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[ AUTORA ]

O som do alarme de tufão ecoou pelos corredores do colégio.

Mais cedo naquele dia, parecia normal. Nada como se um tufão estivesse se aproximando, mas o real alerta soou quando estava próximo das duas da tarde.

O grupo de quatro amigos aflitos estavam ainda mais aflitos depois que todas as janelas e portas foram fechadas e o céu escureceu como breu.

- Pedimos a todos os alunos; calma! O tufão está se aproximando, permaneçam todos em sala, se escondam debaixo das carteiras e fiquem juntos, não saiam da sala nem abram as entradas. Um tufão se aproxima.

A voz da diretora soou pelos alto-falantes espalhados pelos prédios.

O vento forte fazia uivos entrarem na sala, o grupo de quatro amigos juntaram suas carteiras e sentaram debaixo delas.

Nuear teve que ficar um pouco deitado no corpo de seu amante, pois como era muito alto era difícil ficar sentado no chão naquela situação.

As linhas telefônicas e redes de Wi-Fi estavam todas fora do ar. Era impossível se comunicar.

Não havia como não se sentir aflito daquela forma.

Todos tinham certeza que o tufão passaria por ali em apenas alguns instantes.

Enquanto o alerta não paresse de soar nos ouvidos de todos, não era seguro levantar.

Era a primeira vez que todos daquela sala presenciavam aquilo. Os murmúrios dos adolescentes entravam pelos ouvidos e circulavam nas cabeças das outras crianças, era um amontoado de medo e temor.

Eric estava calmo, ele alisava seu pingente de coração com adagas enquanto mantinha um olhar sereno. Todos sabiam em quem ele estava pensando.

Tee e Nuear estavam abraçados e se confortando através de carícias.

Porchay, por outro lado, segurou o colar que Kim houvera dado. Algo na sua cabeça deixava claro que ele não voltaria para sua casa aquele dia.

Meio que todos sabiam.

- Alunos, por favor, mantenham-se juntos, o tufão se aproxima e chegará até nós a qualquer instante. – Novamente a voz da diretora soou nos alto-falantes.

Tee, Nuear, Eric e Porchay deram as mãos. Cada palma evidenciava o nervosismo pois estavam frias, tão frias que pareciam pertencentes a cadáveres.

- Tee... – Nuear chamou. – Estou com medo...

- Shiuu – Tee puxa o namorado, o abraçando ainda mais. – Eu estou aqui, babyboo, não precisa ter medo.

- Nós todos estamos juntos, não há o que temer, Nu. – Eric fala com firmeza, o olhar ardente enquanto fingia estar tudo bem.

Uns vinte minutos depois, a ventania era forte. As janelas faziam barulhos tão altos que os meninos espremeram os olhos e seguraram as mãos com mais forças.

Ouviram-se barulhos de destelhamento, alguns gritos e a chuva forte batia nas paredes de forma ruidosa.

O grupo então desistiu de segurar as mãos e se abraçaram como podiam, mas ainda de olhos fechados.

Em algum outro momento, a luz foi-se embora, agora não só o céu, mas agora Bangkok estava um breu. O susto foi enorme que fez gritos ecoarem por todo o edifício.

- Tee! – Mesmo abraçando seu amado, Nuear ainda clamou por ele.

- Eu tô aqui. – Tee sussurrou no ouvido de Nuar, deixando-o mais calmo.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora