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[ PORCHAY ]

Os dias foram se passando e a saudade que eu sentia dele foi aumentando.

Depois desse semana, Nuear, Tee e eu voltamos a nossa programação normal no colégio, Eric conseguiu o atestado de mais uma semana, a desculpa dada e forjada por P'Arm foi que Eric teve um acidente doméstico e lesionou a coluna, claro que apenas nós sabíamos a verdade e isso nos corroia.

Nós batalhamos duro pra voltar a nossa rotina.

E naquela segunda semana, conseguimos.

Enquanto nós três estávamos no colégio Eric não deixou brecha para infelicidade, nos enchendo de mensagens e piadas. Ele foi um suporte e tanto pra nós.

No final de cada dia escolar, eu voltava pra casa e ajudava no café... Não era a mesma coisa.

Aquela mesa que ele sentava ainda estava ali, mas invés dele, outras pessoas ocupavam seu lugar, fazer o mesmo café que ele sempre pedia era uma luta; eu me controlava para não chorar.

Eu ainda guardava o mesmo livro no balcão, a página marcada não foi mexida e ele até pegou um pouco de poeira.

Eu ainda mandava mensagens mesmo sabendo que estava bloqueado, mas eu queria sentir que de alguma forma ainda estava conectado a ele.

Quando terminava meus turnos no café, ia pra casa acompanhado de meu irmão e meu cunhado... Após o incidente eles estavam conversando sobre P'Kinn se mudar para nossa casa e eles chegaram a conclusão que estava na hora de juntar todos os caquinhos e formar a nossa dita família. Aos poucos ao longo dos dias, a nossa casa tomou um ar diferente com a chegada de P'Kinn, claro que não mudou muita coisa, ele já quase morava aqui mas... Agora ele de fato morava aqui.

Ele ainda me levava e buscava da escola, me fazia sorrir e me descontrair dos pensamentos. Era o P'Kinn que eu conhecia antes daquele homem chegar em nossas vidas.

Nas noites gélidas, meu corpo se incendiava com meus próprios toques e mormuros chamando por seu nome.

No primeiro dia seguinte ao que me toquei pensando nele, pensei que foi a maior vergonha que eu havia feito, mas as chamas ainda estavam dentro de mim, presentes em cada noite e eu só conseguia dormir após cada toque que me cansava.

Se você me perguntar como eu me sentia em relação ao fato que matei Kris, eu lhe diria que não sentia nada. Como naquele dia eu não conseguia sentir nenhum tipo de remorso ou agonia de ter matado ele.

Nem mesmo meus amigos me olharam diferente em relação a esse fato, então porque eu deveria?

"Ele não teve mais do que mereceu"; meus amigos disseram.

Novamente os dias foram passando na maior calmaria, até parecia que Kimhan Theerapanyakul não existia.

Mas é claro que esse pensamento não existia na minha cabeça, cada segundo sem ele era uma tortura, ele ainda existia em cada memória guardada em mim.

Mas eu só esperei.

Não podia fazer mais nada...

E esperando, um mês se passou.

[ KIM ]

Do anúncio de minha partida até o dia seguinte, eu quase me descontrolei.

Ver Porchay saindo por aquela porta sem hesitar foi um choque que eu não gostaria de sentir.

Mas se eu o envolvesse mais ainda naquele ponto, ele seria morto e eu nem veria.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora