Nosso Recomeço

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Bruno

Bruno: Cê ligou pra dona Lourdes avisando sobre a audiência dela? — conferi alguns dados sobre o papel, olhando de relance pra Giovana que concordou digitando na tecla do computador.

Giovana: Sim, ficou mega feliz, me agradeceu tanto coitada! — relatou jogando as costas na cadeira giratória, concordando com ela, pois essa cliente estava criando três filhos sozinha, onde o embuste do pai meteu o pé com outra mulher e não quer pagar a pensão.

Por isso que eu digo, tantos querendo filho, tantos caras criando filhos dos outros e esse infeliz negando contato com as crianças, muito menos querer pagar o que é de direito deles.

Escutei alguém batendo na porta, vendo minha secretária colocar a cara pedindo licença, fazendo eu chamar ela com a mão pra entrar.

Vitória: Seu Bruno, tem um cliente ali fora querendo falar com o senhor, diz que é muito importante! — apoiou as mãos sobre a cadeira em minha frente, fazendo eu franzi o senho, pois eu não tinha ninguém por agora.

Bruno: Eu tenho alguém marcado pra esse horário? — perguntei porque ela não tinha me avisado de nada, e eu sempre checo toda a minha agenda antes de chegar aqui, até pra poder preparar meu dia com antecedência.

Vitória: Não, ele disse que tinha falado com você sobre isso. — fiz uma cara de não estar sabendo de nada, fazendo Gi me olhar também não entendo.

Bruno: Mas enfim, pode mandar entrar! — ela concordou saindo pela porta, enquanto eu digitava pra Letícia no WhatsApp aberto no meu notebook, declarando que eu ia almoçar com ela e com as crianças, lendo algumas mensagens dela falando do aniversário do Lele hoje à noite.

Levantei meu olhar quando senti alguém parado na porta, dando uma sensação do caralho no meu coração, não esperando essa pessoa nunca mais na minha frente, muito menos na minha vida.

Bruno: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? — gritei nervoso me levantando rápido, onde Giovana veio pro meu lado tentando me acalmar, mas como com aquele cara parado diante de mim?

Giovana: Bruno se acalma pelo amor de Deus! — falou nervosa vendo Vitória se aproximar desesperada, mas eu não conseguia prestar atenção em ninguém, somente nele que estava irreconhecível.

Bruno: SOME DAQUI! — senti meus olhos pesarem, lembrando que ele foi capaz de deixar minha mãe morrendo sozinha numa cama de hospital, metendo o pé pra qualquer lugar do mundo, nem indo no seu velório por respeito pela mulher que viveu a vida toda do seu lado.

Rodrigo: A gente precisa conversar. — falou baixo se aproximando da minha mesa, sentindo ainda Giovana me segurar pelo braço nervosa.

Bruno: Conversar? — ri sarcástico saindo das mãos dela, andando pro outro lado não acreditando que ele teve a capacidade de botar os pés aqui, pra falar isso na minha cara.

Rodrigo: Cê precisa escutar tudo que eu tenho pra falar, pela última vez na sua vida Bruno! — falou com os olhos marejados, não dando sentimento nenhum dentro de mim, era uma dor incalculável no peito de ver esse homem novamente, que só destruiu toda a minha vida.

Giovana: Eu vou deixar vocês sozinhos, qualquer coisa eu tô aqui do lado! — se aproximou carinhosa, não conseguindo desviar meu olhar do dele, que quanto mais me encarava mais ódio eu sentia desse homem.