Capítulo 33

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Os sons dos tiros aos poucos foram diminuindo, ate que um silencio se fez. Achei que poderia estar ouvindo coisa quando escutei o choro de um bebê recém nascido, mas na verdade meu sobrinho de fato tinha acabado de nascer.

Olhei para Syn e Phayu, e juntos corremos para dentro da casa. Assim que abri a porta vi meu sobrinho nos braços de sua mãe, que estava extremamente abatida. A quantidade de sangue na cama era assustadora. Meu coração vibrou, da mesma maneira que vibrava com Phayu ou Syn enquanto eles cresciam.

Assim que Tay me viu correu ate mim e me abraçou, seu corpo tremia tanto que eu não pensei em mais nada, apenas o abracei, garantindo que estava tudo bem. Olhando para meu irmão, eu quis trocar de lugar com ele, sofrer por ele ou algo assim. As lagrimas se misturavam ao sangue que havia respingado em seu rosto, o que me machucou ainda mais.

Sayuri voltou a pedir perdão, como já havia feito tantas vezes, e antes que tivéssemos tempo de piscar, ela partiu. Tay estava desesperado, e eu me aproximei para tira-lo dali, o corpinho dele desabou sobre o meu, e eu o peguei no colo e o levei para nosso quarto, mas não antes de ver meu irmão e Pete se despedindo de Sayuri.

— Descanse em paz — essas foram as ultimas palavras que meu irmão falou, antes de pegar Saint em seus braços e soluçar como um menino.

Fiquei com Tay ate que ele caiu no sono de tanto chorar. Antes de sair do quarto limpei o sangue presente em seu corpo e suas roupas e o cobri. Parando no corredor, escorreguei ate o chão e deixei minhas emoções transbordarem. Chorei por meu irmão, chorei por Sayuri e chorei pelo pequeno Saint, que nunca conheceria sua mãe.

Eu sabia a dor de não ter uma mãe, pois a minha havia morrido quando eu era pequeno, deixando um buraco enorme dentro de mim. Uma das poucas lembranças que eu ainda tinha dela eram as rosas, qual ela amava plantar e cuidar enquanto eu e Vegas brincávamos no jardim. Eram rosas como as que Sayuri e Pete plantaram juntos, e as palavras de Sayuri fizeram sentido pela primeira vez em minha cabeça:

— "Espero que um dia elas sejam uma lembrança bonita para alguém'' 

Vi a porta do quarto de Sayuri abrir, Vegas e Pete estavam saindo de lá com o pequeno no colo do meu irmão. Vegas estava visivelmente abalado, assim como Pete. Corri em direção aos três e os abracei. Meu irmão me abraçou forte com o braço livre e Saint fez um som como se estivesse incomodado.

Me afastei um pouco e olhei para Saint. Olhei de verdade, reparando em cada detalhe; ele era pequeno, mas tinha fartos cabelos negros, iguais ao de Sayuri. Ele abriu os olhos e olhou para mim - diretamente em meus olhos - seus olhos eram negros como os de Vegas, um preto tão intenso que alguém poderia se afogar neles.

— Quer segurar? — Vegas perguntou com a voz rouca.

Balancei a cabeça e peguei com cuidado para manta não mover, pois eu ainda estava sujo de sangue da luta.

— Você é tão lindo... Ele lembra o Venice — falei para o casal, que concordou — Ola... eu sou seu tio Macau, mas você pode me chamar de tio Mac quando começar a falar. Eu já te amo tanto, tanto que meu coração dói. Apesar de hoje ter sido um dia muito louco, eu prometo que você não vera muitos desse daqui pra frente.

Saint se aconchegou em meus braços e suspirou. Depois de alguns minutos eu senti que ia voltar a chorar, então entreguei o bebê para Pete, que estava um pouco mais limpo que eu e Vegas.

— Eu... vou tomar um banho — falei olhando para o chão — mais tarde ... — me engasguei e não consegui continuar.

Vegas me abraçou sem dizer nada e me guiou ate meu quarto. Assim que entramos ele olhou para Tay com olhos calorosos, e parecia que ele ia dizer algo, mas ficou em silencio, saindo do quarto em seguida.

— Espero que você posso aceita-lo — falei antes dele fechar a porta.

Meu irmão parou, tive a esperança de que ele se virasse e dissesse que agora eu e Tay tínhamos a benção dele, mas ele apenas fechou a porta sem me olhar.

Mais tarde.

O enterro de Sayuri foi breve, apenas com os familiares e os seguranças. A pedido de Pete, nós a enterramos no mesmo lugar que minha mãe; em um campo cheio de rosas brancas e vermelhas. Vegas nunca negou nada a Pete, e se tratando da mãe de seu filho mais novo ele não pensou duas vezes antes de dizer sim.

Ver o pequeno Saint no colo de Vegas, na beira do caixão da mãe apertou meu coração, mesmo que ele não entendesse direito o que estava acontecendo. Na hora da despedida final Tay pegou Saint no colo para que Vegas e Pete pudessem prestar homenagem. Assim que o bebê sentiu o cheirinho de Tay ele se acalmou e adormeceu, meu coração vibrou outra vez, pois a imagem de Tay com nossos filhos em seu colo passou em minha mente.

Depois que a todos prestaram suas homenagens Tay deixou Saint com os irmãos (Phayu e Syn) e fomos juntos para frente, acender algumas velas e fazer uma oração. Tay chorou baixinho, apertando os próprios dedinhos.

— Ela esta bem agora — sussurrei segurando sua mão.

— Saint vai ficar bem? Não vai?

— É claro — sorri — ele tem os melhores pais do mundo, os irmãos mais ciumentos, e tios que o amam demais.

— Sim, nós amamos — ele sorriu pequeno.

— Então vamos cuidar dele, e tratar de ter muitos filhos para ele ter primos para brincar.

Tay deu um lindo sorriso dessa vez, derretendo meu coração.

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(=•_•= )

Hey babies ღ Como vocês estão? O que acharam do final desse ciclo? Lembrando que MacTay ainda não acabou ღ

Vou colocar um breve resumo caso alguém tenha ficado perdido:

ღ O pai da Sayuri é filho bastado do Tatsuo (Que o Kinn matou no livro do Dragon) então ele não poderia herdar  ''o trono'', para isso ele queria usar o Vegas, e ser colocado como conselheiro-chefe, que é a maior autoridade na Yakuza depois do ''Chefe''.

ღ Sayuri foi manipulada pelos pais: ou ela conseguia dormir com o Vegas para ele ''ter'' que casar com ela, ou ela casaria com uma pessoa muito ruim (casamento arranjado)

ღ Sayuri e Vegas foram drogados ao mesmo tempo, logo, a Sayuri não teve nada vê com isso.

ღ Vegas ama incondicionalmente Saint, assim como ama Phayu e Syn 

ღ Dragon ficou bem após o tiro.

ღ Sayuri significa '' pequeno lírio'', por isso vocês podem notar que muitas vezes ela é chamada de pequena Sayuri. 

ღ É ISSO MEUS PRECIOSOS BEBÊS ღ

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora