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[ PORCHAY ]

Ouvir aquelas palavras de alguma forma deveriam ter me pegado de surpresa... Mas de alguma forma eu não me sentia assim.

Eu apenas tive um breve susto quando ele falou "criminoso" mas passou logo em seguida, pois era isso mesmo que um mafioso era. Um criminoso.

- Não está com medo? – P'Kim termina nosso silêncio.

Eu o olho por uns instantes e tento pensar o quão grande isso pode ser.

Me envolver com ele pode ser a coisa errada, mas eu já decidi que iria seguir meu coração não importasse quais fossem as consequências dessa escolha.

Ele disse que faria qualquer coisa por mim e que nunca me afastaria.

São frases que carregam um peso grande demais que eu sequer posso mensurar.

- Estou. – Seu olhar vacila, deu pra notar.

- Então é isso... – Seus punhos se fecham, seu maxilar trava e seu rosto fica sério demais.

- P', não me corte, por favor. – Encima da mesa também havia um arranjo de Peônias Rosas, eu sorri ao olha-las e voltei a falar; – Estou com medo pois não sei o que deveria fazer como namorado de um mafioso. Sei que estando envolvido com você, também estarei envolvido com essas coisas. – Ele me escuta atentamente e seu olhar estava suavizado. – Meu irmão também se envolveu com gente errada, então eu meio que sei quais são as consequências disso. Mas eu vou continuar ao lado de P'Kim, pois meus sentimentos vieram de quem você é de verdade. Eu vejo o verdadeiro P'Kim, não o P'Kim mafioso, criminoso ou seja lá quem você for no trabalho, mas eu vejo o P'Kim que você decidiu me mostrar. E foi por esse homem que eu me apaixonei. – Eu me levanto e ando até seu lado, ele se levanta e fica frente a frente comigo. – Se eu pedir a P'Kim para me mostrar quem realmente é, você o faria?

- Eu já estou lhe mostrando quem eu realmente sou. O eu que estava perdido dentro de mim mesmo e que você trouxe pra fora aos poucos no momento que te vi. – Ele acaricia meu rosto enquanto fala.

É um momento de verdades, eu não posso mostrar um lado vulnerável a ele, ele pode mal-interpretar.

- P'Kim realmente é um criminoso?

- Sim, sou. Eu já nasci numa família de mafiosos, não havia como escapar, mesmo se não tivesse sangue em minhas mãos eu ainda seria taxado como um deles por ter nascido lá dentro. É assim que funciona.

- P'Kim tem sangue nas mãos?

- Eu tenho. – Sua voz mesmo que seja a mais bela de todas e calorosa aos meus ouvidos, foi a primeira vez que eu realmente senti que ela era gélida como uma noite sem lua.

Mas novamente, era de se esperar.

- P'Kim, não quer me contar sua história? Eu irei ouvi-la... – Eu, acariciando seu rosto, falo com calma.

Ele sempre me direciona um olhar feliz e animado, algumas raras vezes eu vi um olhar morto em seu rosto, ou um olhar que emanava ódio e tristeza.

- Eu não quero te contar toda minha história agora, mas há algo que eu sempre quis contar e acho que agora é o momento, porque sinto que não irá me deixar.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora