Capítulo 12

27 10 0
                                    


A semana seguinte ao baile foi um completo caos, não só no castelo mas para mim. Eu nunca tive tantas crises de pânico em intervalos tão pequenos de tempo.

Os tremores não pararam durante os dias que se passaram, todos eles no período da noite quando eu já estava em casa, me poupando de causar mais constrangimentos as pessoas as minhas volta. Eu cheguei tão cansada no trabalho por dormir menos que o normal que quando o governador Eric teve que ir a cidade e me pediu para tirar o dia de folga eu passei o mesmo inteiro dormindo, o que serviu de descanso para que eu não desistisse de ir com o meninos ao festival.

Uma coisa que também fiz durante a semana inteira foi ignorar e literalmente fugir do príncipe Zander. Ele até tentou falar comigo algumas vezes, mas por ser em lugares considerados públicos eu consegui me desvencilhar do mesmo.

Agora estou aqui terminando de me arrumar depois de um dia longo de trabalho para ir a cidade com Hector e Dylan, aproveitar um pouco do festival de solstício de inverno.

Como não tenho muitas roupas escolhi um vestido que ganhei quando completei 18 anos, marrom com bolinhas bem pequenas de cor branca, sua mangas são consideravelmente bufantes  e saia leve rodada que vai até um pouco a baixo do meu joelho. Deixo o meu cabelo solto,  penteado bem a minha franja, a cor dele parece cada vez mais desbotada, uma vez cheguei a jurar que ele era preto mas hoje está mais para um castanho escuro, além de ser um tanto seco.

Assim que termino espero os meninos chegarem o que não demora muito. Pegamos um coletivo, uma espécie de automóvel que os evrerianos adaptaram vindo dos que os humanos criaram a muito tempo atrás.

Hector e Dylan por serem guardas reais possuem passes livres nos coletivos, mas eu não, o que me gerou um certo constrangimento quando vi que tinha esquecido o pouco do dinheiro que guardei para a ocasião, minha sorte foi ter o dois ao meu lado que pagaram sem fazerem careta como imaginei que fariam.

Eles se sentam um lado do outro assim que passamos para a parte dos assentos, Hector faz menção de ir se levantar para que eu me sente ao lado de Dylan, mas recuso a oferta me sentando na cadeira do lado oposto de onde ele sentou.

Olhando para os dois conversando me pego pensando em como deve ser estar apaixonada e ter alguém apaixonado por mim. Hector e Dylan foram juntados pelo destino, ambos moravam nos extremos leste e oeste, mas com os testes fizeram se tornaram guardas reias e se encontraram aqui. Eles também moram juntos, mas não sozinhos, no alojamento de guardas dentro do terreno do  castelo, ambos se tornaram colegas de quartos a alguns meses atrás o que ajudou a estreitar a relação deles.

O coletivo dá um solavanco em determinado ponto da estrada, o que me faz praticamente cair pro lado seguro a barra antes de ir parar no chão aos pés do estranho ao meu lado.

— Desculpa. — Pesso ao homem  assim que me recomponho, pois mesmo que tenha sido sem querer esbarrei no mesmo.

Ele não diz nada apenas volta a se acomodar melhor no banco que oculpa. Ele está com uma capa grossa e esfarrapada, cobrindo praticamente o meu corpo inteiro inclusive o rosto. Tento não dá atenção ao homem ao meu lado depois que o percebi, mas os meus olhos teimam em ir até ele a cada segundo, parando apenas quando chegamos ao centro da cidade onde está acontecendo o festival.

Desço juntos ao meninos e o homem encapuzado vem logo atrás, ele está me assustando com essa forma misteriosa. Só não digo que o mesmo está me perseguindo, porque número um: Eu não sou tão paranoica. Número dois: Eu não sou tão atraente a esse ponto. Número três é o mais importante: Ele já estava no coletivo quando entramos.

Só pode ser uma coincidência.

O festival é repleto de quermesses com jogos e comidas, atrações musicais e outras artistas como pintores, escultores, peças tanto no meio da rua quanto no pequeno palco principal.

O Dispertar Da Nova Evren Onde histórias criam vida. Descubra agora