𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]

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Algumas vezes não conseguimos suportar grandes emoções que surgem do nada.

A notícia do falecimento de um ente querido, alguma doença ou outras demais coisas.

Há muitas formas de explodir. Explodir em muitas diferentes emoções, de felicidade, de tristeza, de raiva e de desespero...

Nunca houve um dia que Porchay esteve em desespero e se sentindo corroído por dentro como naquele instante que ele percebeu quem estava naquela sala.

O coração chegou a errar algumas batidas fazendo com que seu peito se espremesse em dor e lhe faltasse ar por alguns momentos e isso fez seus pulmões arderem em chamas. Seus olhos estavam olhando em todas as direções e seus pensamentos estavam tão nebulosos quanto o topo de uma montanha depois de uma tempestade.

Porchay estava tremendo e quando viu seu melhor amigo na sala tudo de pior passou por sua mente. Mas nenhuma das sugestões parecia cabível naquele instante.

Seu P'Kim não teria porque sequestrar ou fazer mal aos seus amigos, seu P'Kim não era um homem mau sem coração a ponto de fazer aquilo. Ele se recusava a crer nisso.

Mesmo que ele tivesse pedido por uma explicação, todos na sala estavam o olhando de forma tristonha e com alguns olhares vazios.

A raiva foi subindo ao ver que todos apenas o olhavam e não falavam nada mesmo que algum tempo já tivesse se passado desde que ele houvera chegado no local.

Pol, que estava atrás dele naquele momento, colocou uma de suas mãos calmamente no ombro do menino e quando Porchay se virou para olhar o maior, Pol sorriu em sua direção e balançou a cabeça como quem dissesse: Vá em frente.

Porchay não sabia se era porque Kim havia lhe dito que Pol nunca lhe faria mal, mas Porchay sentiu uma conexão com ele tão grande que ele simplesmente entendeu o toque do outro... Era como se fosse um outro irmão mais velho, lhe protegendo e o guiando para o caminho certo. Era como Kinn e Porsche, assim como Vegas, Pete, Macau e Arm.

O menino respirou fundo e andou até seu melhor amigo, os olhares grudados nele e em cada passo que ele dava.

Ao lado de Eric havia esse homem estranhamente familiar para Porchay, seu rosto era único demais para ser esquecido, mas ele não sabia em que momento havia conhecido aquele ser.

Eric se aproximou de Porchay e, sem dizer nada, o abraçou por um momento. Um abraço que fez com que Porchay sentisse que ele estava ali por algo maior, e fez com que Chay entendesse que Eric estava ali por vontade própria.

Um peso enorme saiu de seu coração com aquele entendimento, mas o sentimento de remorso por duvidar de seu P'Kim pegou uma parcela do coração para si.

Após se afastar, as primeiras palavras ditas na sala depois das de Porchay foram as de Eric.

- Chay, todos nós temos uma coisa pra te contar hoje. Eu que pedi que o trouxessem aqui, eu sei que você será capaz de lidar com isso. – Eric passou a mão pelos cabelos do menino. – Há tanta coisa a ser dita que eu quero dizer a menor de todas nesse exato momento. – E então Eric se afasta e estende a mão para o homem que estava ao seu lado anteriormente, sorrindo assim que esse chegou ao seu lado. – Quero que conheça meu irmão mais velho, aquele de quem eu sempre falo. Porchay, esse é P'Big, meu irmão mais velho, e ele é braço direito do senhor Kim, foi uma surpresa descobrir isso, e eu sinto muito por esconder, eu não podia falar sobre ele assim abertamente. – A voz do garoto era calma e passava a Porchay um sentimento genuíno de amor e compaixão, assim como o temor de estar contando aquela verdade assim. – Eu soube desde o início, mas como minha família está sob a proteção desta Casa, eu não podia falar nada, apenas pude sentar e assistir você e o senhor Kim se apaixonando. Eu sabia que tipo de trabalho era o dele o tempo todo, eu sabia de tudo, e ainda assim não lhe contei porque eu queria ver até onde aquilo iria... Porque você se tornou namorado dele, eu vim pedir para entrar na Família para te acompanhar. Meu irmão está me ajudando desde pequeno, quero isso para retribuir tudo que ele fez por nós também. – Porchay escutava com atenção, seu coração estava leve, ele não sentiu raiva do seu amigo por esconder aquilo dele, na realidade ele estava aliviado de Eric não ter lhe contado nada, se ele houvesse contado, Porchay nunca teria conhecido o verdadeiro Kimhan. – Me perdoe por esconder isso de você, mas eu estarei ao seu lado mesmo que me odeie a partir de agora.