× 32 ×

1.2K 120 25
                                    

》AVISO GATILHO: Esse capítulo pode vir a deixar os leitores desconfortáveis por via de descrição de tortura semi-detalhada. Se for muito sensível, peço que leia com cuidado. Beijos 💕.

[ ERIC ]

Quando meu irmão tinha onze anos, eu estava prestes a fazer um.

Eu nasci na Tailândia mas fui criado na América. Nossa mãe é Americana, mas após engravidar de P'Big ela fugiu com nosso pai para as favelas de Bangkok.

A vida era dura, mas eles suportaram bem até o ponto que nossa mãe engravidou de mim. Se três bocas já era difícil, a quarta só traria mais prejuízo. Foi vendo aquela situação que meu irmão decidiu entrar para máfia.

A condição? "Esconda e proteja minha família."

Nós adotamos o sobrenome de solteira da nossa avó, ela já havia falecido então estava tudo certo. Nutthasid se tornou nosso sobrenome oficial para que não fossemos encontrados com facilidade.

Conforme eu crescia, via minha mãe sempre calada e tristonha, ela sempre estava aflita e nervosa com seu filho mais velho. Ela vivia se perguntando como ele estava naquela época já que ele não entrava em contato nem ao menos nos visitava. Eu pensei que meu irmão mais velho era ignorante e estava nos afastando de si. Eu não entendia nada.

Até que no meu aniversário de oito anos, quase dez anos atrás, um jovem adulto de dezoito apareceu em nossa porta.

Nossa mãe quando o viu caiu em lágrimas e quase desmaiou de emoção, nosso pai não se aguentou também e chorou como nunca antes. Eu não entendia bem o porquê já que eu não sabia quem era aquele rapaz; mas ele me estendeu sua mão e me deu um presente que carrego comigo até hoje. Um colar com um emblema de espadas cruzadas em um coração. Ele falou comigo gentilmente e me pediu perdão pela demora.

De alguma forma meu coração entendeu quem era aquele menino e desabou em desespero.

Mas, depois de um ano, eu pensei seriamente se nossa maior desgraça não foi sua visita naquela época.

Meu irmão que já havia feito seu nome naquela casa, era conhecido pelos inimigos de seus chefes, e por infelicidade do destino, eles vieram atrás de nós. Nossos pais receberam a notícia que o filho mais novo havia sido sequestrado e que só o devolveriam se caso Big desistisse da Família Theerapanyakun e os servisse.

Bom, obviamente era eu.

Foram longos três dias sendo abusado por aqueles homens até que meu irmão e a Família Principal vieram me resgatar.

Esse acontecimento não foi esquecido pela Família, essa que decidiu que seria uma boa ideia me treinar e não cuidar do meu psicológico.

Após dois dias depois de ser salvo, uns homens vieram e me disseram que eu seria treinado feito meu irmão, disseram que era uma medida de segurança para quando acontecesse de novo.

Quando acontecesse de novo.

Impressionante esse pensamento, não?

Mas eu passei pelo treinamento com apenas nove anos.

As visitas de P'Big ficaram mais frequentes, ele vinha nos visitar pelo menos uma vez a cada dois ou três meses. E todas as vezes que ele vinha me visitar eu lhe questionava o porquê de eu, uma criança, estar passando por aquilo. Meu corpo estava sempre coberto de hematomas, sempre doía e era difícil de andar, não passava de um espancamento diário e ofensas que diminuíam meu ser. Ele sempre me dizia que um dia eu entenderia, pois ele estava fazendo aquilo por amor. Amor a quem? Pois a mim não era... Era o que eu pensava.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora