Bruno
Bruno: Minha vida sempre foi uma mentira, desde que eu perdi a Letícia! — olhei pra um ponto fixo, encostado com as costas na minha cadeira. — Ele morreu pra mim quando abandonou a minha mãe naquele hospital, não se importando pelo menos um segundo se quer com a mulher que fez tudo por ele! — eu sentia as lágrimas queimarem meu rosto com tantos sentimentos misturados, na real eu estava destruído psicologicamente.
Giovana: Eu não sei nem o que te falar pra te consolar Bruno, mas você quero saiba que eu estou aqui pra te ouvir! — pousou uma mão sobre o meu ombro, fazendo eu levantar o meu olhar pra ela, pois além de ser amiga da minha mulher, se tornou uma grande amiga pra mim também.
Bruno: Ele brincou com vários sentimentos Giovana, fez um inferno na vida de tantas pessoas, sabendo que ele não se importava ninguém! — ela me escutava atenta, deixando eu desabafar do jeito que eu pretendesse. — Sempre foi assim, ele usava as pessoas como fantoches, preparava um roteiro na vida das mesmas, atuando como achava viável. Se não estava bom pra ele, o resto que se dane! — olhei em seus olhos, dando um sentimento de dor e raiva do cara que era pra eu ter carinho e respeito. Mas como? Se ele mesmo consegue destruir tudo isso das pessoas! — Eu só não consigo engolir o fato dele esconder isso tudo por tantos anos, deixando tudo a chegar nesse ponto entende? — ela concordou. — Ele assistiu tudo naquela época do que o Leandro fez comigo, e não fez nada! — ri pelo nariz, mas a sensação do choro na garganta me tomava. — Aconteceram coisas entre a gente, atritos, e ele nunca se impôs. Não são dois três anos não, são mais de 30 anos cara! — neguei sem conseguir acreditar, porque foi pior que um banho de água fria, pegando todos de uma maneira inesperada.
Giovana: Tenta beber essa água aqui Bruno. — me entregou o mesmo copo de minutos atrás, que estava sobre a minha mesa. — Eu juro pra você que eu tô com o queixo caído nos pés. — falou séria. — Eu não estou conseguindo acreditar que o mundo é tão pequeno assim, pra vocês dois serem irmãos! — concordei vendo ela dar a volta na mesa, se sentando na minha frente. — Ele conseguiu conviver com essa mentira super tranquilo, passando por cima de todos sem se importar com os sentimentos alheios. Parabéns pra ele, que homem de caráter! — bateu palmas rindo sem ânimo, bem desacreditada quanto eu. — O pior pra mim foi ele ter falado que amava a tia Cida, mas que não poderia perder a vida dele por conta de um bebê! — negou rindo pelo nariz, pousando sua mão na boca pensando longe. — Que amor é esse hein? Que você larga quem você mais ama e mete o pé pros quintos dos infernos. — se alterou indignada, onde ela falava tudo que eu pensava, porque não é possível cê amar alguém e largar ela porque "ela" vai atrapalhar sua vida — Ah, e ele se convenceu que o tio Félix tinha inveja dele. — ironizou levantando o dedo indicador por ar. — Me deu uma raiva do caralho quando ele falou que o tio Félix ficou com tudo, mas não tinha o sangue do Lele! — falou puta, me deixando no ódio de tudo que ele falou aqui nessa sala, querendo se fazer de vítima e achar um culpado pra tudo que ele fez.
Bruno: Eu tô sem chão, não tô sabendo lidar com essa bomba na minha vida... — olhei de relance pro porta retrato vendo minha família linda, voltando a atenção segundos depois na Giovana que olhava pra fora da janela, pensando sozinha com a mente longe.
Giovana: Eu queria entender de verdade o que se passa na cabeça de gente assim! — me olhou por uns instante. — Mano, ele deixou claro o babaca que ele é, e só não assumiu a mulher e o filho porque ELE NÃO PODIA PERDER O FUTURO DELE! ME POUPE NÉ CARALHO? — mandou dedo do meio pro além. — Cara ela precisava muito dele naquele momento, imagina? Uma adolescente de menor grávida e o pai da criança mete o pé pra fazer seu futuro. — riu sem ânimo, deixando meu coração palpitar em lembrar as mesmas coisas que eu passei, que na real ele me fez passar.
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Nosso Recomeço
Fanfic📍Rio de Janeiro. "O amor verdadeiro sempre merece um novo recomeço. Cometer erros é da natureza humana, visto que não somos perfeitos. Conceder o perdão uma única vez é acreditar na evolução do indivíduo. Temos o dever de acreditar, que o amor e a...