Deixei o salão de festas da fabrica e segui para o apartamento de Julie para saber se ela estava bem. Estacionei em frente e assim que desci apertei a campainha de seu apartamento e nada, ela não atendia. Passei a tocar a campainha de todos os moradores até que um abrisse a porta para mim e, assim foi feito. Empurrei a porta assim que ouvi o destravamento e subi rapidamente.
Parei diante da porta e procurei escutar se havia alguém, um gemido abafado saiu de lá de dentro, saquei minha arma e abri a porta lentamente, percebendo que ela só estava encostada.
A Porta agora estava escancarada e eu fiquei pasmo, o apartamento mesmo com poucos móveis estava quebrado e revirado.
- JULIE... - chamei aos berros e adentrei ao apartamento a procura dela.
A porta do quarto estava entreaberta e adentrei a achando caída no chão ao lado da cama, amarrada, amordaçada e espancada.
- Ei... - desamarrei seus pulsos e tornozelos. Julie estava sonolenta e sem forças.
Afastei seus cabelos do rosto e ela estava bastante machucada.
- Está tudo bem! Ele não vai te machucar nunca mais. - disse revoltado a pegando no colo. - Vou te levar para o hospital.
- NÃO! - ela recobrou a consciência e começou a se debater no meu colo. Estava apavorada! - James, por favor não! - Ela não conseguia abrir os olhos muito inchados
- Ei, ei... sou eu Baran! Calma! - a apertei em meus braços. - Precisa ir para o hospital
- Socorro! - ela deixou de se debater e me apertou num abraço sufocante. - Você precisa me tirar daqui... Ele vai voltar... Ele foi atrás da Savannah! Ele disse que vai levar nós duas e ninguém nunca mais vai nos achar.
- Ele não vai voltar nunca mais, Julie! Ele está morto. - disse me sentindo tão revoltado vendo aquela jovem tão machucada e desesperada. - Vamos para o hospital.
- Ele morreu? - ela perguntou, como se precisasse ter certeza.
- Sim. Eu tive que fazer isso ou Savannah e Hazel não iriam sobreviver.
- Obrigada! - ela sussurrou e desfaleceu nos meus braços, estava fraca demais.
Julie estava praticamente desfalecida em meus braços. Deixamos o seu apartamento as pressas e a levei para o hospital onde Hazel e Savannah estavam internados.
- AJUDA, Por favor! - pedi ao entrar na emergência a colocando na maca.
Os enfermeiros a levaram para dentro e eu fui dar sua entrada na emergência. Hazel desceu assim que mandei mensagem.
- Como ela está? - Hazel perguntou assim que me viu na recepção.
- Acho que está com hemorragia interna... Ela ficou fria e inchaço na barriga. Está muito machucada... A levaram para a emergência. - disse me sentindo tão revoltado.
- Ele está em coma. - Informou Hazel. - O Filho da puta é tão forte que nem uma bala na cabeça o matou.
- Ele não vai sobreviver. Eu sei que acertei a mira. - As vezes eu me assustava comigo mesmo com a frieza com que lidava com algumas coisas.
- Como está Savannah?
- Está dormindo agora. Deram um leve calmante para ela. Começava a dormir e ela acordava assustada. A médica achou melhor dar um remedinho leve só pra relaxar.
- E você como está? - perguntei preocupado.
- Louco para voltar a Suíça e não sair mais de lá. - ele sorriu triste.
- Entendo. Logo estaremos de volta. Savannah já foi ouvida?
- Ainda não. Não deixei que fizessem isso. Amanhã quem sabe. Se ela está melhor.
Uma enfermeira que atendeu Julie veio até nós um pouco apreçada.
- Como ela está? - perguntei antes dela abrir a boca.
- Ela vai ficar bem! Estava com um intenso sangramento, resultado de um trauma muito forte na barriga. Mas conseguimos conter a hemorragia. Ela vai ficar bem! Está sedada, mas assim que acordar pode receber visitas. Ela foi severamente espancada. Teve sorte de não haver nenhuma lesão interna mais grave. Ela teria morrido se não fosse logo trazida ao hospital. teve uma severa perda de volume sanguíneo.
- Coloque-a no quarto ao lado da minha esposa. Iremos fazer a segurança das duas. - Pediu Hazel.
- Obrigado por ajuda-la. - Agradeci e respirei fundo.
A enfermeira deixou o local e Hazel sorriu para mim.
- Acho que você gosta dela!
- Eu até gosto da Sta. Courtney! Só não gosto quando ela faz a pergunta e a responde ao mesmo tempo.
Rimos e seguimos para o andar onde estava Savannah e onde iria ficar Julie. Me sentei na cadeira, pois me sentia exausto.
Acabei pegando no sono e não sei ao certo por quanto tempo cochilei, fui acordado pela mesma enfermeira que me trouxe notícias de Julie antes.
- Desculpe acordá-lo, mas você é o Sr Pamuk, não é? A Srta Courtney pediu pra chamá-lo. Ela disse que sabia que o senhor estaria aqui
- Sim... claro! - me levantei e a segui para o quarto.
Entrei o quarto e vi Julie deitada, com o rosto muito machucado.
- E aí? como se sente? - me aproximei da cama.
- Dói tudo! - ela riu e conseguiu abrir um pouco os olhos. - Você tem um espelho? Elas não quiseram me dar um.
- Não... não tenho e é melhor você não ter um agora. - me sentei na beirada da cama e segurei a sua mão. - Mais um pouco e acho que não sobreviveria. Ainda bem que Savannah se lembrou e pediu para que eu corresse até seu apartamento.
- A enfermeira me disse que eu não durava mais meia hora se não viesse pro hospital... Obrigada!
- Não precisa agradecer. É o meu dever proteger vocês. - sorri amável.
- Ele estava totalmente maluco, sabia? Ele invadiu o meu apartamento e me bateu muito. Ele disse que ia levar nos duas e que ia me estuprar todos os dias e me surrar, porque era o que eu merecia. Que a Savannah seria a mulher dele e eu seria a vagabunda! - ela começou a chorar. - Ele disse que ninguém nunca mais ia nos achar!
- Shhhhhh... Já passou! Esse canalha está no inferno, onde nunca mais vai sair. - acariciei seus cabelos.
- Vai ficar tudo bem agora! - ela esboçou e fechou os olhos. - Dói ficar de olhos abertos.
- Então descansa. Vou ficar aqui com você.
- Você está sendo um docinho hoje, Pamuk! Isso é estranho.
Ela deu um longo suspiro e acabou dormindo. Me sentei na poltrona ao lado da sua cama e fiquei ali velando o seu sono até que também dormi. Não sei quanto tempo passou, mas foi acordado por Hazel e num sussurro disse.
- James acabou de falecer.
Olhei para ele e não sabia se eu ficava feliz ou triste. Apenas concordei com a cabeça respirando fundo.
- Como ela está?
- Bem... - disse me levantando adotando o tom baixo. - Ela me contou que ele a espancou. e a queria usar como vadia enquanto brincava de casinha com Savannah. Esposa e amante.
- Eu sinto muito por ela. Foi a que mais sofreu. Não sei onde estava com a cabeça em ter deixado voltar ao apartamento sem um segurança.
- Não se culpe. Ninguém previa isso.
- É! Eu achei que... Bem! deixa para lá. O importante é que James não é mais problema nosso.
Sorri lateralmente e ele também.
- Que tiro! - Hazel deu um tapa no meu ombro orgulhoso.
Concordei orgulhoso, eu sempre fui muito bom em momentos tão estressantes como aquele.

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HAZEL
RomanceSavannah precisa salvar sua empresa depois de um golpe de seu sócio, o único modo é conseguir um empresário que esteja disposto a financiar seu próximo lançamento. Sua primeira tentativa não dá certo e desesperada acaba esbarrando no CEO Hazel Thier...