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[ KIM ]

- Como você ousa me pedir uma coisa dessa? Eu te chamei aqui pra me ajudar a protegê-lo! Eu não irei entregar ele a você! – Meu cunhado ainda tentava avançar em minha direção, por sorte meu irmão o segurava.

- E eu irei protegê-lo, se você deixar eu me aproximar dele... Que tal se acalmar e se sentar? Quero conversar civilizadamente, afinal, somos uma família. – O encarei deixando bem claro o que deveria ser feito.

Meu irmão me olha, seu rosto expressando pura dúvida. Ele mantém seu olhar no meu por alguns momentos até se virar para seu namorado que estava parado em seus braços nesse momento.

- Porsche, meu amor... – Ele agarra o rosto de meu cunhado e o vira para si. – Vamos ouvir o que ele tem a dizer, uhm? – Porsche hesita um pouco, seu rosto ainda vermelho se vira com raiva em minha direção.

- Eu vou ouvir o que você tem a dizer, mas se eu não gostar do que ouvir, eu juro que vou te bater até você ficar inconsciente. – Ele é guiado por P'Kinn para voltar a se sentar no mesmo lugar de antes.

Eu me escoro na cadeira de forma desleixada, passando meu dedo pela asa da xícara.

Eu queria acabar logo com aquilo, eu já sabia quem era o menino, mas esse era o problema que eu tinha pra resolver agora.

Se fosse outro alguém, sequestrar essa pessoa não seria um problema. Eu poderia fazer com que seu nome nunca tivesse existido. Mas acontece que ele era irmão mais novo do meu cunhado.

Porsche entrou na família por ter salvado P'Kinn certa vez, ele foi arrastado lá pra dentro. A única coisa que ele sempre pediu foi a proteção do seu irmão e o anonimato para que as famílias inimigas da nossa não pudessem associar Porchay a Porsche.

Porsche se mostrou alguém capaz de tudo por aqueles que amava. Ele arruinou seus próprios princípios e traiu a si mesmo por amor ao meu irmão.

Tentar deixá-lo me aproximar do irmãozinho que ele tanto protegeu não vai ser fácil. Mas, assim como ele conseguiu sair da familia, não vai ser impossível. Eu só preciso acertar onde parece doer.

- Porsche, eu sei o quanto você ama seu irmão, você até mesmo já matou por ele... Mas Porchay não sabe disso. – Ele me olha em descrença. Apenas continuo a falar. – Não estou dizendo que irei revelar a ele seu passado. Sei que ele não sabe de nada sobre P'Kinn, você até mesmo escondeu isso dele... P'Khun tem a boca grande, ele fala bastante sobre vocês toda vez que volta pra casa. Vocês sabem como eu me sentia em relação a Kris, mesmo que eu não o amasse romanticamente, ele era tudo pra mim. Mas naquela noite no beco, quando Porchay me ajudou, eu me senti diferente. – Novamente ele muda seu expressão, agora estava com nojo. Que divertido.

- Você está dizendo que ama Porchay? – Meu irmão interrompe.

- Eu nunca disse isso. – Falo simplório. – Eu apenas sinto uma necessidade de tê-lo ao meu lado. O olhar que ele me deu naquele beco acendeu coisas em mim que eu jamais pensei em sentir. Porsche, já está claro que você não irá me dar seu irmãozinho... Então deixe-me pedir algo parecido, mas diferente.

- O que quer dizer com isso? – Ele finalmente alivia sua feição, me perguntando depois de uma pequena pausa.

- Porchay não sabe da nossa existência, certo? Minha, do P'Khun... Da Família Principal no geral. – Ele concorda. – Bom, não precisa dizer a ele. Eu lhe darei toda a proteção que deseja, pra vocês e pra Vegas, Pete e Macau, mas em troca; – Eu paro a fala, ele me olha intensamente. Aquele olhar com certeza poderia fazer com que pessoas normais abaixassem a cabeça com medo. – Me deixe me aproximar de seu irmão. Eu não direi quem eu sou, ele não vai saber que P'Kinn é meu irmão, ele não vai precisar saber de nada sobre nosso mundo. Ele vai viver sua vida normalmente, mas em troca, não interfira na minha aproximação. 

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora