Julie

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Fazia algumas semanas que eu não via Savannah e começava a sentir falta da minha amiga. Eu vinha pensando também na proposta que James tinha me feito! Eu sentia um certo rancor em relação a Savannah, ela simplesmente conseguia tudo o que queria sempre, e era inevitável me sentir preterida a ela, mas o que James queria era demais. Eu não podia atrair minha amiga até uma armadilha pra que ele a levasse, James não me disse, mas eu sabia que ele pretendia sequestrar a Savannah, ele era obcecado por ela e não havia um jeito dela aceitar ficar com ele. Ela estava grávida e feliz com sua vida!

Talvez eu só devesse ignorar aquela proposta idiota de levar Savannah até o James e tentar seduzir o Hazel. Eu não odiava Savannah, eu jamais conseguiria fazer isso com ela! Talvez eu só devesse ignorar, mas e se com isso eu colocasse a sua vida em perigo? Eu não sabia do que James era capaz!

Resolvi que deveria procurar Savannah. Eu precisava me libertar daquele sentimento por James. Ele não prestava e eu não o deixaria destruir a minha vida e da minha amiga. Eu tinha que me libertar desse sentimento mesquinho!

Eu estava pensando tanto em Savannah e na nossa amizade, que foi como se ela sentisse isso, pois a campainha do meu apartamento tocou e era o seu motorista charmoso que eu não conseguia me lembrar o nome.

-Hã... Oi?! - estranhei quando abri a porta e me deparei com aquela figura

- Baran... Meu nome. - Ele me encarou depois que fiz uma careta para ele.

- Ah isso, Baran! - eu sorri da sua expressão sisuda

- Sra. Thierry tentou falar com a senhorita, como não conseguiu pediu para que viesse busca-la para um chá.

- Savannah me chamou pra um chá?- estranhei, geralmente nos reuníamos pra comer besteiras e tomar cerveja. Sorri com a recordação- Eu vou apanhar a minha bolsa!

- Sim, senhorita. - Deixei a porta aberta e ele deu um passo para dentro. - Seu apartamento é muito funcional... - comentou ele.

Meu apartamento estava quase sem móveis pela mudança que fiz a algumas semanas.

- É minúsculo! - afirmei e ele riu. - Mas, obrigada pela delicadeza!

Ele concordou com a cabeça e deu um sorriso quase que imperceptível.

Apanhei minha bolsa e dei comida ao meu peixe antes de sair, era o sétimo em menos de três meses. Alguém devia me proibir de adotar um animal. Baran me seguiu até o elevador e entrou comigo em silêncio.

- Eu nem te ofereci um café... uma água! Você estava com sede?

- Não precisa se incomodar, Sta. Courtney! - Ele sabia o meu sobrenome.

- Você é tão estranho! - Eu ri.

Ele me olhou sério e um risco leve em sua testa se formou, ele tinha franzido o cenho.

- Sou igual a qualquer um, Sta. Courtney!

O encarei de soslaio e dei de ombros.

- Você veio pra América fugindo da miséria e dos bombardeios no seu país? - ele franziu o cenho - Eu sei que deve ser um assunto desconfortável! Me desculpe a indelicadeza!

- No meu pais uma mulher que desqualifica o homem é executada. - A porta do elevador se abriu e ele fez um gesto para eu sair a sua frente.

- Nossa! - Eu o tinha ofendido? - O que eu disse demais?

Ele não disse e abriu a porta do carro para mim e esperou que eu entrasse.

- Você é tão sisudo!

- Entra no carro. - pediu ele me encarando.

HAZELOnde histórias criam vida. Descubra agora