Hazel

360 49 2
                                    

Enquanto conversava com minha irmã e minha mãe, aguardava por papai e Ismar, meu amigo e advogado da empresa para assinar a papelada da compra do hotel em Sta. Mônica.

E meus pensamentos foram para aquela linda moça que esbarrou em mim no saguão do hotel. Seus cabelos longos avermelhados me deixaram abalado, pois ela era linda demais e não tinha a conhecido antes. Porquê? Geralmente eu conhecia todos empresários do ramo hoteleiro ou fornecedores de alto padrão. Por outro lado conhecia bem seu ex-sócio, Timothy Brown. Agora estava intrigado pelo desmancho da sociedade.

Ismar entrou na casa acompanhado de papai, me levantei e apertamos as mãos, papai apenas me deu um tapinha no ombro e se sentou na poltrona a minha frente. Ismar se sentou ao lado de Brooke e sorriu para ela e para a bebê que dormia no cestinho sobre a mesinha de centro.

- Fez um ótimo trabalho, Hazel! Ele concordou rapidamente com a venda. Estou surpreso. - disse papai.

- Ele não contava que levantaria todas as dividas do hotel. A folha de pagamento é grande e ele não teria como pagar. Foi um bom negócio. - eu estava orgulhoso de mim mesmo.

- Elevou o patrimônio da família. - concluiu papai.

- Trouxe a papelada para assinarem. - Ismar apanhou a pasta de dentro de sua maleta e me entregou junto com a caneta.

- Meu irmão merece que estouremos uma champanhe. - disse Brooke erguendo-se do sofá e indo até a pequena adega do bar.

- Bobagem, Brooke! - retruquei, pois esses anos todos meus pais nunca acharam necessário abrir uma champanhe por minha causa. - E você não pode beber... Está amamentando.

- Hazel! deixa de ser chato, por favor! - ela apanhou um Magnuns de Dom Pérignon Vintage 1961 que mamãe chegou a se levantar do sofá. - Não! - advertiu Brooke, impedindo que mamãe tomasse a garrafa de suas mãos. - Esse hotel era uma das conquistas que papai a anos vem tentando comprar... Nosso príncipe Hazel merece o melhor champanhe.

- Essa garrafa custa 2.600 Livras esterlinas, Brooke! - adverti.

- A champanhe que foi servido no casamento Lady Diana e príncipe Charles. - Papai apanhou a garrafa antes que ela abrisse. - É justamente o champanhe do ano de nascimento da princesa. Sendo assim, um souvenir.

- Pegue um mais simples. - indiquei a adega para ela voltar lá e escolher outro champanhe. - Peque um Brut! sabe que gosto.

Assinei o documento da compra e venda e dei ao meu pai assim que ele voltou a se sentar.

- Quando começamos as reformas? - perguntou mamãe que era a decoradora dos hotéis.

- Assim que a arquiteta e os engenheiros analisarem o edifício. - me recostei observando Ismar paquerando minha irmã.

Ele era louco por Brooke, o problema é que ele se achava um homem que não merecia minha irmã, pois ela era muito independente e resolvida na vida. A gravidez foi um susto para ele, assim como foi para todos nós quando ela anunciou que estava de quatro meses depois de voltar da Estônia, Talín.

Brooke trouxe a bebida e a governanta as taças. Ismar tomou a garrafa e a abriu sem fazer barulho para que não acordar a pequena Eva e nos serviu.

- A mais nova aquisição dos Thierry's. - ela ergueu a taça e brindamos.

Duas horas depois nos sentamos para jantar em família, Ismar se sentou ao meu lado, pois aquela mesa era tão grande que para o outro ouvir do outro lado tinha que falar em alto e bom som ou ficaria falando sozinho.

- O que aconteceu com Julian? - ele perguntou baixo.

- Levou um pé na bunda. - comentei levando um pedaço de figo a boca. - Ela quer ser mãe solteira.

Olhei para o meu amigo que ficou chocado ao ouvir aquilo.

- Porque não começa a investir?

- Quem? eu? - ele se ajeitou na cadeira, ansioso. - Ela nem olha para mim.

- Porque você não deixa ela perceber, Ismar! - respirei fundo. - Brooke tem uma personalidade forte, eu sei. Mas ela não é antipática como muitos dizem.

- Você realmente acha que ela vai dar bola para um funcionário... - reclamou ele.

- Você não é só advogado. Você é meu amigo e primo do sheik... - fui interrompido por Brooke.

- Vai ficar por aqui ou voltará para o seu apartamento?

- Volto com Ismar... - respondi e meu prato foi colocado a minha frente já servida. - Obrigado!

- Ficarei aqui com nossos pais. Mamãe vai me ajudar com Eva. Eu preciso descansar.

- Faça isso, minha irmã! Eva e você precisam de cuidados.

- Estamos apaixonados por Eva! - disse papai sorrindo para Brooke. - Ela é muito calma e dorme bastante. Isso me lembra ela quando pequena.

Olhei para o meu prato, apanhei os talheres e cortei um pedaço da minha carne e a levei a boca.

- Poderia fazer um levantamento para mim? - perguntei a Ismar.

- Vai me dizer que é outra mulher? - ele resmungou limpando a boca.

- Não tem como não ser. - olhei rapidamente para ele, enquanto meu pai tagarelava sobre como Brooke era inteligente, alegre, etc... quando pequena. - Quero conhecer tudo sobre Savanah Hunghes.

Ismar me olhou por um tempo, analisando o nome da mulher que eu queria conhecer, voltou sua atenção ao prato.

- Quanto tempo eu tenho?

- seja rápido. - respondi voltando a comer.

HAZELOnde histórias criam vida. Descubra agora