Capítulo 7

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Pov' Macau.

Não dizer exatamente o que, mas algo com certeza esta errado. Quando me aproximei de Tay vi como seu semblante mudou de arrependido para apavorado em questão de segundos, era exatamente assim que um traidor ficava minutos antes de morrer.

Os Theerapanyakul's não toleram traidores — sussurrei olhando em seus olhos, vendo como eles se travaram nos meus, vidrados pelo medo. 

Meu celular tocou exatamente nesse momento e eu atendi, pois estava esperando informações importantes. Para minha surpresa, eu tive a melhor noticia do ano: Syn saiu do coma. Estava tão feliz que abracei Tay e só percebi o que tinha feito quando os braços dele rodearam minha cintura. Aquele contato me assustou. Me afastei depressa e corri para o primeiro andar, mas ele veio atrás de mim.

— Posso... ir junto com você? — ele perguntou timidamente.

Eu o olhei por alguns segundos e respondi que sim, caso se sobrasse espaço, como se não me importasse com aquilo. No entanto, enquanto falava com Kinn pensei nos possíveis motivos que haviam levado Tay para o escritório de Vegas. Ele e Kinn eram melhores amigos e, Tay poderia estar ali para descobrir algo para meu primo, mas essa peça não se encaixava, porque Kinn e Vegas se tornaram uma família de verdade após o confronto de muitos anos anos atrás, eles eram melhores amigos e não havia nada que um não soubesse da vida do outro.

Respirei fundo e deixei meu cérebro trabalhar enquanto resolvia as coisas com Kinn no telefone, quando desliguei olhei para Tay e disse para ele se arrumar, pois sairíamos em uma hora. Era melhor ter ele sobre minhas vistas enquanto eu não descobria o que o levou a entrar no escritório.

Desisti de me trocar quando percebi que nenhuma roupa que estava ali servia mais em mim e que minha mala havia ficado no carro de Thankhun. Tay também não tinha nada, já que ele passava a maior parte do tempo na casa principal, então, partimos em direção a casa dele, que não era muito longe.

Quando paramos na porta, percebi que Tay ficou paralisado por alguns segundos e os dedinhos pequenos estavam tremendo... quis pegar na mão dele e dizer que estava tudo bem - apesar de não saber o que estava acontecendo - mas continuei onde estava, apenas fiz um som com a garganta para tira-lo de transe.

— Desculpe... — ele falou baixinho e saiu do carro. 

Poucos minutos se passaram ate que ele voltou com uma pequena mala. 

— Só isso vai ser o suficiente? — perguntei 

— Hum, só vou ficar por dois dias. 

Minha curiosidade ficou alerta quando ele falou aquilo.

— Tem algum namorado te esperando? 

— Não, eu só não quero... atrapalhar vocês.

...

Exceto por ter que estar no mesmo ambiente que Kimhan e Porchay, a viagem foi tranquila e sem surpresas. Eu tentei manter a postura durante todo o caminho e me mantive na cabina quase toda parte do tempo. Uma batida fraca soou na porta e eu fui abrir; Tay estava parado em frente a porta, torcendo seus dedinhos e mordendo os lábios nervosamente.

— O que você quer?

— Eu... Eu queria me desculpar por ter entrado no escritório do seu irmão. Realmente foi sem querer, eu não peguei nada de lá, se você puder não contar para ele... não quero que ele e Pete fiquem decepcionados comigo achando que eu quero trai-los.

Bati a ponta dos dedos na porta algumas vezes antes de responder.

— Não se preocupe, não vou contar! — falei com desinteresse, como se realmente não ligasse. 

— Obrigado — ele me agradeceu com um sorriso doce — estamos lanchando, você não quer comer com a gente? 

— Não estou com fome.

Antes que ele falasse mais alguma coisa eu fechei a porta, me jogando na cama em seguida. Tentei dormir, mas a risada leve do Porchay chegou aos meus ouvidos e eu suspirei, tentando não levantar pra não ir lá ver o sorriso fofo que provavelmente estava estampado em seu rosto. Outra risada soou um pouco mais alto logo depois, era mais alegre e mais melódica...

— Melódica? Que porra você está pensando?

Resolvi pegar meu laptop e me concentrar em juntar as informações que reuni do caso de Day. Ate agora tudo o que eu sabia era que as pessoas que eu destruí a alguns anos atrás estavam ligadas ao grupo de traficantes de droga que Tan prendeu a alguns anos atrás também.

Tentei ligar os pontos, mas minha cabeça começou a doer de tanto que eu pensei. Será que eu tinha deixado alguém para trás? Será que foi Day quem deu a informação crucial para acabar com aqueles bandidos e agora alguém esta tentando se vingar dele?

Outra batida soou na porta e eu levantei irritado por me tirarem da minha linha de raciocínio.

— O QUE É? — perguntei abrindo a porta.

— Eu trouxe isso para você — Tay falou colando com prato com algumas guloseimas em meu rosto — Eu vi que você não comeu nada nas ultimas horas que estávamos juntos.

— Por um acaso eu disse que estava com fome? Que queria comer? Leva isso embora.

Vi que exagerei no momento em que os olhos de Tay ficaram brilhosos e ele fechou a cara. 

— Eu já trouxe, faça o que quiser com isso — Ele falou entrando e colocando o prato em cima da cama, para sair logo em seguida.

— Me... — eu comecei a falar mas fui interrompido. 

— FAÇA - O - QUE - QUISER — ele soletrou e saiu, me deixando com um gosto amargo na boca.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora