— Você está bem? — Isabela perguntou se levantando. Ela está perguntando em qual sentindo? Sobre o jogo de hoje? Sobre a lesão? Sobre nossa última briga? Sobre ela estar aqui? Pensei bem em qual seria a resposta, mas para todas essas perguntas, tudo estava confuso para mim. Meus ombros pesaram e eu abaixei a cabeça quando as lágrimas voltaram a rolar. Um arrepio percorreu meu corpo quando senti os braços da Isabela me envolvendo em um abraço, aconcheguei meu rosto no ombro dela e tentei segurar o choro.
— Foi mal. — Pedi ainda tentando não chorar tanto, Isabela começou a acariciar meu cabelo e aos poucos, um sentimento de paz tomou meu peito.
Nos separamos do abraço quando a Andréia entrou em casa e acredito que sem querer, derrubou o celular. As mãos dela estavam lotadas com papéis e remédios que a equipe do Tottenham me deu, fui tão idiota, deixei ela sozinha lá com todas minhas coisas.
Isabela caminhou até ela e a ajudou, as duas foram até a sala e jogaram as coisas lá, Andréia sorriu fraco para nós dois e saiu do cômodo, nos deixando sozinhos.
— Isa, eu... — Comecei a falar e fui interrompido por ela.
— Só vim ver como você estava, Richarlison. Já sabe a gravidade da lesão? — Ela perguntei ajeitando a bolsa no ombro, observei aquele movimento e travei a mandíbula por imaginar ver ela partir de novo.
— Faço os exames amanhã, ainda não sei. — Falei baixo e olhei pra minha perna. — Estou com medo, Isa.
— Tenho certeza que não é grave. — Ela falou séria e me olhando.
— Como tem certeza disso?
— Tenho meu CRM por algum motivo, Richarlison. — Ela respondeu séria e grossa.
— Foi mal.
— Se fosse coisa muito séria, sua perna já estaria mais inchada e você não estaria aguentando em pé, acredito que com algumas sessões de fisioterapia você já vai ficar 100% bem. — Ela falou tentando diminuir a resposta grosseira anterior, sorriu fraco e se afastou um pouco mais. — Preciso ir pra casa, se cuida e acredito que vai conseguir a convocação.
Ela sorriu fraco e deu um tchauzinho com a mão, observei ela dar alguns passos, sumindo do meu campo de visão aos poucos.
De novo não.
— Espera, Isabela! — Chamei ela novamente, praticamente corri mancando para alcançá-la. Isabela já tinha passado da porta de entrada, estava prestes a ir pro jardim quando eu a chamei, ela parou e com os braços cruzados, me encarou.
— Está tão bem que conseguiu correr. — Ela falou séria e apontou pra minha perna de longe.
— Para, Isabela. — Reclamei das ironias dela e desci os degraus que nos separavam. — Por quê veio até aqui?
— Tenho consideração por você ainda.
— Resposta errada, por que veio até aqui, Isabela? — Insisti na pergunta e dei mais um passo na direção dela. Ela riu desacreditada e tentou se afastar, segurei ela pelo braço e puxei o corpo dela para perto do meu, ela ergueu a cabeça e me encarou parecendo irritada. — Vai ser covarde igual eu? Vai fugir e esconder a verdade?
— Que verdade, Richarlison? — Ela perguntou rindo ironicamente, respirei fundo e observei bem o rosto dela.
— Você veio aqui porquê ainda me ama, porquê mesmo eu sendo um idiota, um babaca por fazer você sofrer, você está aqui. Porquê me ama ainda e não consegue mais fugir disso, porquê quando você quer se afundar em um abraço, não tem mais a pessoa que você tanto ama ali. — Finalmente consegui começar a falar tudo que estava guardado no meu peito, falei tão rápido que meu peito encheu de ar, ela me olhava desacreditada, com os olhos cheios de lágrimas já. — Eu sinto falta de acordar do seu lado, falta das nossas conversas aleatórias, das nossas risadas, das nossas transas, dos nossos toques sem malícia. Eu construí uma vida incrível com você em tão pouco tempo, eu não quero ver as paredes dessa vida desmoronando aos poucos, Isa. Por favor. — Pedi, quase implorei.
Isa secou a lágrima com as costas da mão e me observou atentamente. Alguns segundos passaram e ela nem pensou em se mexer, minhas esperanças haviam ido embora quando a mão dela passou pelo meu pescoço e puxou minha boca pra dela.
Ela me beijou com toda raiva que tinha no peito, abracei a cintura dela e puxei para perto do meu corpo, o máximo que eu conseguia, queria sentir a pele dela na minha.
Puta beijo, Deus do céu. Nossas línguas tem uma sincronia perfeita, o gosto dela é tão incrível quanto eu me lembrava. As mãoszinhas dela passeando pelo meu corpo trazem conforto e sensação de paz. Minha mão direita subiu da cintura dela até o cabelo, o segurei por baixo e tomei controle do beijo.
Isabela afastou um pouco a boca para respirar e deu uma mordidinha no meu lábio inferior, ri e logo voltei a beijá-la, não quero desperdiçar nenhum segundo com ela e com esse beijo. Meu estômago voltou com todas borboletas que estavam desmaiadas ali. Isabela me deu mais uma mordidinha antes de se separar, ela me olhou assustada e ofegante.
A mulher mais linda que eu já vi.
Nem consigo acreditar.
Sempre foi ela....
Último capítulo de hoje galerinha, e sim, eles voltaram — ou não, surpresa pros próximos capítulos —. Aproveitem as migalhas e até logo. 💖

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𝙞𝙣𝙨𝙩𝙖𝙜𝙧𝙖𝙢 || 𝘳𝘪𝘤𝘩𝘢𝘳𝘭𝘪𝘴𝘰𝘯
FanfictionOnde Isabela decide responder o direct de um jogador do Everton, no intuito de passar o tempo. Ela só não esperava que o jogador estava esperando um sinal verde dela há meses. 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘁𝗲𝗱: 𝟮𝟲/𝟭𝟭/𝟮𝟮 ...