ESPECIAL - John & Gun 3

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Pov' John

O exato momento em que um dia triste se tornou um dia divertido foi quando Gun mostrou a língua

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O exato momento em que um dia triste se tornou um dia divertido foi quando Gun mostrou a língua. Eu nunca esperei um ato tão infantil do meu garoto,  mas confesso que gostei desse lado dele.

No entanto, logo eu vi um outro lado, algo mais sombrio, algo que demoraria muito para ser curado; Gun estava machucado, não só por fora como por dentro - o que pode ser muito pior as vezes - pude sentir em sua respiração o quanto ele estava sofrendo.

Quando ele pôs a arma em sua cabeça, eu quase deixei meu plano de lado e o abracei, dizendo para ele não fazer aquilo, mas eu não podia, ou ia afastá-lo mais. Infelizmente, meu garoto não era do tipo que aceitava carinho facilmente.

Destravei a arma e fiquei o encarando com olhos frios, ao mesmo tempo que por dentro implorava para ele não fazer aquilo. Me surpreendi quando ele me abraçou de repente, jogando a arma no chão.

Seus soluços duraram longos minutos, e tudo que eu pude fazer foi conforta-lo com as mãos.

Acariciei calmamente seus braços e suas costas, na intenção de deixá-lo mais tranquilo, mas eu estava tão nervoso que tinha medo de transparecer aquilo para ele.

Um suspiro lento saiu de seu pequeno nariz fino, jogando uma névoa de ar quente em meu pescoço. Olhei para baixo e notei que ele dormia. Seu semblante me cortou em pedacinhos outra vez, pois mesmo dormindo ele parecia extremamente solitário e triste.

Segurei ele em meus braços e me levantei, colocando ele em meu colo para poder me sentar. Gun era alto, mas seu corpo era magro e leve, como o de uma mulher pequena.

Ele soluçou inconsciente mais algumas vezes e me abraçou mais forte. Algumas palavras saíram de sua boca, mas nada que eu pudesse entender. Meu pequeno parecia tão perdido que eu só queria poder sumir com ele e não deixar ele ver mais nada de ruim.

Meus superiores e meus subordinados olharam intrigado para nós dois, mas não falaram nada, apenas diminuíram a luz e fecharam a porta, dando um pouco de privacidade, já que tudo era de vidro e qualquer pessoa podia ver lá dentro com a luz forte.

Deixei que Gun ficasse confortável, apenas ajustei ele algumas vezes. Logo os olhinhos escuros abriram e ele demorou a atender o que estava acontecendo.

— Está confortável? — não resisti à provocação.

— AAAAAAH, ME LARGA!! — Gun pulou do meu colo, caindo no chão — o que você estava fazendo comigo?

— Você deitou em meu colo, eu apenas deixei você dormir. Acho que deveria me agradecer.

O mais novo corou, como se estivesse lembrando do exato momento em que ele me abraçou.

— Eu estava em um momento crítico, agora... Eu quero ir embora!!!

— Você não pode! — falei cruzando os braços.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora