Letícia
Alguns dias depois...Larissa: Lêh. — chamou minha atenção, enquanto eu digitava o cadastro no computador do meu paciente, fazendo eu me virar pra ela. — Cê vai fazer o que no carnaval? — perguntou apoiando as costas na cadeira giratória, bebendo água da sua garrafa.
Letícia: Combinei com a minha amiga de ir em algum bloco em Copacabana, por que? — olhei de relance conferindo o nome do paciente e voltei meu olhar pra ela.
Larissa: Nada, eu queria ir pra lá também, mas meus pais querem visitar meus avós nesse feriado. — falou sem ânimo, fazendo eu concordar.
Letícia: E você não pode ficar por aqui? — digitei a data de nascimento do seu Jorge, terminando sua ficha cadastral para a coleta de sangue.
Larissa: Não dá, meus pais estão no meu pé querendo que eu vá junto, pois já faz muito tempo que não se vimos. — bufou chamando a próxima da fila.
Por fim, ficamos trocando mais algumas palavras, até eu terminar o meu cliente e chamar o próximo.
Larissa é uma menina super legal, pena que não consegue seguir sua vida por conta dos pais, que controlavam ela pra tudo. Sempre convidava a mesma pra sair comigo, fazendo ela negar pois eles nunca deixavam. Pelo o que eu sei eles eram bem evangélicos, onde eram bem certinhos em relação a Lari.
Por fim, o dia passou voando por conta do feriado, onde o pessoal gostava de deixar tudo adiantado, pra acabar não atrasando com os exames.
No final do expediente peguei as minhas coisas me despedindo das meninas e fui caminhando em direção ao ponto de ônibus, trocando mensagens com a Bina sobre nosso programa de amanhã.
A gente tinha combinado de descer pra pista pra curtir um bloco de rua, onde eu nunca tinha ido na minha vida. Único lugar que eu curtia esse tipo de evento era na favela, praticamente no baile.
Minha mãe acabou se oferecendo pra ficar com o Bê, dizendo que era pra mim se divertir que eles iriam ficar bem. Eu sabia que nas mãos dela ele estava seguro, além de saber que os dois ficam tão bem um pertinho um do outro. Aproveitando também pra maratonar os filmes que ele gostava, com direito a pipoca e tudo.
Avistei o ônibus aparecer fazendo eu subir e me acomodar em uns dos bancos, que por incrível que pareça, estava desocupado. Esse horário era terrível por conta de quase todo mundo voltar pra casa, onde sempre tava socado até o talo.
Aos poucos o ônibus foi se aproximando da comunidade, fazendo eu me organizar pra descer em seguida, sabendo que eu ainda tinha muita pernada pela frente.
Minutos depois fui subindo o morro no maior cansaço, lembrando que eu tinha que passar na lojinha pra comprar a fantasia que o Bê tinha me pedido. Torcendo pra conseguir achar de última hora, pois foi tudo muito corrido e acabei esquecendo de ir atrás.
•••
Bernardo: Eu queria de dinossauro! — fez cara de choro super bravo, fazendo eu olhar pra cima respirando o ar que eu não tinha.
Eu acabei comprando a fantasia de carnaval pra ele, onde sábado tinha uma festinha na creche para as famílias. Só que não tinha de dinossauro e a criatura não gostou da minha outra opção!
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Nosso Recomeço
Fanfic📍Rio de Janeiro. "O amor verdadeiro sempre merece um novo recomeço. Cometer erros é da natureza humana, visto que não somos perfeitos. Conceder o perdão uma única vez é acreditar na evolução do indivíduo. Temos o dever de acreditar, que o amor e a...