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Letícia
10 de janeiro.

Entrei no meu quarto morta de cansada, depois de ter ido no mercadinho para dona Nádia que pediu para comprar o que faltava. Aproveitei e comprei umas besteiras pra mim também, que quando vi, bateu um desejo absurdo.

Letícia: Que susto caralho! — botei a mão no peito, quando vi Leandro sentado na minha cama, notando ele com uma cara nada boa. — Nem avisou que... — parei de falar no mesmo momento que meu olhar parou sobre as suas mãos, onde ele segurava o meu teste de gravidez.

Meu corpo entrou em pânico ao ver ele com aquilo que eu mais temia, fazendo meu coração acelerar e minhas pernas perderem os sentidos.

Eu não podia acreditar que ele descobriu o que eu tanto escondia!

Lele: Tem nada pra falar não Letícia? — seu tom de voz era arrogante, mostrando sua cara fechada como sempre.

Letícia: O que você está mexendo nas minhas coisas? — corri até ele arrancando o teste da sua mão, jogando com tudo na gaveta do criado mudo.

Lele: TU TÁ GRÁVIDA PORRA? — gritou comigo me deixando muito nervosa. Tudo que eu menos queria era isso, ele saber primeiro que todo mundo, pois sabia da merda toda que podia acontecer.

Letícia: Não! Esse teste tá errado... — falei com a voz trêmula, fazendo ele rir sarcástico da minha cara.

Lele: E agora tu acha que eu sou burro? Acorda filha, já perdi as contas de quantas minas fizeram isso na minha frente! — falou puto, gesticulando com as mãos.

Letícia: Você não tem nada haver com isso! — falei alterada, indo mexer nas minhas roupas que estavam jogadas sobre a cama.

Lele: OLHA PRA MIM CARALHO! — agarrou meu braço, me virando de frente pra ele. — Não vai me dizer que... — o óbvio atingiu sua mente, me fazendo reprimir meus lábios tentando não chorar.

Ele me soltou bruscamente, chutando a cadeira que estava ali, me deixando com medo terrível dele fazer uma besteira. Ultimamente eu tinha medo até da sombra, um sensação estranha que me consumia.

Lele: Tu ia sustentar essa mentira até quando hein? Tá ligada na porra das consequências Letícia? — falou ignorante, se virando pra mim de novo, me encarando feio novamente.

Letícia: Não se mete, o filho é meu! Quem vai carregar sou eu Leandro! — ele riu sarcástico pela minha fala. — Mentira? Que mentira? Será que é só eu, que ando escondendo as coisas? — parei pousando em sua frente, deixando ele mais bravo ainda, só que dessa vez desviou o seu olhar do meu, sabendo na merda que ele fez.

Lele: Não foge do assunto, o bagulho é a cria aí! — falou passando a mão na cabeça nervoso.

Letícia: E você que mentiu pra mim hein? — falei com voz de choro. — Diz pra mim que é mentira, que você não encostou nenhum dedo nele Leandro? — falei fechando os olhos, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Lele: EU PROMETI E EU CUMPRI! — gritou nervoso. — Bandido não fala, ele faz! Eu te avisei que ele te fizesse algum mal ou ele aparecesse por lá, eu ia acabar com ele! Sorte dele que... — ia falar o que eu já sabia, que Leonardo chegou na hora e impediu o pior.

Letícia: Eu estou muito decepcionada com você! — falei chorando muito. — EU CONFIEI EM VOCÊ, EU IMPLOREI QUE NÃO FIZESSE NADA E VOCÊ FEZ! — gritei socando seu peito, fazendo ele segurar meus braços.

Lele: QUERIA O QUE HEIN? QUE EU DEITASSE NO CHÃO PRA ELE PASSAR POR CIMA PORRA? — seu rosto estava vermelho, ele estava fora do comum.

Eu sentia meu peito subir e descer descontroladamente, onde eu tentava regularizar minha respiração por todo o meu nervosismo que me atingia.

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