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[ TEE ]

Nuear... Com ciúmes?

- Isso não é engraçado. – Eu tento o empurrar enquanto falo, porém ele não se mexe.

- Não estou rindo, estou? – Sua feição estava tão séria que pela primeira vez eu vejo o quão assustadoramente lindo ele é. Eu já sabia disso, mas por ele sempre estar fazendo caretas, eu nunca havia reparado em quão másculo era seu rosto enquanto estava sério.

- Ei, qual é... – Estou começando a ficar nervoso. – Somos amigos, não precisa ter ciúmes assim. – Novamente tento o empurrar, e novamente não tenho sucesso em minha ação. – Nuear, está perto demais...

- Te incomoda? – Ele chega mais perto ainda. Nossos corpos estão colados.

É uma aproximação diferente... Ele sempre me abraça porque ele gosta de contato físico, mas agora... Tá diferente.

- Não é isso. – Falo com calma, eu não consigo o olhar nos olhos. – Só... Tem como se afastar um pouco para conversarmos?

- Tee, sobre o que você e Porchay conversaram? – Ele retorna a perguntar sem se afastar de mim, está começando a me irritar.

- Eu já disse que não conversamos nada, caralho! – Levanto meu olhar, seu rosto está tão sério que eu travo por um momento.

A chuva caia fina do lado de fora da casa fazendo um barulho agradável na janela... O quarto está com um tom azulado e está um pouco escuro. Mas eu consigo ver claramente o brilho em seu olhar.

- Eu sei que está mentindo.

- Por que eu mentiria pra você?

- Tee... Desde quando? – Eu travo.

- Do que está falando? – Minha voz sai tremida. Me falta ar.

- Desde quando gosta de mim?

Não.

- Do que... Que história é essa? – Eu sinto o desespero tomar conta de mim.

- Eu sei que você chorou. Porchay deve ter notado algo e ido atrás de você... Ele deve ter descoberto que você gosta de mim.

- Que merda você tá falando? – Eu grito. Eu agarro seus braços, mas ele me abraça com força.

- Desde quando? – Sua voz está tão calma que me assusta.

Eu não gosto desse sentimento... Há um desespero se criando dentro de mim que eu sinto ele esmagar todos os meus órgãos.

- Eu... Está enganado, eu não gosto! – Eu nunca tremi tanto em minha vida. Esse é o tão famoso “ataque de pânico” que as pessoas falam na internet?

- Eu sei que gosta.

- Pare de ser tão convencido! Por que está agindo assim? Você não é assim! – Me remexo mais um pouco em seus braços.

- Tem razão. Eu sou pior... Só porque eu gosto de coisas fofas não quer dizer que eu seja fofo por dentro também. Quando se trata disso... – Sua mão desce por minhas costas. – Eu posso ser ruim também.

- E-está mentindo... Por favor, para... – Ele suspira e finalmente se afasta. Eu não consigo entender. Meus olhos estão molhados de novo. Ele enxuga minhas lágrimas que descem por minhas bochechas. – Por que está fazendo isso comigo? – Eu o olho, tento procurar algo que me diga que ele está fazendo alguma piada de péssimo gosto ao dizer e fazer essas coisas. Mas não encontro nada.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora