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[ KIM ]

O destino é algo formidável.

Ao ver Eric entrar por aquela porta uma alegria genuína me preencheu. Sei que isso não transpareceu em meu rosto, mas meu corpo estava eufórico.

Saber que há alguém que passa tempo fora do café com Porchay é maravilhoso.

Ele será muito útil.

E, vendo que é Eric o tão amado irmão de Big, sei que ele não está entrando nessa casa por mim. Isso é tão fácil deduzir quanto olhar para um quadro autoexplicativo.

Meu irmão e Pol ainda estavam em pé ao lado dele quando eu me reaproximo.

- Eric.

- Sim?

- Você não tem nenhuma lealdade a mim ou a essa família, não é? – Seu rosto é ilegível mas seu corpo mostra um relaxamento extraordinário.

- Isso mesmo.

- Mas está se voluntariando a ser um de nós por causa de Porchay, não é isso?

- Exato.

- Você cobiça o homem do meu irmão!? – P'Khun se intromete. Por mais que eu saiba a resposta, eu ainda quero ouvir Eric falar.

- Não, eu sou apenas leal à ele. Eu não tive e nunca tirei tais sentimentos por ele. Porchay é meu melhor amigo, e ele me salvou de muitas coisas por mais que ele não saiba disso. Seja lá no que ele se meter, eu irei atrás dele para o ajudar e proteger... Mas há também aqueles dois, senhor Kim, que precisam da minha proteção. Sei que isso é como uma bola de neve. Porchay não entrará só nessa casa mesmo que ele pense que sim, eu, Tee e Nuear estaremos logo atrás dele.

- Então é isso? – Sorri um pouco. Eric não desvia seu olhar do meu e apenas confirma. – Não fique tão tenso, sente-se conosco, já já haverá um alvoroço aqui. Enquanto aquele furacão não chega, quer fazer alguma pergunta?

- Por que Porchay? Claro que P'Big me contou, mas só superficialmente. – Ele não aguarda nem eu terminar minha fala corretamente para dar início a sua pergunta.

- Porchay me salvou.

- Ele também me salvou, nem por causa disso sou obcecado por ele.

- Não? Tem certeza? – Como esperado, ele é só uma criança.

Que tipo de lealdade é essa que o deixa tão cego ao ponto de não perceber que essa lealdade é sua obsessão?

- Eu não sou obcecado por Porchay.

- Eu espero que não, mesmo ouvindo de sua boca que não o deseja romanticamente, eu ainda sou ciumento. – Brinco um pouco e começo a andar em direção a mesa, me sento e espero todos fazerem o mesmo.

- Não somos iguais. – Seus olhos gélidos em minha direção me fizeram sentir como se estivesse olhando um reflexo meu, mas que não era meu corpo. Ele se senta ao a meu lado, numa cadeira reservada a ele.

Meu corpo fica desleixado na cadeira, eu ponho a mão sobre minha boca abafando um riso que teimou em sair.

- Claro que somos. – Quando me ouviu afirmando aquilo, Eric tensionou o rosto ficando visivelmente desconfortável. – A única diferença é o quanto. Eu e você matariamos por ele, não é por isso que está entrando nessa família? Para sujar suas mãos enquanto mantém as dele limpas?

- Sua forma de ver o mundo é realmente estranha... Assim como Chay disse. – Ele finalmente ri, mas é um riso sarcástico.

- Me sinto lisonjeado ao saber que Porchay fala de mim pra seus amigos.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora