[ KIM ]
O céu estava escuro quando abri meus olhos.
Levei dois segundos para entender onde estava e o porquê de estar ali. Um sorriso grande logo pintou meu rosto.
Meu corpo estava sendo abraçado por aqueles braços pouco malhados do meu garoto, seu rosto sereno e respiração lenta me encantaram.
Como eu consegui ficar longe desse ser por tantos dias? Isso parece até um sonho...
Levei minha mão até sua bochecha, apertando-a um pouco, um gemido de protesto deixou seus lábios. Não era um sonho. Eu estava ali com ele, no quarto dele, abraçado com ele, nus depois de nossa primeira vez.
Eu não queria que tivesse sido daquela forma, queria lhe impressionar com um belo jantar e depois lhe dar prazer da forma mais romântica existente, mas Porchay veio pra cima de mim de uma forma tão sedenta... Eu nunca lhe recusaria.
Sorri um pouco, mas parece que a vibração de meu corpo o acordou.
Seus olhinhos semiabertos, seu rosto um pouco amassado e sua surpresa ao me ver ali me fizeram soltar fogos de artifício dentro de mim. Ele estava tão fofo.
- P'Kim – Sua voz manhosa chamou por meu nome enquanto ele se aninhava ainda mais ao meu corpo. – Bem vindo de volta. – Aquelas palavras me pegaram de surpresa, realmente, eu devo ter sido um homem muito bom em minha vida passada para que alguma Santidade me enviasse esse anjo.
- Estou de volta, Chay. – Beijei sua testa e ele grunhiu um pouco.
- Não está com calor? – Ele perguntou, sua cabeça se moveu, seu rosto ficou exposto pra mim de forma completa.
- Não, você está? – Ele confirmou com um mini balançar de cabeça. – Por que não vai tomar banho, uhm? – Lhe dou outro beijo na testa. – Eu fico esperando.
- P'Kim não vai tomar banho? – Sua cara fica confusa.
- Quer que tomemos banho juntos? Tud—
Ele arregalou os olhos e levantou rapidamente, suas pernas tremeram um pouco e ele teve que se apoiar na cama pra não cair.
- N-não quero! P'Kim pervertido! – Ele exclamou e depois andou ligeiramente até uma porta na outra extremamente do quarto.
- Engraçado, não foi eu quem pulou em você hoje, né? – Falei alto suficiente pra ele ouvir, do banheiro ele falou coisas como "Pervertido" e "Cale a boca".
Eu queria tomar um banho também, mas não queria agora então apanhei minha cueca do chão e a vesti.
De pé, eu comecei a reparar na decoração do quarto, a cabeceira da cama estava cheia de Funko's e um despertador, não sabia se era decorativo ao não, nas paredes haviam vários e vários pôsteres de grupos e bandas famosas, novos e antigos.
Na outra parede estava o guarda-roupa, não o abri e apenas segui pra parede onde estava a escrivaninha dele, tinha seu notebook, uns cadernos de matérias diferentes, algumas canetas e lapiseiras também estavam aqui e ali, acima da escrivaninha, tinha uma prateleira, tinha alguns livros que reconheci sendo de romance e outros eu não fazia a menor ideia de que eram.
Mas um objeto perto daquela mesa me chamou atenção, um violão. Era um Giannini preto. Estava posto no suporte e perto dele, na ponta da mesa, tinha uma paleta. Olhando com mais atenção, havia partituras rasuradas dentro do lixinho, e algumas amassadas e outras intactas na mesa.
Eu ia me aproximando pra olhar melhor aquelas partituras quando ouvi a porta abrindo do meu lado, o rosto de Porchay congelou por um momento, até que pareceu perceber que eu não havia visto ainda com atenção, ele aliviou sua feição e andou até o guarda-roupa, tirou uma cueca e a vestiu por baixo da toalha.
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𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]
FanfictionPorchay trabalha de meio período no Bookcoffee do seu irmão mais velho, todos os dias, no mesmo horário, um homem entra e pede a mesma coisa, pega o mesmo livro e senta no mesmo lugar. Até que um dia ele não veio, e Chay sentiu algo que nunca senti...