Capítulo 35

413 37 53
                                    

Pov' Narradora.

Uma semana depois.

O choro de Saint soava pela casa, assustando os moradores e os seguranças, que não conseguiam cumprir seu dever, por estarem noites sem dormir. Vegas já não sabia mais o que fazer, ele estava exausto, mas se recusava a deixar outra pessoa a não ser Pete cuidar de seu filho mais novo. Syn as vezes conseguia convence-lo a ir dormir e passava a noite toda balançando seu pequeno irmãozinho, mas isso também não era suficiente.

— Mac, eu já pedi para você ir para cama! — Vegas falou com a voz cansada.

— Eu não vou te deixar sozinho — Macau respondeu simplista — Vamos, deixa eu segurar ele um pouco — ele pegou Saint em seus braços.

Por poucos segundos Saint se acalmou, movendo o rostinho pelas roupas de Macau, até que o choro alto interrompeu o silencio outra vez. Macau estranhou o fato do bebê parecer procurar algo em sua blusa, mas em sua mente o bebê poderia estar querendo ''mamar'', porém, ele se lembrou em como Saint fez exatamente aquilo no dia da guerra, e se acalmou instantaneamente ao sentir o cheiro de Tay em suas roupas.

— Vegas, pode parecer loucura, mas eu preciso tentar uma coisa — ele começou a caminhar para fora.

— Onde você vai com meu filho?

— Vou leva-lo para Tay!

Os olhos de Vegas nublaram, como se ele estivesse travando uma batalha dentro de si.

— Ele não tem nada haver com o Saint.

Macau engoliu a sensação de desapontamento e se virou para o irmão.

— PHI — ele falou mais alto entre os soluços de Saint — NÃO VOU DEIXAR MEU SOBRINHO SOFRER POR SUAS CRISES, TAY JÁ SE DESCULPOU, E JÁ SE MOSTROU MERECEDOR DA NOSSA CONFIANÇA. SE SALVAR SEU FILHO NÃO É SUFICIENTE PARA VOCÊ PERDOA-LO, EU NÃO SEI MAIS O QUE ELE TEM QUE FAZER.

Macau saiu com Saint em seus braços, deixando Vegas com seus pensamentos, mas não demorou muito para ele ser seguido, assim que abriu a porta de seu próprio quarto seu irmão já estava ao seu lado.

— O que houve? — Tay perguntou confuso, pois Vegas nunca tinha entrado naquele quarto depois do conflito. Ele olhou com pena para o bebê, na qual chorava, a nada menos que uma hora seguida, mas mesmo que ele quisesse, Vegas não deixaria ele entrar no quarto de Saint.

Os irmãos não falaram nada, Macau apenas caminhou até Tay e lhe entregou o bebê. Os olhos de Tay brilharam em lagrimas não derramadas, pois ele só tinha visto Saint poucas vezes durante aquela semana, enquanto Vegas estava ocupado com outras coisas. Saint parecia cansado, e assim que seu nariz encontrou a curva do pescoço de Tay, ele se acalmou, suspirando forte deixando pequenos lamentos saírem.

Em questão de segundos Saint fechou os olhinhos, se aconchegando no calor da primeira pessoa que havia pegado ele quando o mesmo nasceu. Vegas ficou paralisado, sem acreditar no que estava vendo, pois varias pessoas já haviam tentado acalmar Saint, mas ninguém teve sucesso tão rápido como Tay.

— Como você fez isso? — Vegas perguntou baixinho.

— Tay foi a primeira pessoa que o pegou — Macau explicou no lugar do namorado — É comum que Saint tenha se apegado a ele, só não sei como não pensamos nisso antes.

O mais velho ficou em silencio, olhando o pequeno corpinho que as vezes tremia com os soluços involuntários. Depois de alguns minutos, Tay finalmente encarou Vegas, perguntando se poderia levar o bebê o quarto dele.

— Eu levarei — ele respondeu seco, indo em direção aos dois.

— P'Vegas — Macau entrou em sua frente — Não faça isso. Não afaste os dois, pelo bem do seu filho.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora