Savannah

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Eu detestava ver Nathalia com aquela carinha amuada, ela era uma criança tão doce e afetuosa que não merecia ser destratada de modo algum.

-Sabe, meu anjo, tem muita gente que não gosta de mim.- observei- E está tudo bem! É chato, sabe? Mas faz parte do círculo da vida e é normal, apesar de não ser agradável

- Eles não gostam de mim... Eles me odeiam! - Sua voz saiu carregada de mágoa. - Nunca vou chama-los de vovó e vovô.

- Você também não é obrigada a gostar deles só porque são seus avós. Aliás, eles são muito idiotas...-me aproximei e acarinhei seu rosto e cabelos- Quem consegue te conhecer e não amá-la?

- Eles não querem que eu tenha um pai. Porquê? - Uma lágrima praticamente pulou de seus olhos.

- Já te disse, eles são idiotas! Não dá pra explicar atitudes de gente idiota.

- É! Eles são idiotas! - Ele sorriu arteira. - Papai não gosta que eu fale palavrão feio.

- Eles não foram bons pais para o Hazel, e ele não precisa saber o que nós falamos sobre os pais dele. Segredo nosso!

Nathy passou o zíper na boca e jogou a chave fora. Eu não contive o riso.

- Muito bem! - emendei rindo. - Você está maravilhosa demais pra ficar chorando por causa de gente idiota, tá bom?

- Okay! - Ela segurou minhas mãos. - Será que já foram embora?

- Tenho certeza de que não, mas nós somos mais fortes juntas. Eles também não gostam de mim!

Dei de ombros e busquei confiança em seu olhar.

Ficamos conversando um pouco até que escutamos a porta se fechar bruscamente. Nathy deu um pulo da cama com os olhos arregalados.

- O papai precisa de mim! - Disse ela segurando a minha mão e puxando-me para fora do quarto. - Vem mamãe!

Dei de ombros e a acompanhei, buscando Hazel com o olhar.

- Amor?

Hazel se levantou rapidamente indo até a janela e secando o rosto e os olhos.

- Papai!? - Nathy soltou de minha mão e correi para abraça-lo olhando para ele. - Você está chorando?

- Não, meu anjo! Só... Um cisco que caiu no meu olho e está difícil de tirar.

- Hazel, ela tem onze anos, não cinco!- me aproximei dele e toquei seu ombro, beijando o local- Homens grandes também choram, Nathy!

- Não vamos fazer disso um drama. - Ele forçou um sorriso e nos abraçou. - Eu tenho vocês e é o que importa.

- Eu te amo, papai! - Nathy sorriu para ele.

- Nós duas amamos muito você!

- Eu amo vocês! - ele acariciou o meu rosto e me beijo suave.

-Ei, eu não quero ver vocês tristes. Hoje é dia de festa!

- Sr. Tierry! Todos aguardam no salão de festas. - interrompeu Baran.

Olhamos para Baran e Hazel consentiu com a cabeça, olhando-me novamente e sorriu amável.

- Não estou triste. - me deu outro beijo. - Vamos descer e mostrar a todos como eu sou um homem de sorte por ter duas mulheres belíssimas ao meu lado.

- Vou poder tocar piano, papai? - Nathy ficou animada.

- Estamos loucos para ver você tocar, meu anjo! - ele se abaixou e deu um beijo em sua testa.

HAZELOnde histórias criam vida. Descubra agora