Capítulo 29

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Pov' Macau

Entender o meu irmão fez eu entender com mais clareza meus próprios sentimentos.

1° Eu definitivamente tinha esquecido Porchay.

2° Tay era a primeira pessoa que eu queria ver quando acordasse, e a ultima quando eu fosse dormir.

3° Eu não podia mais esperar para aquilo acontecer.

Depois da mensagem de Gun eu fui direto para casa de Tay, Gun não estava mais lá, mas a tal caixa realmente estava onde ele deixou. Demorei muitos dias para desvendar tudo o que estava escrito no diário, pois nada era muito claro, apenas frases e citações. Ate que certo dia uma memoria da nossa infância me ajudou.

— ARGENTINA! — gritei empolgado — TAY ESTA NA ARGENTINA.

Desde então eu viajei para lá e rodei todos os estados e cidades em busca do meu pequeno. Com a ajuda de John as coisas ficaram um pouco mais fáceis, pois ele era bem melhor em enigmas do que eu, ele demorou um pouco para poder me ajudar, mas no fim deu certo. Quando enfim ele reuniu todas as fotos e frases e ligou tudo, nós tivemos um nome: Bariloche!

Eu pensei em correr para lá e encontrar Tay sozinho, mas estava com medo que ele fugisse de mim outra vez, então pedi a ajuda de Gun, mesmo contra minha vontade. Gun agora era uma pessoa completamente diferente, graças a influencia de John, que mantinha o mais novo em rédea curta, mas eu ainda estranhava um pouco sua presença.

Vi que haviam muitas fotos de uma certa montanha, como se Tay amasse aquele lugar, então decidi que seria lá onde eu iria me declarar. Organizei tudo nos mínimos detalhes, sem deixar nada de fora; Tay teria o dia mais romântico da vida dele.

— Você esta nervoso? — John me perguntou quando chegamos na montanha.

— Hum... estamos a tantos meses planejando isso... ainda não consigo acreditar que encontramos ele.

— Não se preocupe, vai dar tudo certo!

— Será que eles já estão vindo?

— Espere, eu vou ligar para Gun.

Depois de alguns minutos John voltou avisando que Gun e Tay estavam a caminho. Eu verifiquei tudo pela milésima vez e fui para a cabana para que Tay não me visse. A primeira surpresa para Tay seria uma apresentação de queima de fogos, com direto a todas as comidas que ele ama e seu champagne favorito. Depois, um grupo musical viria para tocar todas as musicas que ele adora, e no fim eles iriam tocar ''Un-break my heart''. Era uma musica triste, mas ela dizia tudo que eu estava sentindo, e eu esperava que Tay entendesse.

Assim que vi Tay subindo a colina eu senti vontade de correr e agarra-lo, mas repeti para mim mesmo que tudo tinha seu momento certo. Primeiro eu iria acalmar e ganhar o coração do menino que eu amava.

As surpresas começaram, e mesmo de longe eu podia ver os olhinhos castanhos brilharem. Sorri de orelha a orelha, me sentindo um adolescente admirando seu primeiro amor na escola. Tudo estava perfeito, ate...

— ACHAMOS A SAYURI — John gritou, entrando na sala.

Meu coração acelerou de tal forma que eu não podia controlar. Tay parece ter ouvido o grito de John, pois em um momento ele estava assistindo aos fogos, e no outro ele estava ao meu lado, com os olhos brilhando com lagrimas não derramadas.

Macau — ele sussurrou, como se não acreditasse que eu estava ali.

— Tay — sorri, mordendo os lábios na intenção de me acalmar.

Tay era real, e estava ali bem ali na minha frente. Acabei com a distancia que existia entre nós e segurei suas bochechas frias, trazendo ele para mais perto, ate que nossos lábios se encontraram. Foi o beijo mais doce que eu tive em toda minha vida. Meu corpo vibrava de uma maneira única, enviando sinais conhecidos e desconhecidos para meu coração.

O beijei de maneira calma, mesmo que quisesse devora-lo e não solta-lo nunca mais. Mordi levemente seu lábio inferior, para despois sugar e sentir o sabor doce do chocolate que ele estava comendo. Foi um beijo que falava de saudade, carinho e amor.

Nunca mais suma — pedi tão baixo que nem sabia se ele tinha ouvido — nunca mais me deixe... Diga que você me ama, diga que você me ama... Me fale que você me ama, ''des-quebre'' o meu coração — recitei a frase da música que ele não teve tempo de ouvir.

Tay parece ter reconhecido, pois sorriu entre as lagrimas claras que molhavam seu rostinho.

— Eu te amo, Macau. Eu pediria para você consertar meu coração, mas ele já esta curado... desde o dia em que eu entendi que eu amava você.

Senti minhas próprias lagrimas molharem minhas bochechas, e única coisa que eu pude fazer, foi trazer Tay para perto outra vez, e beija-lo como se fosse a primeira e ultima vez.

— Mac... — John me chamou meio incerto, quebrando o encanto que havia se formado entre mim e Tay — Não temos mais tempo.

— Como? — perguntei confuso.

— Não fomos só nós que encontramos a Sayuri... Os Yakuzas também.

Olhei para Tay com o peito acelerado. Eu não podia deixar ele ir comigo e se arriscar, eu nem sabia o que iriamos enfrentar ainda.

— Tay, me...

— Esta tudo bem — ele sorriu para mim e segurou minha mão — vamos passar por isso juntos!

— Eu nunca mais vou soltar sua mão, meu amor.

— E eu nunca mais soltarei a sua.

Eu amo você — sussurrei apenas para ele ouvir — eu prometo te amar ate que meu coração pare de bater — repeti a frase que lembrava vagamente de ouvir ele dizer. 

Eu não sabia se tinha sonhado ou se ele realmente tinha dito aquilo em algum momento, mas eu sabia que essas palavras eram reais, e eu realmente o amaria ate o dia da minha morte.

— Mac... vai ficar tudo bem? — Eu entendi o que estava por trás daquela pergunta.

— Com você ao meu lado, eu sou capaz de enfrentar o mundo. Quando tudo isso acabar, nós vamos ter uma longa conversa, futuro Talay Theerapanyakul.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora