Hazel

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Aguardei por mais de uma hora a chegada de Savannah e nada, por fim troquei de roupa achando que ela não viria, tinha desistido de estar comigo em um ambiente a dois. Pulei na piscina e nadei devagar, aproveitando a água e não me dando conta que o helicóptero havia pousado no heliporto da casa.

Virei e voltei para a outro beirada e quando emergi Savannah entrava na área da piscina, usando uma roupa leve esporte fino com sapatilhas de bico fino em couro.

- Oi! - dei impulso para sair da piscina e foi inevitável perceber que ela reparou na minha sunga branca e apertada. - Está linda! Mas não combina com uma piscina. - brinquei me aproximando e apanhando a toalha.

-Eu trouxe a roupa de banho na bolsa!- ela afirmou

- Quer que eu te leve até a área do vestiário da piscina ou... Nacy a leva. - indiquei a governanta atrás dela.

- Agora? - ela ainda parecia um pouco confusa

Acho que ainda está um pouco cedo pra um mergulho

A olhei de lado e me olhei por um instante.

- É sábado, Savannah! Podemos relaxar um pouco, depois almoçar e conversar sobre seu plano de negócio... O banco não vai se mudar ou te processar num fim de semana.

-Tudo bem!- ela deu de ombros rindo- Espero que a água esteja boa e eu preciso de um café.

- Tudo bem... - disse me sentando e Nacy a levou para o vestiário.

Aguardei por uns minutos, Nacy trouxe uma bandeja com café, biscoitinhos, patês e algumas frutas e queijos.

- Obrigado! - agradeci pela bandeja e apanhei um queijo, Savannah voltou usando um maiô branco e uma saída de banho em renda. - Uau! Acho que estamos combinando. - Sorri para ela oferecendo a espreguiçadeira para ela se sentar.

Ela sorriu e sentou a minha frente

- Café? - peguei o bule e a servi.

-Preciso pra acordar de verdade! -ela emendou rindo

- Se divertiu muito ontem a noite? - apanhei algumas uvas e levei a boca.

- Na verdade, sim! - ela apanhou um cubinho de queijo e levou a boca. - Sua festa foi a melhor!- ele emendou. - E eu gostei muito da nossa dança!

- Podemos repetir se quiser. - me deitei na espreguiçadeira. - Gosta de viajar, Savannah? quais lugares costuma ir? - eu queria conhecê-la melhor, saber de seus gostos.

- A última viagem que fiz foi para Amsterdã! Já passei pelo Japão, Chile, Brasil, Turquia... Grécia!

- São Países magníficos. Ismar, meu advogado é de Istambul. Fizemos faculdades juntos na Suíça. Ele advocacia e eu administração. - respirei fundo sentindo o sol bater em minha pele. - Sempre vamos para lá. O hotel está para ficar pronto dentro de 4 meses. Quem sabe você não faça parte da inauguração.

- Parece um ótimo empreendimento

- Sim... - Me conte um pouco de você? é de onde? - a encarei para escutar sobre sua vida.

- Sou de Manhattan mesmo! - ela deu de ombros. - Não há muito que contar, fiz administração e Collumbia, fui mochileira por um tempo!- ela riu- Não é uma fase da qual me orgulhe!

- Porque não? ao menos explorou lugares por conta própria. Isso é divertido. - apanhei mais algumas uvas.

- Muito divertido! - ela sorriu e apanhou uma fruta da minha mão e levou a boca rindo

- Seus pais ainda são vivos?

- Sim! Mudaram para o Campo!

- Hum! Algum motivo para isso? - achei interessante.

- Depois que meu pai o enfartou quis desacelerar o ritmo. E minha mãe concordou.

- Sempre vai visitá-los? - estendi outra uva para ela.

- sempre que possível. - Ela levou a fruta à boca,

- Estou curioso. Como foi de administradora a fabricante de produtos de banho, linhas para SPA? Porque é uma mudança muito grande. Eu não saberia o que fazer se tivesse que deixar de ser administrador hoteleiro.

Ela deu de ombros jogando todo seu charme.

- Eu não gostava muito da maioria dos produtos que me eram apresentados. Então comecei a estudar sobre eles, sua composição, técnicas de fabricação, essências... Eu voltei a sala de aula! -ela riu

- Se apaixonou por uma nova profissão. - Achei aquilo interessante. - O cheiro é muito marcante, não tem como trocar para outras marcas quando se conhece a sua marca.

-Hum! Isso é um elogio incrível! Eu comecei a estudar química e farmácia e no fim acabei me apaixonando por isso.

- Porque não se casou com... James? - eu o conhecia, e ele era apaixonado por ela.

Ela pareceu estranhar que eu conhecesse aquela informação

- Esfriamos! - ela deu de ombros -Houve muitas interferências da família dele. Quanto mais James progredia e enriquecia, mais nos distanciávamos. Acho que todos os nossos amigos em comum, me achavam louça quando eu terminei com ele. Que mulher deixa um homem quando ele, finalmente, enriquece?

- Entendo. - desviei o olhar. - E o que houve com seu sócio?

- Esse foi um erro ainda maior! Eu cometi o erro de misturar negócios com prazer. Timothy era como da minha família, eu não era apaixonada por ele, mas confiava tão cegamente quanto uma tola apaixonada. Se eu tivesse com as minhas finanças, o mesmo cuidado que tive com a minha patente e minhas fórmulas, eu não estaria nessa situação agora

- pretende fazer algo para recuperar? já o denunciou?

- Sim! Mas o processo demora, e eu estou ficando sem tempo.

O advogado dele conseguiu um bom adiamento do processo

- De quanto precisa? - a olhei.

- Preciso de oitocentos e vinte e mil dólares !-ela exclamou depois de um suspiro

Fiquei analisando aquele volume volume substancial, analisando riscos e lucros. Aquele meu silencio a fez ficar ansiosa, fazendo caras e bocas, mas eu precisava pensar.

- É uma quantia suntuosa, eu sei! Mas, pode recuperar seu investimento em menos de um ano.

- Esse dinheiro só vai cobrir esse mês, Savannah! - fui sincero. - Vamos almoçar e... eu vou pensar. acho que posso ajuda-la. - me levantei estendendo a mão para ela. - Vou mostrar a casa para você.

- Esse alívio durante esse mês é tudo o que eu preciso pra retomar a produção

- Entendo. - sorri estendendo a mão para ela. - Vem!

- Vamos lá, conhecer o seu apartamento chique

- Tenho certeza que vai gostar. - segurei a sua mão e a levei para dentro da casa. - Finais de semana eu fico aqui, detesto ficar no centro da Time Square... Aqui eu tenho privacidade, minha biblioteca... - abri o meu escritório e ela entrou.

- Olha só todos esses livros!- ela encarou maravilhada

- é um lugar para ficar e se perder no meio deles. Amo ler. - disse olhando para a grande estante.

- É perceptível!

Sorrimos um para o outro e deixamos o escritório.

Esta é a sala de visitas... Aquela é outra sala com lareira para tomar um vinho, aproveitar o calor da lareira... - e a conduzi para a escada entre as sala.

- E onde dá essa escada?

Subimos a escada.

- A casa não é grande... Tem cinco quartos. Meus pais tinham comprado para a minha irmã, mas ela não gostou e resolveu nos deixar. Então eu a comprei. - abri o meu quarto e entramos. 

HAZELOnde histórias criam vida. Descubra agora