Capítulo 34

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Eu não sei quanto tempo eu fiquei dentro da cela, as poucas coisas que consigo me lembro agora é de sentir muita, mas muita dor, especialmente na cabeça

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Eu não sei quanto tempo eu fiquei dentro da cela, as poucas coisas que consigo me lembro agora é de sentir muita, mas muita dor, especialmente na cabeça. Imagens em si não me vem muito pois as lágrimas e o espremer de olhos por conta da única coisa que conseguia sentir, dor, me faz ter poucas lembranças visuais de quando estou presa.

Enzo é quem sempre me tira da cela, tão debilitada que a única coisa que consigo fazer é segura o tecido do seu blazer como se ele fosse me soltar a qualquer momento.

O colchão quase duro demais para alguém dormir, me soa tão confortável que a única coisa que faço quando o sinto é me aconchegar contra o mesmo.

Fui acordada pelo barulho da bandeja de comida sendo colocada na mesinha redonda de madeira.  Enzo me fita com certa cautela assim que percebe que eu o observo, é tão óbvio que o seu olhar carrega uma certa culpa.

— Trouxe algo para você comer, se quiser tomar banho a banheira está cheia. — O capacho ruivo de Eric me avisa.

Digamos que estou com uma certa aversão ao mesmo.

— Qua... quantos dias foram dessa vez? — Pergunto com o pouco resquícios de voz que tenho no momento.

Antes de responder Enzo enche um  copo com água de uma jarra e traz para mim, a qual bebo sem pestanejar ao menos uma vez.

— Dois dias. — Ele olha para os próprios pés parecendo envergonhado. — Foram dois dias.

— Só? Achei que já tivesse se passado um ano. — Digo debochadamente.

— Não exagere senhorita. — Enzo retruca revirando os olhos.

— Não estou exagerando, você já passou pelo menos alguns minutos dentro daquela cela? — O pergunto vendo ele me olha como se eu tivesse perguntado a coisa mais idiota da minha vida e talvez eu realmente tenha.

— Já, e como humano eu não senti absolutamente nada, aliás sou eu que sempre te tiro lá de dentro. — Assim como me põe também penso, mas não digo.

Enzo deve ter o mínimo de consciência das coisas que faz, eu espero mesmo que ele não ache tudo normal.

— Mas eu também sou humana, e... — Um riso soprado vindo dele me faz parar de falar.

Eu não me pergunto o porquê do mesmo ter rido de um assunto bastante sério, mas do porque eu sentir as pedras. Aliás, eu sou humana!

— Pergunte ao comandante Eric talvez ele tire a dúvida que acabou de se instalar na sua mente. — Enzo diz me fazendo fitá-lo.

Ele deve me achar uma tonta do porque eu nunca pareci me importar em pensar de como sinto as pedras supressoras se também sou teoricamente humana. Além disso, escutá-lo chamando Eric de comandante só me faz achar ainda mais que tem mais alguém por trás dos rebeldes da terra, e isso bem me perturbando muito.

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