Capítulo 11

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Pov' Macau

Tay estava agindo de maneira mais estranha a cada hora que passava e, eu estava determinado a descobrir o porque. Fiquei admirado quando vi ele trocando mensagens com um possível namorado, já que todo mundo sabe que ele ainda é apaixonado por Time. Quando Vegas me contou o que aconteceu entre eles eu não fiquei surpreso, mas confesso que senti um pouco de pena, afinal, Time sempre foi tudo que Tay sonhou desde seus 14 anos. 

No entanto, a parte de que Tay agora se envolve com todo tipo de gente - incluindo os da pior espécie - e esta perdido no mundo dos pecados me deixou intrigado. Lembrei da cara de susto que ele fez quando eu cheguei no escritório, não ficaria surpreso se ele estivesse tentando roubar algo para algum rival do meu irmão... não por ele ter uma índole ruim mas sim por ser uma pessoa fácil de manipular.

Depois que chegamos na casa de Kamol eu me enfiei no quarto e voltei as investigações do caso de Day. As coisas estavam ficando mais claras, mas ainda tinha o mistério de quem e do porque de algumas coisas.

Meu celular vibrou com uma mensagem e quando eu abri vi que era a localização de uma boate famosa por funcionar 24h e promover todo tipo de vicio para seus associados. Seria difícil eu conseguir entrar, já que eu sou um Theerapanyakul, o maior rival do dono, que morreu a alguns anos atrás durante uma operação que aconteceu em Bangkok. Eu estava lá naquele dia, lembro que um dos meus subordinados atirou no figurão sem meu comando e isso me rendeu muita dor de cabeça.

Mais uma mensagem chegou, dessa vez com alguns nomes e eu não reconheci a maioria, mas um em especial chamou minha atenção ''White Phanish", tentei pensar de onde conhecia essa nome mas minha cabeça doeu outra vez, era sempre assim quando algo me perturbava demais. Eram cerca de 100 nomes nessa lista e eu voltei a ler para ver se achava alguém suspeito que eu poderia conhecer.

Decidi ligar para Tan e perguntar a ele se ele conhecia alguém dessa lista. Caminhei pelos corredores vazios e fui em direção ao jardim, disquei o número do meu amigo e esperei que ele  atendesse. Depois de alguns minutos de conversa chegamos a mesma conclusão:

''a pessoa que causou o acidente do Day sabia que ele era filho de Tan e Bun, as pessoas que acabaram com uma rede de trafico e prostituição na cidade em que eles moravam antes e, essa pessoa provavelmente é alguém próximo de White, o antigo xerife da cidade e ex-dono da tal boate que recebi a localização"

Enquanto eu falava no telefone percebi que alguém caminhava em minha direção, desliguei a chamada e me virei rapidamente.

— Você se perdeu novamente? — perguntei com um sorriso no rosto quando vi que era Tay

— Eu... Estava vendo os tigres... Estou voltando para casa.

— A casa é por lá — apontei para onde ele veio.

— Obrigado — ele agradeceu e começou a andar para onde eu indiquei.

Meus pensamentos começaram a trabalhar. Qual era a possibilidade dele estar ali no meio da madrugada apenas para ver os tigres?... Existia uma, mas porque ele estaria ali, me espionando ao invés de estar onde ficava a jaula? Bom, eu iria  descobrir isso agora.

— EU VOU DORMIR NO SEU QUARTO HOJE — gritei, fazendo ele parar de repente — Meu quarto está com corrente de ar, vou dormir no seu quarto hoje, assim aproveitamos para colocar o assunto em dia. Você disse que "éramos" amigos, mas eu quero "ser" seu amigo novamente.

Ele ficou completamente sem reação e eu aproveitei o momento para arrasta-lo para dentro da casa.

— Você esta falando serio? — ele finalmente perguntou quando fechei a porta do quarto. 

— É claro! — respondi depois de me jogar na cama — Por onde começamos?

— Começamos por você saindo da minha cama. 

Tay caminhou ate mim e tentou me puxar, mas eu era alguns bons centímetros maior, e mais forte também, então meu corpo nem se mexeu. Já estava começando a me cansar daquela brincadeira e sem pensar puxei ele para cima de mim. O peso leve sobre mim fez meu corpo despertar e um arrepio correr por minha coluna. Um gemido leve escapou dos lábios de Tay e nossas respirações se misturaram.

— O que você esta fazendo? — ele me perguntou com os olhinhos muito abertos.

— Garantindo que você não se perca — respondi com a voz rouca.

— Eu já estou perdido — ele falou baixinho — há muito tempo.

Eu soltei Tay aos poucos, tentando entender o real significado naquelas palavras, ele girou e se deitou ao meu lado e nós ficamos olhando para o teto. 

— Por que você foi embora? — ele me perguntou após longos minutos de silencio.

— Eu queria experimentar algo novo — menti a reposta que ensaiei minha vida inteira. 

— Onde você estava? 

— Em vários lugares.

O silencio mais uma vez se fez presente e eu percebi que era minha vez de perguntar.

— Por que você se arrisca tanto andando com pessoas ruins?

— A adrenalina me faz esquecer as... — ele parou de falar, como se tivesse percebido que ia falar demais.

— Esquecer as coisas que te atormentam? 

— Hum.

Continuei olhando para o teto, pensando no que mais poderia falar. Eu estava ali para descobrir o que estava acontecendo de fato, mas, depois que ele caiu em cima de mim eu esqueci completamente de como se iniciava uma investigação. Todas as coisas que eu havia aprendido durante os anos trabalhando como agente simplesmente sumiram quando nossas respirações se misturaram e o cheiro dele atingiu meu olfato, nublando todas as outras coisas.

— Você bebe? — a pergunta estupida saiu da minha boca.

— Só todos os dias.

— Kamol tem uma adega, você quer ir ate lá?

— Será que ele vai se importar?

— Não mesmo.

Levantei depressa e puxei Tay para sairmos o mais rápido possível daquela cama. Nunca me senti atraído por ele, mas nesse momento... Meu corpo estava em chamas. 

— *É só uma reação normal para alguém que não transa a muito tempo* — pensei, tentando me acalmar.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora