Capítulo 6

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Pov' Tay

Já são quase seis horas da manha e eu ainda não consegui dormi. Cheguei por volta das duas da manha em casa, depois de sair com alguns caras que praticavam motociclismo de alto risco. Eu não transei com nenhum deles, queria apenas sentir que estava vivo de alguma forma e, ficar em cima de uma moto correndo a 250 km/h podia fazer isso. No entanto, quando a diversão acabou me senti vazio outra vez.

Pensei em continuar com eles ate o fim da noite, mas, eles iriam para uma periferia tocar o terror e eu não estava afim de assistir, então, dirigi lentamente ate minha casa, me jogando na cama sem me dar o trabalho de tirar as roupas que cheiravam a álcool. Olhei para o teto branco e pensei em todos os momentos bons que tive com Time ali naquele quarto, instantaneamente as imagens dele me traindo também surgiram. 

— Por que ainda dói tanto? — Perguntei colocando a mão no peito.

Percebi que não adiantaria ficar naquela cama, naquele quarto e muito menos naquela casa. Levantei, tomei banho e me arrumei, fazendo o que eu sempre fazia quando o desespero me tomava: FUGI PARA LONGE. 

Estava na porta de Kinn quando um carro desconhecido passou ao lado do meu e buzinou, não reconheci quem era mas minha curiosidade sempre foi maior que eu, então eu segui a uma distancia segura o carro e parei a alguns metros. Thankhun foi o primeiro a sair da casa e parecia com raiva, Arm saiu logo em seguida e segurou o marido, levando-o para dentro. Eu entendi o porque daquilo assim que a pessoa desceu do carro.

— Time — falei o nome um pouco alto demais e ele se virou para ver quem tinha o chamado.

— Amorzinho — ele falou sem som, olhando para mim. 

Engoli seco e dei ré a toda velocidade, saindo igual um louco da casa e dirigi ate a boate, onde sabia que iria encontrar Gun. A boate funcionava 24h por dia e sempre estava lotada, com pessoas do mais alto nível de status, mas as mais baixas em questão de humanidade, no entanto, estar com elas fazia eu me sentir ''menos pior'' e esquecer meus problemas na maior parte do tempo.

Antes de entrar, parei no banheiro da recepção e vomitei tudo que havia comido na noite anterior. Olhei no espelho e odiei a imagem que vi... minhas bochechas ainda estavam cheinhas e meus braços pareciam mais flácidos, minha cintura também não estava adequada... enfim... estava tudo errado.

Sai do banheiro e subi as escadas que levavam ate o andar principal da boate, assim que meu novinho me viu ele correu em minha em direção e me pegou no colo, levando-me para nossa suíte. 

— Porque voltou tão rápido, boneca? Meus amigos não te deram a atenção que você merecia? 

— Estou cansado, só isso.

— Então... me deixe tirar seu cansaço — ele falou sorrindo e me puxou, encostando minha cabeça em seu peito — Meu carinho é suficiente para te fazer relaxar?

— Hum — respondi com um sorriso doce.

...

Mais tarde...

Gun me pressionou novamente sobre o tal documento que ele precisava. Eu não queria fazer, mas a cena que ele montou estava tão bem ensaiada que meu coração mole ficou com pena e, aqui estou eu: na segunda casa, tentando roubar as duas pessoas que mais me protegem fora os moradores da casa principal: Pete e Vegas.

Deixei meu carro na rua de cima e caminhei para dentro da casa como se não quisesse nada. Os seguranças já estavam avisados que eu tinha permissão para transitar por lá então me deixaram andar livremente. 

Meu coração estava acelerado enquanto eu mexia nos papeis que estavam nas gavetas do armário, parecia que eu ia desmaiar e não tinha certeza se conseguiria terminar aquela pequena missão. 

— Envelope preto com vermelho... — repeti a cor.

Continuei procurando em todos os lugares ate que achei uma espécie de dossiê. Dentro do envelope continha varias informações sobre uma pessoa - que no lugar do nome estavam alguns X's - e fotos de diversos lugares. 

— Canadá - 2023 ... Ultimo lugar onde foi encontrado vestígios de xxxx... hospital no interior do estado... Aparentemente xxxx foi baleado duas vezes e precisou de socorro...

Continuei lendo aquela pagina ate minha cabeça começar a doer. Eu não podia fazer aquilo... Guardei os papeis da mesma forma que estava antes e coloquei todas as coisas no lugar. Suspirei alto, tentando mover meus pés para sair dali, mas, estava em pânico e a única coisa que consegui fazer foi ficar parado, olhando para a estante onde estavam os papeis.

O som de alguém coçando a garganta chamou minha atenção e eu me assustei, dei alguns passos para trás e cai no sofá da sala. Tentei disfarçar minha cara de culpado e olhei para a pessoa que preencheu o ambiente com sua áurea sombria: Macau.

Ele estava mais bonito e mais forte do que quando sumiu sem deixar pistas de onde poderia estar. Eu admirei o corpo escultural, e engoli a saliva que se formou em minha boca quando vi a pistola na mão dele. 

— O que você esta fazendo aqui? — ele perguntou caminhando em minha direção. 

Eu permaneci parado e esperei ate a fera estar a poucos centímetros de mim para responder.

— Eu me perdi — menti com o pouco de tranquilidade que consegui reunir — seu irmão me deixou ficar aqui enquanto, pois Time esta na casa principal... eu me perdi tentando achar um quarto para dormir.

Macau me olhou desconfiado e desengatilhou a arma, guardando-a na cintura. 

— O quarto dos visitantes fica para o outro lado, eu vou te acompanhar ate lá. 

— NÃO PRECISA! — falei rapidamente e tentei me levantar, mas Macau me empurrou de volta para o sofá.

 — Os Theerapanyakul's não suportam traidores — ele sussurrou olhando em meus olhos e eu senti o medo me corroer.

Por sorte, o celular dele tocou e ele me soltou para atender, ficando com o semblante completamente diferente do que eu vi a alguns segundos atrás. 

— Estou a caminho — ele respondeu para alguém do outro lado da linha e desligou, me abraçando em seguida — Syn acordou!!! Meu sobrinho acordou e esta bem!!!!

Eu retribui o abraço, pois fiquei muito feliz ao saber que minha pequena estrela estava fora de perigo, mas, ao mesmo tempo me senti diferente e estranho pela mudança repentina de humor.  

Macau me soltou com a mesma rapidez em que me abraçou e saiu em direção ao primeiro andar, eu fiquei sem entender e corri atrás dele, queria saber mais sobre Syn e queria vê-lo também.

— Posso... ir com você? — perguntei devagar.

— Se sobrar espaço... — ele respondeu como se não ligasse.

O garoto bonito fez uma ligação, provavelmente falando sua família, alguns minutos depois ele se virou para mim e me encarou de cima a baixo, levantando a sobrancelha.

— Se arrume, partiremos em uma hora!

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora