Savannah

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Aquele foi um dia delicioso e pra completar a minha alegria, minha Anném decidiu fazer o jantar.

As meninas se recolheram perto da meia-noite e nós ainda levamos até altas horas conversando e comendo petiscos turcos. Mamãe nos contava sobre a sua vida antes de mudar de país e de como ela e papai se complementaram assim que se conheceram, ainda que ela não admitisse isso logo de cara.

Depois que meu pai bocejou pela vigésima vez, nós decidimos nos recolher.

-Então, Sr Thierry, o que achou dos meus pais?- perguntei enquanto ajeitava a cama para dormirmos

- São interessantes. Mas falam demais! - ele riu enquanto tirava a roupa. - Mas é bom, não me senti sozinho um minuto se quer.

-Oh, então meus pais são tagarelas?

- Um pouco. - Retificou ele com aquele sorriso arteiro.

-Bom, ao menos ,tenho certeza de que eles fizeram você se sentir parte do clã!- emendei sorrindo. Os pais dele tinham me tratado como uma inimiga.

- Nisso você tem razão. - ele se deitou.

-Gostou deles?- Eu ansiava por uma resposta

- É claro que eu gostei! E Nathalia também os adorou. - ele ajeitou o travesseiro. - Sinto que a família está completa. Está na hora de correr com o casamento. O que acha?

" Não quero me casar! Eu quero um filho. Eu não sou capaz de amar uma mulher!"- o imitei rindo- Olha só você!

- Bem! um homem tem direito de mudar de opinião. - ele deu de ombros

- Adoro que você não é inflexível. - me aproximei e o beijei. - Eu te amo muito, Hazel!

Ele segurou a minha nuca e me beijou demoradamente.

- Amo você, Savannah!

- Vamos fazer o nosso casamento em segredo? Ou você quer toda o pompa?

- Eu farei da forma que você quiser. Agora... Se for em segredo me caso com você ainda essa semana. aqui e na companhia de seus pais.

- Seria interessante!

- Então vamos nos casar aqui na fazenda. Amanhã vou a cidade dar entrada na papelada e pedir para o Juiz vir até aqui.

Para ele era tudo tão simples de resolver que me deixava com um 'certo' medo.

- Não quer redigir um contrato pré-nupcial antes?

- Se deseja... Farei isso.

- Não é o que eu desejo isso. Mas você é um herdeiro e precisa o

-Não é o que eu desejo isso. Mas você é herdeiro e precisa proteger o seu patrimônio. Além de que não quero seus pais no meu pé, me taxando de oportunista!

- Claro! Entendo. Vou ligar para Ismar logo de manhã e pedir para ele vir para cá com a família.

-Ótimo! Tenho certeza de que ele vai cuidar de todos os trâmites legais.

Hazel ajeitou o meu travesseiro para eu me deitar, antes de deitar, apanhei minha escova de cabelos na penteadeira e lhe passei.

- Gosto quando você faz isso!

Hazel sorriu amável apanhando a escova, se ajeitando para escovar meus cabelos.

- Nunca corte os cabelos... Eu gosto do jeito que ele é. Comprido, macio... Eu amo essa leveza que os fios tem. - ele passava a escova até o fim dos meus cabelos.

Sorri, sentindo os dedos dele, deslizarem pelos fios.

- Suas mãos são tão macias, Amor!

- Eu gosto de cuidar de você... - ele beijou o meu ombro voltando a escovar meus cabelos.

- Imagine só, se nós tivermos uma garotinha, o paizão aí pode escovar os cabelos dela todos os dias.

- Mais uma garotinha. Não seria nada mal.

- Eu gostaria de um menino... Eu não sei! - Eu ri. - Já tenho duas princesas na minha vida

 - Um menino também não seria nada mal. Eu já vejo pilotando o helicóptero... Comandando os negócios. - ele sorriu. - Brigando porque ele trouxe uma garota pra casa para... Bem! você sabe...

-Uou, devagar aí! Eu ainda estou vislumbrando as fraldas e brinquedos espalhados pela casa.

Hazel gargalhou e me deu um abraço.

-Eu estou ficando velho. Preciso pensar mais além.

-Cada coisa a seu tempo. Meus trinta não estão tão longe dos seus quarenta.

- Você é jovem, linda e com disposição.

- E você não?

- Por enquanto eu tenho... não sei como vai ser daqui uns 30 anos

- Eu serei uma velhinha de sessenta e você um velhinho de setenta com um filho de trinta e provavelmente com netos!

- Vai ser muito interessante nossa vida. sempre com a casa cheia. - ele me devolveu a escova.

Voltei o rosto pra ele e o beijei suavemente.

-Obrigada, meu bem!

- Deita aqui comigo... Vamos descansar um pouco.

- Precisamos dormir, já é muito tarde!

- Muito tarde. Você precisa descansar. - ele me fez deitar juntinho dele e apagou a luz.

- Obrigada Amor! - bocejei e adormeci em seus braços

Acordei sentindo Hazel deixando a cama. Era rara as vezes em que ele dormia até mais tarde, tinha a certeza que era bem cedo para ele estar deixando a cama. Me virei querendo mais alguns minutos de sono. Entre cochilos e lucidez escutei o som do chuveiro, logo depois a porta do closet sendo aberta e senti um beijo no rosto logo depois.

- Durma mais um pouco. eu vou para o escritório da casa... Tenho uma reunião. - e ele me deu outro beijo e deixou o quarto.

HAZELOnde histórias criam vida. Descubra agora