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[ AUTORA ]

Do lado de fora do café, ouviram-se gritos desesperados e pancadas abafadas.

Porchay tapou os ouvidos ao ouvir Nuear gritar e chorar pelo amigo que estava claramente sendo esmurrado.

Big contorceu seu rosto ao ouvir os barulhos mas nenhum som de seu irmão.

Todos voltaram a atenção para a porta quando a mesma se abriu e revelou um garoto de rosto bonito cheio de lágrimas e respiração descompassada.

- Podem voltar. – Nuear chamou por todos.

Os passos apressados de Porchay o fizeram chegar na porta antes de todos e seu corpo quase voltou para trás quando viu o estado que estava um de seus melhores amigos.

Big chegou por trás do garoto e viu seu irmão com o rosto sangrando e as roupas completamente acabadas. Havia um pouco de sangue na roupas dos outros dois rapazes e nas mãos de Tee e em seu rosto também.

O homem não disse nada e apenas andou até seu irmãozinho avaliando sua situação. Felizmente, Tee ouvira o pedido de Porchay e não quebrou nada no amigo.

Todos voltaram e se sentaram em seus respectivos assentos enquanto Big ainda estava ao lado de Eric, com um lenço retirado de seu bolso, ele limpou as feridas do irmão e sorriu em sua direção.

- Há quanto tempo não apanhava assim? – Perguntou Big e Eric sorriu ladino pra ele.

- Faz um tempo. – Com um balançar de cabeça ele continuou. – Tinha esquecido de como dói.

- Sinto muito interromper esse momento, Big, mas há o que conversarmos aqui. – Kim sinalizou ao homem que apenas confirmou e entregou o lenço na mão do irmão.

Big seguiu para seu lugar, ao lado de Kim, e esperou.

A sala estava silenciosa, Nuear estava visivelmente abalado enquanto Tee estava mais calmo e cheio de perguntas.

Mais uma vez, era uma hora de revelações.

Porchay já houvera estado nessa situação uns dias atrás, e agora era a hora de seus amigos, pelo próprio bem deles.

Kim se prontificou em ficar em pé na frente dos três adolescentes, esperou mais uns momentos e em seguida começou;

- Eric falou de nós? – Impossibilitados de falar algo, Tee e Nuear apenas confirmaram. – Certo, isso já me ajuda a continuar a história. – Ele puxou uma cadeira e se sentou, era como se estivessem apenas eles quatro na sala, a atenção de Kim voltada para aqueles três, e os três olhando apenas para o mais velho. Até mesmo Eric, que já sabia de tudo, estava olhando fixamente para seu Mestre. – Há quase oito anos, quando eu estava entrando no segundo ano da faculdade, eu conheci um homem. Eu não o amei romanticamente, mas fiquei obcecado por ele, eu o persegui e o corrompi com o passar dos anos, até que ele finalmente enlouqueceu e me traiu. Seu nome é Kris e ele está atrás de mim e de Vegas para nos matar.

- Mas, principalmente de mim. – Vegas disse com sarcasmo.

- Por quê? – Perguntou Tee.

- Eu matei o homem que ele amava. – Vegas falou de forma simples enquanto coçava o queixo. – Ou algo assim.

- Você... O que? – Nuear escondeu-se atrás de Tee enquanto perguntava.

- Vejam bem, meninos, não somos boas pessoas, mas também não somos más pessoas. Estamos do lado certo da história mas estamos errados em nossas práticas. – Kim voltou a falar. – Somos mafiosos, sim, mas procuramos ficar dentro da lei mesmo que sejamos contra ela. Não vamos atrás de pessoas inocentes, só vamos atrás de quem nos procura ou nos afronta. É "escrever certo por linhas tortas".

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora