Capítulo 38

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Pov. Narradora

Depois que o pequeno Saint se acalmou, finalmente todos puderam ir para cama e dormir, após tantos dias sem descanso nem mesmo os seguranças conseguiam se manter acordados por muito tempo. Aquilo foi a brecha perfeita para alguém que tinha acabado de descobrir que sua vida tinha virado de cabeça para baixo.

Passando por um ponto cego do jardim, onde as câmeras de segurança não podiam alcançar e os seguranças não passavam naquele momento, estava uma pessoa que conhecia com perfeição aquele ambiente, afinal, ele também cresceu rondando por ali. Como quase todas as luzes estavam apagadas, ele realmente acreditou que todos dormiam, e que esse seria o momento perfeito para agir...

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Depois de uma longa conversa com Luke, Gun se viu sem sono. Seu corpo esguio ainda tremia com a agitação da semana, e ele não pode deixar de se sentir ansioso. Ele e Luke estavam dormindo no mesmo quarto, pois Vegas ainda não confiava em deixar ele só, mas Luke tinha saído para conversar com o mais velho, então estava sozinho e entediado.

Depois de andar em círculos pelo quarto - que apesar de ser grande parecia sufocante - ele decidiu descer. Pegando a arma que Luke havia lhe dado, ele a colocou na cintura e saiu. Seus dedos longos e finos foram passando pelas paredes, contando as portas para se localizar na semi-luz. Quando chegou ao quarto numero dois, ele virou a direita, na direção que dava as escadas, que o levariam até a grande sala principal.

Ele desceu as escadas com um pouco de receio, como se o Gun de sua infância que acreditava em fantasmas tivesse lhe tomado. Respirando fundo, o mesmo acelerou os passos, ate parar de frente para a lareira longa e estreita, que dava um pouco de iluminação para o local. Gun esticou suas mãos em direção ao fogo e relaxou. Por breves segundos sua mente esvaziou, ate que ele começou a se lembrar de sua família. Se é que ele podia chamar assim.

As fotos dos TK's sobre a lareira chamaram sua atenção, atrás delas haviam vários álbuns, com nome e data gravados com uma letra brilhosa. Ele pegou um e se sentou no chão, então começou a folhear o álbum; de fato os TK mereciam a fama que tinham, pois eram todos belos e perfeitos... uma família perfeita e feliz.

Gun os invejou por alguns minutos, pois ele nunca teria aquilo. Sua mãe havia desaparecido com sua irmã enquanto ele ainda era pequeno, seu pai morreu logo depois e Tiw... Bem, Tiw nunca foi real. Uma pessoa especifica veio em sua mente, fazendo ele imaginar uma vida como a dos TK's; viagens em família, jantares, piqueniques...

Um sorriso ficou estampado em seu rosto, mas ele não durou muito... Uma sombra do lado de fora fez ele se mover e se esconder entre os moveis, não parecia um segurança, muito menos um parente, já que essa pessoa estava se apoiando para escalar a parede. Gun esperou que o corpo sumisse para abrir a porta principal devagar e ir para fora.

Ele não reconheceu a pessoa de primeira, mas assim que o homem quebrou o vidro da janela do quarto que ele sabia que pertencia a Macau, e olhou para o jardim para confirmar que não havia ninguém, Gun reconheceu o rosto fino da pessoa que ele odiava, mesmo sem conhece-la diretamente...

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Tay dormia tranquilamente abraçado ao travesseiro de Macau, sentindo o perfume da pessoa que ele amava e que ele sabia que o amava também. Depois de uma noite incrível, Tay sentia que nada poderia estragar seu humor, tudo estava perfeito, ate o vidro da janela quebrar e vários cacos adentrarem sua pele.

Tay não teve tempo de gritar, pois assim que abriu os olhos sua boca foi tampada com uma fita, e seus pulsos amarrados logo em seguida. O baixinho ainda tentou lutar, mas a outra parte era muito mais forte que ele. O desespero começou a lhe tomar, e triplicou assim que ele viu os olhos escuros da pessoa que ele pensou que nunca mais veria: Time!

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora