𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]

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[ PORCHAY ]

Um teto diferente do qual estou acostumado e um peso por cima de meu corpo, me deixam paralisados por um momento.

Olho para o lado apenas para ver persianas automaticamente subirem revelando um céu um pouco alaranjado no horizonte. É cedo ainda.

O frio do quarto faz meu nariz queimar um pouco, tento me ajeitar apenas para ter o reforço mental que há algo me abraçando... Melhor, alguém.

Seus olhos estavam fechados e ele usava uma força leve para abraçar o tronco de meu corpo, sua respiração alertava que ele ainda estava dormindo, não era pra menos, havia bebido muito no dia anterior e durante a noite... Foi intenso enquanto durou.

O ardor sobe meu corpo ao lembrar as coisas safadas que fiz e disse noite anterior. Não pude deixar de me revirar na cama, mas aquele alarme todo fez a pessoa dormindo abrir os olhos aos poucos, sem me largar, ele me puxa ainda mais em sua direção.

Seus olhos sorriem quando um leve riso pinta seu rosto que está tão lindo logo depois de acordar.

Eu sinto meu rosto vibrar em vermelhidão, mas ele parece tão sereno ao acordar ao meu lado que isso me deixa ainda mais desconcertado.

- Bom dia, Chay. – Céus, a voz profunda dele invade meus ouvidos e faz meu corpo se arrepiar de uma maneira muito boa de sentir. Ele se aproxima e deposita um cheiro em minha bochecha.

- P'Kim! – O repreendo tentando me afastar um pouco, mas obviamente não tenho sucesso em minha ação. Enquanto tento lutar ele apenas sorri e fica me olhando com aqueles olhinhos brilhantes.

Quando percebo a forma que ele está me olhando, eu vou parando de me debater ao poucos.

Um olhar como aquele, eu nunca imaginei que alguém me olharia assim. Nem em mil anos eu poderia pensar que alguém me olharia com tanta ternura e amor explodindo em brilho daquela forma.

Os olhos dele estavam iguais a um céu estrelado por mil estrelas. Tão lindo que eu me perguntei se não era ali que nascia a galáxia.

Sem saber explicar meus próprios movimentos, eu me aproximo dele e deposito um selinho em seus lábios.

Ele me olha surpreso, mas sorri logo em seguida e me retribui o selinho.

- Você é tão fofo, Chay. – Novamente, seu corpo abraça o meu.

- É só que P' estava me olhando de um jeito diferente. – Falo com calma enquanto me aninho em seus braços.

- É porque é a primeira vez que me sinto completo. Graças a você eu consegui o que um dia eu pensei ter perdido. – Ele se senta na cama se encostando na cabeceira e me puxa para ficar abraçado em seu corpo.

O céu a nossa frente estava lindo com o nascer do sol, resplandecia aquele momento único que estávamos tendo.

Acordar ao lado dele e ter uma conversa me dava um sentimento grandioso demais para manter dentro de mim, transparecia por todo meu corpo com arrepios.

- O que P' achou que havia perdido? – Eu escoro meu rosto em seu peito desnudo com um pouco de vergonha, e pergunto virando meu rosto para cima.

- A felicidade. Eu pensei que fosse feliz antes de te conhecer, mas tudo aquilo era só uma projeção do que eu interpretei como felicidade. Nada era real, era só... Era só um corpo respirando e tendo uma rotina dura. Nada mais do que uma carcaça ou um zumbi. – Seu olhar ficou fixo na janela olhando pra o horizonte.

Um aperto tomou meu peito em pensar em como era sua vida antes de mim.

Ele sempre me chama de anjo e coisas assim mas eu nunca parei para pensar no quão grande eram essas palavras.