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[ PORCHAY ]

O dia no colégio foi normal, tirando o fato que agora éramos um quarteto com um casal inserido.

Meus amigos agiram como normalmente, mas sempre que Tee chegava perto de Nuear, nosso Lil'Norte ficava vermelho e se escondia atrás do Eric, isso fazia com que Ric desse boas risadas da cara do namorado do nosso amigo, que também era nosso amigo.

Eric perguntou se eu queria carona pra casa, mas P'Kinn já havia me informado que ele viria, então eu neguei.

Quando P'Kinn chegou eu me apressei para irmos pra casa.

- Como foi o dia na escola?

- Foi diferente, P'! Tee e Nuear estão namorando, eu e Eric não paramos de comemorar sobre isso! – P'Kinn faz uma cara de confuso, algumas vezes eu esqueço quão esquecido ele é.

- Tee eu sei quem é, agora Nuear é qual dos outros dois mesmo?

- Nuear é o alto fofo. – Eu falo sorrindo e ele sorri também.

- E o outro é o Eric, não é? O que veio buscar você hoje.

- Isso mesmo. Eu não consigo entender como P'Kinn é tão ruim com rostos e nomes.

- O único rosto e nome que eu preciso me lembrar é o do seu irmão... Ah, e o seu, claro. – Ele retira uma das mãos do volante e bagunça meu cabelo.

- P' você não tem irmãos?

P'Kinn não fala sobre sua família, a única coisa que eu sabia era que ele não se dava bem com o seu pai, só isso. Agora se ele tinha mãe ou irmãos e irmãs, eu não sabia.

Também nunca senti vontade de perguntar já que meu cunhado me tratava com muito amor e carinho.

- Eu tenho dois. Um mais velho e um mais novo, o mais velho está quase perto dos trinta e cinco e é um homem que gosta de festas e bebidas. – Seu sorriso abre enquanto ele fala, pelo visto ele se dava bem com o irmão mais velho. – Enquanto o mais novo... Não nos damos muito bem, temos interesses muito semelhantes e isso já criou algumas desavenças. Ele é como uma cópia minha e do nosso pai, o que resultou em ele ser bastante difícil de lidar, mas ele é um homem bom, eu sei disso. Ele cumpre o que fala e é bom em lidar com hierarquias e essas coisas.

- P'Kinn disse que não se dá bem com ele, mas parece gostar muito dele. – Menciono olhando pra estrada.

- Bom, é meu irmão, eu o amo. Mas ele não é o tipo de pessoa que eu quero conviver... Ele é complicado demais.

- Se P'Kinn diz, então deve ser. – Eu solto uma risada que logo é acompanhada por ele. – E irmãs?

- Eu não tenho irmã, minha mãe morreu antes de talvez realizar esse feito.

- Eu sinto muito P'. – Vejo meu cunhado olhar pra mim com uma expressão calma e serena como sempre.

- Não sinta, ela morreu alguns anos depois de dar a luz ao meu irmão mais novo, então todos nós temos poucas lembranças dela. A única coisa que eu sei é que ela era uma beleza tão única que fez com que meu pai a cortejasse.

- Parece que foram felizes enquanto ela estava lá.

- Realmente fomos.

Meu irmão tinha onze, quase doze anos quando nossos pais morreram, eu só tinha dois, então comparado ao meu irmão, eu não sabia de nada sobre nossos pais.

Meu irmão sempre visita seus túmulos no aniversário de morte deles. Ele sempre carrega uma feição orgulhosa e amorosa quando o faz... Ele sempre faz os mesmos discursos.

“Mãe, pai, estou cuidando de mim e do Porchay com carinho.”

Ele sempre conta como está nossa vida e se houve grandes mudanças. Algumas vezes é como se eu realmente visse meu irmão conversando com alguém... Em toda a casa, só há uma foto de nós quatro juntos. E meu irmão sempre cuidou muito bem dela.

Eu tenho P'Porsche, P'Kinn tem esses dois irmãos, P'Macau tem P'Vegas e vice versa. Meus amigos, excerto Nuear, também tinham seus irmãos.

Me pergunto se aquela pessoa tem uma família grande ou se ele é filho único.

Eu quero tanto falar com ele que quero chegar o quanto antes em casa. E isso não demorou muito para finalmente acontecer.

O café parecia bem movimentado, eu deixei meus materiais com meu cunhado para que ele os deixasse em minha casa enquanto eu ia para os fundos do café para me trocar.

Vejo P'Pete e meu irmão fazendo algumas decorações em alguns cupcake's.

- Bem vindo de volta. – Eles falam assim que me vêem.

- Cheguei. – Com um wai e pernas correndo para o vestiário eu me despeço deles. Após me trocar eu ando para fora da cozinha.

P'Macau estava sentado atendendo alguns pedidos, seu pé ainda estava um pouco inchado, eu espero ele terminar um atendimento e logo chego perto dele.

- P', você não quer descansar? – Seu olhar suplica e eu meio que já tenho minha resposta.

- Chay~ – Sua voz sai arrastada enquanto ele se levanta e agarra meus ombros. – Por favor, tome conta por hoje.

Apenas concordo com a cabeça e vejo ele mancar para dentro da cozinha. Eu sorri um pouco. Há mais ou menos meia hora até o horário que eu estou aguardando.

Eu quero que ele venha.

Acontece que enquanto eu faço as tarefas, os minutos se passam e ele não chega.

Eu estou começando a me sentir estranho novamente, eu olho para a porta toda vez que o sino toca, e toda vez sinto meu coração pesar ao ver que não é ele quem está entrando.

Mas ainda assim, estou aqui para ajudar... Ainda mais agora com P'Macau doente.

Por sorte, P'Arm estava ajudando monstruosamente como sempre.

Eu atendo mais alguns pedidos e vejo algumas mesas vazias.

Ah, era cinco da tarde.

Ele não veio...

Eu estava limpando uma mesa, eu sabia que estava distraído. Mas não sabia que era tanto...

- O trânsito estava horrível hoje. – Aquela voz preenche meu coração.

Eu não sei como ele faz isso, mas hoje novamente eu não ouvi o sino tocar.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora