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[ PORCHAY ]

Foi estranho que pela primeira vez em muito tempo eu tive que pegar o ônibus para ir pra escola.

E foi mais estranho ainda sentar sozinho na carteira pois Eric havia faltado, e o pior, ele não havia avisado nada.

Nuear e Tee estavam preocupados assim como eu e cada um de nós enviou uma mensagem tanto no privado dele quanto no nosso grupo, mas as mensagens nem sequer chegaram.

O dia passou estranhamente lento, depois de tanto tempo tendo toda aquela ânsia de chegar em casa, eu hoje estava pensando demais em porquê meu irmão e meu cunhado foram chamados por meu sogro e meu namorado.

Eu jurei a mim mesmo que ligaria pra P'Kim assim que chegasse em casa naquela tarde.

Mas tudo estava contra mim nesse dia. O ônibus atrasou e eu só cheguei na escola quase no segundo tempo e levei uma represália por isso. Eu expliquei e foi por pouco mas consegui fugir de um castigo. Durante o dia meu humor estava tendo altos e baixos, no almoço quase não consigo comer e tudo isso só acumulou ainda mais aquele sentimento angustiante que estava crescendo em meu peito.

Eu sempre fui um menino obediente, obviamente não era agora que eu iria mudar, então eu tentei me acalmar e fiquei pensando que tudo isso seria recompensado no final do dia quando eu estivesse falando com P'Kim.

- Eric tem estado estranho ultimamente, não acham? – Nuear fala enquanto saímos da sala carregando nossas coisas, finalmente estávamos indo embora. Eles estavam me acompanhando até o ponto de ônibus fora do colégio pois eles estavam esperando P'Ta, irmã mais velha de Tee, vir buscar eles.

- E houve alguma vez que ele não fosse? – Tee comenta enquanto olha pro celular.

- Você fala assim mas está cheio de preocupação. – Seu namorado retruca.

- Claro que sim, eu sou amigo daquele louco, então estou preocupado, mas isso não o inseta de ser estranho sempre.

- Acho que deve ter acontecido algo... Ele nunca faltou. – Eu cruzo os braços e me escoro na parede do ponto de ônibus.

- Só espero que não tenha sido nada demais. – Nuear comenta e todos nós nos surpreendemos quando vimos um carro de luxo estacionar perto de nós.

Olhamos em confusão, aquele não era o carro de P'Ta.

Um homem trajado todo de preto desce do carro e anda até nós. Inconscientemente nós todos nos afastamos.

- Você que é o Porchay, certo? – Ele fala quando para na nossa frente.

O homem tinha a pele um pouco bronzeada muito similar a minha, lábios carnudos, um nariz grande assim como seus olhos redondos, ele tinha um cabelo extremamente negro que fazia sua aparência ser ainda mais assustadora. Ele tinha um corpo enorme e sua voz era profunda.

Porém algo em seu terno preto me chamou a atenção. Um emblema.

- Esse broche... – Falo inconscientemente. Aquele broche tinha o mesmo emblema que o anel de P'Kim.

- Meu nome é Pol, eu trabalho pra o senhor Kim, estou aqui para buscar-lo e levá-lo até a residência do senhor Kim, seu irmão e seu cunhado estão lá o aguardando. – Eu me lembro desse nome e automaticamente meu semblante fica branco.

Pol, o torturador.

Ele me olha com indiferença e então se curva respeitosamente. Assim que ele levanta a cabeça ele se vira para os outros dois presentes e dá um aceno de cabeça, Tee e Nuear não entendem, mas fazem o wai na direção do homem.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora