Hazel

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Já eram 18h, Savannah e Nathalia estavam no outro quarto se arrumando e fazendo maquiagem e cabelo. Eu estava louco para ver aquelas duas juntas, de vestido de gala. Minha pequena pré adolescente hoje ficaria de frente para a sociedade e um misto de medo por meus pais estarem lá e a tratarem mal era grande. Meu corpo chegava a vibrar por isso. Me sentia um perfeito adolescente fazendo coisas erradas.

Escutei batidas na porta e Baran foi abri-la. Meus pais entraram como se Baran não existisse, por sorte ele já estava acostumado e se retirou assim que fechou a porta.

- Boa noite, Hazel! - disse mamãe vindo ao meu encontro dando seu clássico beijo falso.

- Boa noite, Sra. Tierry! - beijei a sua mão. - Meu pai! - O cumprimentei com o aperto de mão. - Fizeram boa viagem?

- Foi a pior viagem que já fizemos. Não sei porque foi marcar a inauguração em pleno inverno Turco. - Mamãe se sentou.

- Eu disse para não virem. - retruquei.

- Onde está sua noiva? - papai perguntou inocentemente.

Senti como uma provocação, eu preferia que ele olhasse para ela, muito menos perguntar sobre ela. Nos encaramos e ele sentiu a energia, baixou a cabeça e fingiu que nada tinha acontecido.

- Bem! vou aproveitar... - não consegui terminar a frase para os preparar.

Nathalia e Savannah surgiram na sala, lindas! em seus vestidos azul mar. Savannah usava um vestido justo com pedrarias e Nathy um vestido da mesma tonalidade, longo até os pés de tule e mangas de renda. Seus cabelos louros estavam cacheados uniformemente. Minha menina estava encantadoramente linda.

- Vocês estão... Lindas! - Me levantei e fui dar um beijo no rosto da minha pequena. - A minha sorte é que não terá muitos pré adolescentes nesta inauguração.

Ela riu envergonhada.

- obrigada, papai! Você também está muito bonito. - ela deslizou as mãos em meu paletó preto com detalhes em cetim preto e gravata borboleta.

- Obrigado minha princesa. - sorri para ela e olhei para Savannah.

- Agora entendo porque demoraram tanto nas compras. Vocês estão magnificas! - Segurei o rosto de Savannah e a beijei.

- Hazel! O que significa isso? - mamãe estava de pé, chocada ao ver Nathalia.

- Está é a minha filha, Nathalia! - Segurei a sua pequena mão.

- Você ficou louco em trazer essa menina para uma festa tão importante? o que vai dizer aos jornalistas? - Mamãe jogou sua cluth no sofá completamente revoltada. - Só pode ser ideia desta... Desta...

- CALE-SE! - gritei. - não se atreva a desrespeitar a minha mulher e a minha filha. O problema é meu, a vida é minha e eu direi a verdade.

- não pode dizer isso... - papai estava em choque, com lágrimas nos olhos ao olhar para Nathalia.

- Savannah! Leve Nathalia para o quarto, por favor! - Pedi e me abaixei para olhar para Nathy. - Não se preocupe com isso, minha princesa! Isso tudo não tem nada ver com você.

- Eles não gostam de mim. - ela disse chorosa.

- Não, meu anjo! não chore, vai borrar sua maquiagem e esses olhos lindos do papai vão ficar parecendo um panda! - rimos e ela me abraçou.

Savannah segurou a mão da pequena e a levou para o quarto. me levantei e me virei para eles tomando minha altivez para ser forte e firme.

- Eu registrei Nathalia e ela é a minha filha... Eu assumi isso...

- Você tira dinheiro do seu pai todos os meses para cuidar desta fedelha. - mamãe disse rosnando.

- Eu não ligo... - disse papai abalado. - por mim Olga teria ficado na Suíça e ter criado Nathalia num lugar melhor, mas ela insistiu em voltar para casa e ficar junto dos pais. - papai me olhou e sorriu triste.

- Você fez bem em assumir definitivamente a menina... Ela precisa de uma família, de uma vida estabilizada. - Papai se afastou indo para a porta. - Você é muito mais forte que eu, filho!

- Pai! - O chamei sentindo a sua dor. - Você a amava, não é? - eu tinha que fazer essa pergunta.

Ele segurou a maçaneta da porta e me olhou. por um instante ele ficou pensando e por fim ele consentiu com a cabeça e nos deixou.

Mamãe furiosa apanhou a bolsa e entre rosnados e soltando fogos pelas ventas saiu do quarto deixando claro que ela odiava o fato de papai não ama-la de verdade.

Sentei-me no sofá e tentei não chorar, mas falhei drasticamente. Eu tinha que me vingar do que eles fizeram, mas agora eu vejo que só atrapalhei a vida deles. Talvez se tivesse aceitado o fato, Nathalia hoje saberia realmente quem é o pai dela. ou, talvez eu teria comprado a história de que ela era minha verdadeira filha. Só que agora era tarde, todos nós estávamos machucado, e, eu teria que levar esse segredo comigo para dar uma vida descente a minha pequena Nathalia.

HAZELOnde histórias criam vida. Descubra agora