fazendo o garoto responder com um medo do caramba, principalmente do que podia acontecer daqui pra frente.
X.x: Trabalho de jovem aprendiz, foi um erro eu tá lá. Eu tô ligado no meu erro, só não liga pra minha mãe, deixa eu falar com a minha irmã! — se referiu sobre a ligação, que ele tinha direito pra um responsável responder por ele.
Saí da sala quando Daniel fez sinal com a cabeça pra mim seguir o mesmo, enquanto os dois ainda ficaram conversando.
Parei do lado do bebedouro vendo o menor saindo minutos depois, se sentando em umas das cadeiras que tinha na sala de recepção.
Daniel: Botei fé, que o menino não é do corre como os outros trombadinhas. — falou fazendo eu concordar, vendo ele pegar um copo de água depois de mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nosso Recomeço
Fanfiction📍Rio de Janeiro. "O amor verdadeiro sempre merece um novo recomeço. Cometer erros é da natureza humana, visto que não somos perfeitos. Conceder o perdão uma única vez é acreditar na evolução do indivíduo. Temos o dever de acreditar, que o amor e a...