Capítulo 12

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Pov' Tay

O abraço de Macau era um lugar onde eu poderia me perder e confessar todos os meus pecados. Confesso que senti um frio no estomago e meu mundo deu vários voltas quando nossas respirações se misturaram. Não pude deixar de me sentir aliviado quando ele me soltou. Tivemos um abreve conversa, mas parecia que estávamos conversando a horas. Tudo aquilo estava mexendo demais comigo.

Do nada ele me perguntou se eu bebia e quando afirmei ele me puxou para fora do quarto, como se estivesse desesperado para fugir. Para falar a verdade eu também estava, aquela sensação estranha que senti quando ele me puxou para a cama ainda assombrava cada pedacinho sensível do meu corpo e, eu estava a um passo de agarra-lo ali mesmo.

*Agarrar Macau? Impossível! Ele é só o primo do meu melhor amigo, nada além disso*

Nós seguimos para adega e ficamos lá ate os raios do sol bateram nos vidros coloridos da parede, os reflexos deles chegaram ao rosto esculpido de Macau e eu admirei como os olhos dele brilhavam sob aquela luz.

— Você esta diferente — falei com a voz lenta, pelo efeito da bebida.

— Diferente como?

— Não sei dizer... Mais... Sombrio? Não, não é isso.

Ele deu risada e encheu meu copo.

— Beba mais, talvez você ache a palavra.

Eu virei mais algumas taças de vinho e quando me senti mole encostei a cabeça no ombro dele.

— Nunca imaginei que te veria novamente — falei de repente — quando você voltou pela primeira vez eu achei que você ia ficar para sempre, mas você estava tão infeliz... quando você sumiu de novo eu achei que nunca mais te veria. Nós te procuramos por muito tempo, principalmente Vegas, seu irmão nunca desistiu de te encontrar. Ele contratou varias equipes de busca e, sempre que conseguia a noticia que você estava vivo os olhos dele brilhavam.

— Por que você esta me contando isso?

— Porque eu quero te pedir pra nunca mais sumir assim, todos estavam preocupados e com saudades.

— Isso inclui você? — ele perguntou segurando meu rosto e se aproximando.

No momento em que eu ia responder meu celular vibrou.

Gun Phanish:
° preciso dos documentos essa semana
se eu não entrega-los, eles vão me matar
e matar meu irmão.

Quando terminei de ler a mensagem levantei com pressa, sentindo o efeito do álcool sobre mim, mas, o que mais me deixou tonto não foi isso, e sim a informação de que Gun tinha um irmão. Nós nos conhecíamos a muitos anos e ele nunca disse que tinha um irmão, pelo contrario, ele disse que era sozinho no mundo.

Meu coração acelerou quando vi que Macau estava me encarando, esperando alguma resposta do porque eu tinha me levantado daquele jeito. Eu não podia fazer aquilo; não podia beijar Macau e nem trair a família que me sempre me acolheu, mas, agora Gun estava em perigo real e meu coração doeu um pouquinho ao imaginar como seria minha vida sem ele.

Deixei Macau para trás e corri para meu quarto, precisava pensar no que eu iria fazer e, precisava estar longe da pessoa que nublou meus pensamentos de uma hora para a outra. Arrumei minha mala com calma e respirei fundo algumas vezes antes de digitar uma mensagem para Gun, avisando que estava voltando para Bangkok e que chegaria em algumas horas.

Quando estava prestes a sair do quarto Macau entrou.

— Onde você vai?

— Estou voltando para Bangkok

— Por que a pressa?

— Eu... Eu tenho uma coisa importante para resolver. Minha família precisa de mim para assinar uns documentos.

— Eu vou com você!

— NÃO PRECISA! — gritei um pouco mais alto que o necessário — Não precisa, obrigado.

— Eu insisto. Tenho que resolver algumas coisas também.

Se ele estivesse na segunda casa, seria impossível eu entrar no escritório novamente sem levantar suspeitas. Ainda não sabia se eu ia ter coragem ou não de fazer aquilo, primeiro precisava confirmar de que ninguém dos Theerapanyakul's se machucaria.

— Já comprei as passagens — Macau falou me tirando dos meus pensamentos. 

— O que? 

— Já comprei as passagens, viajaremos ás 14:00 

Fiquei completamente sem reação outra vez e só pisquei quando a porta do meu quarto foi fechada. 

— O que eu vou fazer, meu Deus? Será que é tarde demais para me matar? assim essa merda toda acaba logo!... aah, o que eu estou dizendo?

Suspirei alto e me joguei na cama, pensando em todos os motivos para continuar vivo, estranhamente não achei nenhum. Nem mesmo pensar em meus melhores amigos ajudava, ate porque eu estava a um passo de trai-los. Gun realmente vale a pena? Porque estou pensando tanto? Será que mais uma vez estou agindo como um dependente emocional? que não sabe viver sem ter alguém ao lado?

— Por que eu sou assim? — perguntei em voz alta.

...

Horas depois, Tailândia...

Consegui fugir de Macau rapidamente, e assim que estacionei o carro na minha garagem o pânico me tomou como sempre acontecia depois da ultima vez que peguei Time me traindo; Minhas mãos tremeram e eu paralisei por alguns segundos, com o medo de entrar e ver aquela mesma cena. Mesmo que eu soubesse que era impossível, meu subconsciente ainda lutava com aquilo e, no fim eu acabo fugindo de lá minutos depois de entrar. Eu não entendo porque ainda não me mudei, mesmo com todos esses anos que passou, acho que sou apegado demais a ela e aos momentos bons que vivi ali dentro. 

Andei ate o meu quarto e deixei minha mala lá antes de ir tomar banho, depois que sai do banheiro peguei meu celular e liguei para Gun para marcar um encontro com ele. Me arrumei da melhor maneira que consegui e sequei meu cabelo rapidinho para não me atrasar. 

Quando cheguei na casa de Gun, vi que tudo estava silencioso e que não havia ninguém lá, achei aquilo estranho, porque aquele lugar sempre estava lotado de gente entrando e saindo. Estacionei o carro de qualquer jeito e corri para a entrada, mas, antes que pudesse abrir a porta uma mão forte pressionou algo em meu rosto e eu desmaiei.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora