LOGAN | VOL. I

Capítulo 59- Conversa

CONTÉM SEXO

Charlotte com 15 anos.

Alguns meses se passaram, mas nada mudou. Minha vida estava afundada, e eu não queria sair do fundo do poço. Depois do que aconteceu, naquela maldita festa, minha vida mudou radicalmente. Minha mãe me mudou de escola, pela minha escolha. Ela investigou, insistiu querendo saber porquê eu queria mudar, mas me mantive quieta.

Não fiz questão de fazer amigos, queria as pessoas longe de mim.

—Charlotte!.—alguém gritou, mas continuei andando.

Não queria falar com ninguém, não queria amizades.

—Ei, Charlotte!.—a voz estava mais perto.—Ei espera!.

Tocou meu ombro e eu gritei, batendo contra o armário. Olhei assustada para Rob, que tinha seus olhos arregalados.

—Desculpa, eu não queria te assustar...

—Nunca mais toque em mim!.—gritei, sentindo meus olhos lacrimejarem.

—Eu não...eu só queria te chamar para lanchar, comigo e meus amigos.—disse calmo.

—Eu não quero ser amiga de vocês, me deixa em paz!.—passei reto, sem deixá-lo falar.

Senti minhas mãos tremerem, e as lágrimas caírem. Eu não suportava o toque de alguém. Me acionava gatilhos horríveis daquela noite. Passei as mãos nas bochechas e corri pare a área isolada do colégio. As arquibancadas. Não tinha ninguém no momento lá, todos estavam no refeitório.

Subi as escadas, sentando em uns dos bancos. E abri minha mochila, tirando de lá uma garrafa de vodka. A abri e virei na boca, sentindo minha garganta queimar. Eu queria está inconsciente, a dor sumia e eu não lembrava de nada. Minha mente sóbria me torturava, dia e noite com lembranças.

Eu poderia ser expulsa, por me pegarem bebendo. Mas quem liga? Para mim, era inútil tentar construir minha vida de novo. Talvez hoje, eu tente morrer mais uma vez, e talvez, consiga esquecer a dor pra sempre.

Continuei virando a garrafa, sem me importar se ficaria bêbada ou não. Já perdi muitas aulas, não me importaria de perder mais. Senti minha mente girar um pouco, mas nada demais. Quando acabei a garrafa, senti meu corpo mole e minha mente viajar. Era exatamente isso que eu queria.

Ficar bêbada e não lembrar de nada.

—Charlotte Mason!.—alguém gritou mais eu ignorei.—Charlotte!.

Olhei e era um dos inspetores que vinha até mim.

—O que está fazendo aí? O horário do intervalo já acabou.—apontou para o relógio em seu pulso.

—Ah, entendi...—falei meio embolada.

—O que está havendo?.

—Nada.—me levantei, mas cambaleei para trás, caindo no banco.—Merda.

—Você tá bêbada?.—se aproximou.—Você cheira a vodka, Charlotte! É proibido beber na escola!.

—Eu só queria esquecer, desculpa.—minha voz saiu trêmula, e eu não o encarei.

—Esquecer o que?.—sua voz era confusa.

—A dor.—dei-me conta, que as lágrimas já saiam dos meus olhos.—Pode me expulsar, eu não ligo!.

Me esparramei no banco, encarando o céu. Sentindo que iria cair no sono.

—Charlotte?.—a voz ficou mais longe.