Capítulo 25

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Pov. Macau

Acordei com uma risada fofa e infantil, deve ser o Perth, Khim ou até mesmo o pequeno Dao, mas estranhamente não parece com a risadinha deles.

— PAPAI, ACORDA — disse a voz que parecia ser de uma menina

A pestinha pulou em cima de mim, abrindo meus olhos com os dedinhos gordinhos.

*Espera... Ela me chamou de papai?* — pensei em confusão.

— Querida, deixe o papai dormir, ele foi dormir tarde ontem — eu conhecia essa voz, ultimamente sempre a escuto, e é ela quem me mantem no mundo real.

— Tay... — sussurrei.

— Oi amor — Tay se aproximou e me deu um selinho — Desculpe te acordar, mas nossa pequena Sam queria ver o pai.

*Que lugar é esse?* — passei a questionar — *Eu estou morto? E esse nome... Sam...* — gravei esse nome na mente — Tudo bem... — falei calmamente, ainda tentando assimilar tudo.

— Papai, vamos tomar café da manhã — Sam me puxou dando um sorriso serelepe

— Calma, vou me levantar — deixei escapar uma pequena risada.

Chegando na cozinha vi dois meninos sentados, ambos tinham o mesmo sorriso serelepe da pequena Sam.

— Bom dia, papai — disseram juntos.

— QUE? — engasguei por alguns segundos — *EU SÓ POSSO ESTAR SONHANDO?!!* — Ann... Bom dia? — falei com incerteza.

— Meu amor, você está bem? — Tay me encarou preocupado.

— Claro — menti ao ver seu olhar preocupado — Eu estou ótimo!

— Papai, olha quanta coisa gostosa que o papai Tay fez — Sam falou apontando para meus pratos favoritos.

Realmente, a mesa estava lotada; tinha bolo, suco, café, presunto, mussarela, pão, vários tipos de frutas, mingau de arroz temperado e sobremesas típicas da Tailândia.

— Não precisava, Tay.

— Claro que precisava, hoje é nosso último dia no Caribe e eu quis fazer algo especial

*Caribe?*

— Titio Vee ligou, disse que está com saudades — disse um menino pequeno ao lado do Tay.

— Eu também estou, principalmente do titio Pete — disse Sam

— Dele ou dos doces que ele dá escondido? — Tay perguntou cerrando os olhos.

— Ah, papai — disseram os três pequenos.

— Nada de "ah, papai". Uea, você sabe que não pode comer muito doce — disse apontando para um menino branquinho e com os cabelos claros como o dele..

*Uea * — sussurrei o nome em minha mente.

— Eu sei — o garoto quase loiro fez biquinho — Mas Eu não como muito.

Pelo tom de voz do Tay, o menino é diabético, mas sua aparência era muito saudável, e sua beleza beirava a de uma garota fofa. Logo ouvi risadas abafadas, e descobri o porque eles riam assim...

— E você senhorita Sam, vou ter uma conversa seria em relação a querer pegar em armas — arregalei os olhos

— Mas o titio Vee disse que é para afastar os meninos!

*Merda Vegas* — ri em meus pensamentos outra vez

— E o senhor Phawin — Tay apontou para um menino que parecia ser a mistura minha e do Tay ao mesmo tempo — A diretora tinha me avisado que você tem xingado seus coleguinhas na escola...

*Phawin* — gravei esse nome, assim como de seus irmãos, e o olhei com o mesmo olhar que meu irmão me lançava quando eu aprontava na escola quando eu era pequeno — Você fez que? — perguntei em um tom de voz baixo.

— Papai — ele falou com olhos brilhantes — o senhor também fazia isso, tio Vegas me contou tudo! — o pirralho tentou contradizer e eu fiquei querendo rir, mas Tay me impediu com um olhar e se virou para nosso filho.

— Sim, mas não quer dizer que você possa fazer o mesmo, Phawin Theerapanyakul!!!

— Iiiiiih, chamou pelo nome completo — resmungou Sam.

— Agora ele vai usar aquele tom — sussurrou Uea.

— Vocês três, vamos conversar quando voltarmos para casa e essa vai ser muito séria — falei com um tom de ordem, coisa que usava nos meus subordinados.

As crianças morderam os lábios como se quisessem rir, mas assentiram e voltaram a comer. Aquilo tudo ainda era confuso para mim, mas aos poucos eu comecei a entender que aquela era minha família, e, de alguma forma maluca; ela era perfeita.

Quebra de tempo...

As crianças estavam correndo pela praia, enquanto Tay e eu estávamos olhando o pôr do sol. Eu o abraçava por trás, com o queixo em seu ombro. Em suas mãos tinha uma aliança, simples mas elegante, e ao mesmo tempo única.

— Eu amo isso — Falei baixinho, e Tay olhou para mim surpreso.

— Isso o que?

— Esse clima, as crianças... você — o encarei, ele estava tão lindo que eu poderia come-lo ali mesmo — Nunca imaginei ter isso tudo — fui sincero.

— Nem eu — seus olhinhos já estavam brilhantes.

— Eu amo você, Talay Theerapanyakul — beijei seus lábios, apenas um simples selar.

— Eu te amo, Macau Theerapanyakul — Tay falou com a voz cheia de emoção, o que encheu meu coração.

Não sei se isso é real ou não, mas não quero sair daqui nunca mais. Aqui eu tenho o que sempre quis... Alguém que me ama, filhos incríveis... E, é nesses braços que quero ficar...

*PI - PI - PI - TU - TU - TU*

O som das maquinas hospitalares faziam tanto barulho que minha cabeça latejou. Tentei abrir os olhos lentamente, mas logo fechei pela claridade que invadiu minha vista.

— Macau... — Aquela voz... 

— T... Ta... Ta... Y

— Shhh, não fala nada — Senti as mãos dele soltarem as minhas.

— Tay... Não me deixe... — sussurrei e logo em seguida dormi novamente.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora