Capítulo 33-Ballet

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A noite passada nunca foi tão conturbada e horrível. Tive que inventar para minha mãe sobre está péssima, me sentindo mal, enjoada e dor de cabeça. Falei que não poderia descer e ela entendeu. Eu não voltaria para lá, não encararia Max novamente.

Resumindo, minha ação de graças foi um fiasco. Eu tinha mais um dia aqui, então o aproveitaria com Chloe. Eu não estava afim de fazer nada, mas prometi a Chloe, em treinar ballet nós duas, como os velhos tempos, eu devia isso a ela. Por passar tanto tempo longe.

Chloe caminhava comigo pelo corredor do estúdio de dança, até chegar a sala vazia e espaçosa, que usávamos antigamente. As aulas começariam em três horas, então tínhamos tempo o suficiente para usar o espaço. Chloe era aluna daqui, então tinha acesso a ele. Como eu sou uma ex-aluna, minha entrada não foi barrada, e encontrei algumas pessoas queridas.

—Que saudades desse estúdio.—falei olhando envolta.

—Não é a mesma coisa sem você.—Chloe deu de ombros.—Mas pelo menos, você está aqui de novo.— ela sorriu abertamente.

—Sim, vamos nos alongar antes de treinar, acho que estou meio enferrujada.—eu brinquei e ela riu.

—Você sempre foi melhor no ballet, do que eu. Difícil está enferrujada.—brincou e eu rir.

—Tenho certeza que você me superou.—sorrir e sentei-me no chão, esticando as pernas.

Muito antes da Chloe nascer, eu já praticava ballet, minha mãe sempre achou uma dança bonita, clássica e descente. Mas parei de praticar, por desânimo, os problemas encheram minha cabeça. Fazia dois anos que eu não sabia o que era usar, uma sapatilha de pano.

—Bom, eu treinei bastante.—sorriu e sentou-se também.

Dobrei uma perna, esticando a outra, e curvando meu corpo, para minha mão encostar na ponta da sapatilha. Doeu um pouco, mas era suportável, era só questão de prática. Chloe e eu nos alongamos o bastante e algumas posições doíam, por falta de prática. Mas eu ainda as conseguia fazer, uma bailarina é para sempre uma bailarina.

Chloe conectou o celular ao som, e a música começou soar pelo salão. Me juntei a Chloe, de frente ao grande espelho, e começamos a fazer o mesmo passos, que fazíamos antigamente. As pontas dos meus pés doíam, mas me mantive firme, eu tinha que me acostumar novamente. Deslizei a ponta do meu pé esquerdo pela solo, como um círculo, enquanto o outro pé estava parado, e meu joelho direito dobrado e meu corpo um pouco inclinado para o lado. Me ergui, e dei uma pirueta, rodando pelo espaço, me sentindo livre.

Deslizei meus pés pelo solo, e dei um pulo alto, abrindo minhas pernas no ar, e esticando os braços. Firmei meus pés no chão, quando cheguei nele e olhei para Chloe que, dançava do mesmo modo. Sorrir para ela que retribuiu o gesto, nos aproximamos segurando a mão uma da outra, girando devagar com graça. Fazendo uma dupla, me apoiei em suas mãos e inclinei meu corpo para frente. Levantando minha perna para trás, quase a tocando na minha cabeça.

Me ergui e Chloe fez o mesmo, se apoiou em mim, fazendo o mesmo movimento. Apesar dela ter quinze anos, Chloe tinha meu tamanho e meu peso, vestiamos igual.

—Você não perdeu o jeito.—ela disse.

—Só estava enferrujada.—brinquei e ela riu.—Você está melhor do que eu lembrava.

—Nunca parei de praticar.—sorriu.—Não deveria ter parado também.

—Eu sei.—suspirei.

—Lá em Pullman, não tem escola de ballet?.—perguntou.

—Tem, eu até vi uma outro dia, fiquei com vontade de entrar.

—Deveria se inscrever, o ballet era a sua paixão, não deveria parar de fazer o que gosta.—aconselhou.

LOGAN | VOL. IOnde histórias criam vida. Descubra agora