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Bruno

Já fazem dois meses que eu perdi a pessoa que eu mais amo, já fazem dias que eu perco os meus sentidos, só lembrando o quanto ela era essencial na minha vida.

Eu não tinha mais vontade de nada, além de beber. Encher minha cara era o que tentava amenizar a porra da saudade dela. Eu não sei mais nem mais o que fazer da minha vida, eu só queria me explicar pra ela que nada daquilo era verdade, que tudo que eu sempre senti e falei pra Letícia, era verdadeiro.

O som acústico que tocava no som do bar, só me deixava mais mal do que eu já estava. Só vinha ela na minha mente, cada gole de cerveja era pensando na mulher que eu amo. Tanto que meus irmãos me avisaram e eu não escutei, agora tô aqui sem chão, sem minha Letícia. Só queria ela aqui por um momento, fazendo o que sempre fez, me amando.

Já fazem meses e eu nunca vou superar ela sair da minha vida assim, porque ela é um pedaço de mim. Dói saber que eu não posso ter ela nos meus braços, sentir seu cheiro e tocar sua pele. Eu amo tanto essa garota, que meu peito chega faltar ar.

Ela sempre vai ser a mulher que eu mais amei na minha vida, que eu me apaixonei pela primeira vez que eu vi. De onde Letícia estiver, quero que Deus proteja ela de todo mal, que sempre lembre de mim como um cara que amou ela até o último momento.

Tantas palavras eu ainda não consegui expressar pra ela, tantas coisas eu queria ter feito por nós dois, que só me dá mais raiva de tão otario que eu fui, deixando tudo chegar nesse ponto.

A raiva, o rancor, tudo acaba com o cara, pensando que tudo isso podia ser diferente. Dos nossos sonhos, dos nossos planos que a gente tinha em mente. Eu só quero seguir em frente, sempre me lembrando dela, até impossível não lembrar, ela tá tatuada em mim.

Semanas atrás, em umas das noites que eu saí para beber, resolvi gravar o nome dela no meu braço. Eu não conseguia pensar em seguir minha vida sem deixar uma marca dela em mim, além da Letícia nunca sair do meu coração.

Por fim, avistei a Kamila caminhando na minha direção, só esperando ela começar com o sermão de sempre. Dei um gole na minha cerveja vendo ela se sentar de frente pra mim, com uma cara de poucos amigos.

Kamila: Mentira isso né? — negou desacreditada. — Porra Bruno! Todo dia vai ficar informado no bar? — falou nervosa e ao mesmo tempo com cara de choro. — Eu sinto falta dela pra caramba, mas eu tô tentando, no fundo mais estou! — secou uma lágrima que insistiu em cair.

Bruno: Minha vida não tem mais sentindo! — falei virando o rosto olhando pra um lugar fixo, fazendo meu peito arder de saudade dela.

Kamila: Ei! — pegou na minha mão, fazendo eu me virar novamente pra ela. — Eu estou aqui pra te ajudar, eu te amo tanto que ver você sofrer assim, me deixa muito mal! — quando vi lágrimas escorriam pelo seu rosto.

Bruno: Será que um dia eu vou rever ela de novo? — olhei fixo em seus olhos, deixando eles embaçados por conta das lágrimas.

Kamila: Só o tempo Bruno! Só o tempo pra concertar tudo... — falou tirando o copo da minha mão. — Então agora é hora de você começar uma faculdade para ocupar sua mente, começar procurar por um emprego! — eu não sabia se eu ia conseguir fazer tudo isso, eu tava no fundo do poço.

Bruno: Eu sou um fodido Kamila! — falei fazendo ela negar. — E os nossos sonhos? De casar, de ter filhos? — minha voz saiu embargada, deixando o choro tomar conta de mim.

Kamila: Faz isso não Bruno! — se levantou se sentando do meu lado, me abraçando em seguida. — Tenho tanto orgulho de você, de todo amor que você sempre deu a ela, de tudo que tentou, mas agora não tem como voltar atrás das escolhas. Um dia talvez, vocês consigam conversar colocando todo esse sentimento pra fora! — falou passando a mão nos meus cabelos.

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