Capítulo 27

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Hey, um breve recadinho: Vocês vão ver uma pequena parte do que ouve com a Sayuri, mas isso não é tudo, esta quase chegando a hora de entendermos completamente o que houve. Algumas surpresas estão a caminho. Fiquem com o próximo e ultimo capítulo de MacauTay de hoje ❤ 

Pov' Macau.

Meu corpo estava dolorido, mas não mais que minha cabeça. Era tanta informação para assimilar que eu fiquei tonto e tive que voltar a dormir. Quando acordei novamente não tinha ninguém no quarto, então aproveitei para tomar um banho e me livrar daquele cheiro de hospital e álcool. Estava ansioso para ver um certo alguém, e não queria abraça-lo com aquele odor estranho.

Quando fui passar o sabão, notei as novas cicatrizes que eu tinha ganhado enquanto estava em coma. Elas eram estranhas para mim, e eu realmente não sabia o que tinha acontecido para eu ter tantas, mas logo saberia. Toquei em uma delas e não senti nada - nem mesmo quando toquei com mais força - muito provavelmente eu tinha perdido a sensibilidade daquele local, o que significava que foi mexido mais de uma vez.

— O que aconteceu comigo? — passei a me questionar.

Depois de estar completamente limpo vesti minhas roupas e voltei para o quarto, Vegas estava apoiado na janela, olhando fixamente para o térreo.

— Maninho?

— Mac — ele se virou sorrindo, vindo ate mim e me abraçando com cuidado — Eu estava com saudades — ele falou baixinho, como se estivesse com vergonha de dizer aquilo.

— Não é pra tanto — brinquei — seu irmãozinho não vai te deixar tão cedo.

— Amem — ele falou com um suspiro.

— Onde esta P'Pete? — perguntei com curiosidade, pois os dois sempre estavam juntos.

— Ele foi para a ala de refeição preparar algo para você, pois segundo ele nenhuma comida é como a dele para animar alguém. Eu concordo, mas não diga a ele!

— P'Pete vai fazer comida do Sul? — perguntei com ansiedade, batendo palmas.

— Hum. Não sei como vocês conseguem comer aquilo, é pimenta pura.

— Nós temos um paladar refinado!

Vegas não falou mais nada, apenas ficou me olhando por um tempo. Aproveitei o silencio para pegar meu celular e ligar. Havia mais de quarenta mensagens e eu nem sabia por onde começar. Senti uma certa ansiedade me tomar quando vi que uma delas pertencia a Gun, pois o nome dele estava assinado no remetente. Abri temendo o conteúdo, mas estava curioso demais para saber o que aquele bandido estava tramando.

'' Khun Macau, peço perdão por tudo que causei a você e sua família. Te desejo melhoras, e que você viva uma vida tranquila. Eu sei que talvez você nunca me perdoe, mas quero pedir perdão mesmo assim, e pedir que acredite em mim...

Descobri que Tay fugiu assim que você acordou. Ele acha que esta fazendo isso para o seu bem, mas eu sei que na verdade ele só esta com medo de se machucar outra vez. Não sei para onde ele foi, mas acho que tenho um palpite baseado nas coisas que encontrei em sua casa (antes que se pergunte: Tay me deu a chave da casa dele para eu ficar lá). Deixei tudo separado em uma caixa azul, em cima da lareira. Espero que consiga encontra-lo e fazer ele feliz. Eu não vou dizer o que ele sente por você, mas peço que descubra. Mais uma vez: ME PERDOE.''

Deixei meu celular cair na cama, ficando completamente estático por alguns segundos.

— Tay gosta de mim? — sussurrei.

— O que? — meu irmão se aproximou.

Olhei para meu irmão e vi que ele estava nervoso, como se estivesse escondendo algo. Eu sabia que Vegas não gostava de Tay, e se eu pudesse opinar diria que a fuga de Tay tem a ver essa questão, também.

— Onde esta Talay?

— Quem?

— Não se faça de bobo, irmão. Onde-esta-Talay?

— Você não precisa saber disso.

— Onde ele ficou enquanto eu estava em coma?

— ...

— VEGAS!

— Não ouse gritar comigo por aquele moleque!!!!

— Se você não me disser, eu mesmo vou atrás dele.

— A essa hora ele já deve estar nos braços de algum homem, é o que ele faz de melhor!

— Phi...

— Estou ordenando que esqueça Talay de uma vez por todas, Macau — Vegas começou a andar em direção a porta — Não faça eu agir drasticamente!

— ESQUECER TALAY COMO VOCÊ ESQUECEU A SAYURI?

Vegas se virou de uma vez, completamente atordoado.

— Você esta pedindo para eu esquecer uma pessoa que fez parte da minha vida desde quando eu era pequeno, mas não consegue esquecer uma garota que viveu poucos meses com você! O QUE ELA TEM DE TÃO IMPORTANTE? VOCÊ ESTA APAIXONADO POR ELA? VOCÊ ESTAVA TRAINDO P'PETE?

Senti a mão do meu irmão estralando em meu rosto, mas estava com tanta raiva que nem me importei, apenas cuspi o sangue em minha boca.

— Você não pode esquece-la, não é? — falei baixo — Eu também não posso esquecer o Tay... sabe porque? Porque foi ele quem me tirou da loucura chamada Porchay. Tay me fez sorrir mesmo quando eu estava estressado e cansado. Tay me fez ver que eu não sou um brinquedo da NSA ou da CIA, ou apenas um Theerapanyakul... eu sou alguém real, e com sentimentos. Mesmo quando ele me fez odiá-lo e sentir raiva, ainda assim ele fazia eu me sentir vivo, é por isso que eu não posso esquece-lo... mas e você? Você esta me pedindo um sacrifício, Vegas... eu estou te pedindo uma verdade: Por que você não pode esquecer Sayuri?

Vi que as mãos do meu irmão tremiam, e ele mordia com tanta força o lábio inferior que uma fina linha de sangue escorreu em seu queixo.

— Eu dormi com a Sayuri — ele falou tão baixo que eu quase não ouvi, mas assim que assimilei a frase entrei em choque — Eu fui drogado e acordei com Sayuri do meu lado, ela estava toda machucada e tinha sangue nas roupas de cama. Eu não lembro de nada, tenho apenas flashes ás vezes, mas nos flashes é como se Pete e ela trocassem de lugar o tempo todo.

Eu não tinha palavras para aquilo. Eu podia imaginar qualquer coisa, menos o que tinha acabado de ouvir.

— Sayuri carrega um filho meu — ele olhou em meus olhos, e eu pude ver que ele tinha certeza daquilo — é por isso que eu não posso esqueça-la.

— O-o que?

— Eu não sei como, mas eu tenho certeza disso, Mac. Eu nunca vou me perdoar por ter sido idiota ao ponto de ter sido drogado, mas eu jamais abandonaria um filho. Eu sinto que eu amo essa criança como amo Phayu e Syn... É loucura, eu sei... mas... eu preciso encontra-lo — ele me abraçou e se deixou cair — eu preciso encontra-lo — ele repetiu, soluçando, como eu nunca tinha visto antes.

Meu coração estava disparado e minhas emoções uma completa loucura. Só percebi que estava chorando quando meu irmão secou meus rosto com delicadeza.

— Phi, eu vou te ajudar a encontrar eles, mas por favor... Me ajude a achar a Tay... eu preciso... preciso dizer pra ele o nome dos nossos filhos.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora