Capítulo 8

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TESSA

Vincent teria me matado se pudesse. Com uma caneta ou com o grampeador da sua mesa, eu quase achei que ele faria isso depois de me ouvir falar sobre as suas perguntas que eram ridículas e desinteressantes, mas quando soube que Bryce desistiria ele não disse mais nada a não ser.

— vê se não faz merda Cooper, essa entrevista vai passar por mim antes de ser publicada — comemorei internamente, gritos internos e pulinhos internos. Nesse mesmo dia eu liguei para Bryce feliz da vida e marcamos a entrevista novamente na sua casa e eu fui até lá saltitante e com as minhas perguntas na mão que já estavam no papel a muito tempo.

— oi, entra aí — Bryce quem atendeu a porta e me deu espaço pra passar, agradeci com um sorriso e fui direto pra sala encontrando Liam, Richie e Logan gritando e vidrados na TV jogando vídeo game, tão vidrados que não me viram — os babacas tomaram toda a sala, mas podemos subir pro meu quarto — ok, entrar no quarto dele, tá tudo bem Tessa relaxa é só um quarto.

— tá bom — agarrei a alça da minha bolsa e segui ele pela escada, ele abriu a primeira porta da direita e deixou que eu entrasse primeiro, senti meu ventre contrair só pelo cheiro que tinha dentro do cômodo, vi o espelho do banheiro ainda esfumaçado e olhei de relance que Bryce tinha os cabelos molhados, o cheiro do sabonete era muito bom e se misturou com um perfume bem masculino, era simplesmente intimidador — seu quarto é ótimo — disse distraída olhando sua cama grande com lençóis brancos, o chão de carpete, uma parede só de troféus, e uma mesa de estudos com uma estante de livros embutida.

— é meu lugar preferido — sorri e observei as janelas todas abertas com cortinas leves e brancas que deixavam o ambiente fresco e aconchegante — pode se sentar aqui, ou na cama se preferir — apontou pra cadeira preta de rodinhas e eu concordei jogando a minha mochila na mesa e retirando as minhas coisas de dentro.

— perguntas novas — balancei a folha sorrindo e entreguei pra ele animada — o que acha?.

— eu sabia, se não viesse de você eu não faria — sorriu parecendo satisfeito e eu me animei sentando com o gravador na cadeira perto do colchão onde ele estava sentado. com o tempo passando o quarto deixou de ser um local fresco pra muito abafado pra mim, Bryce parecia tranquilo e confortável na própria cama me encarando enquanto o gravador captava a sua resposta na minha sexta pergunta, e ficou mais difícil de respirar quando eu me dei conta de que ele iria me encarar o tempo todo, eu desviava os olhos pra minha folha mas ele não se importava em me encarar e parecia achar engraçado, senti o calor subindo a minha espinha e balancei os pés tentando ficar tranquila.

— como foi a sua infância? —  perguntei quase que irritada pelo calor que tinha me atingido.

— boa, era sempre eu e meu pai desde que a minha mãe foi embora — sorriu realmente contente e decidi não aprofundar a entrevista sobre a sua mãe já que ele não devia gostar de tocar no assunto — e você?.

— eu? — agradeci por não gaguejar e parecer ridícula.

— como foi a sua infância? — encarei ele de volta arqueando as sobrancelhas.

— normal — dei os ombros procurando outra pergunta que estivesse em ordem cronológica — eh, você morou aqui a vida toda?.

— sim nascido e criado, e você nasceu aonde? sei que não é daqui — quando essa conversa se tornou sobre mim?

— em Westville, cidade pequena — ele concordou — você quer dar uma pausa? — ofereci e ele negou, concordei coçando meu pescoço e afastei o cabelo.

— tá com calor? pode tirar seu moletom fica a vontade — ele me olhou com um olhar doce de que eu não devia me preocupar mas eu neguei mesmo assim.

— eu to bem, obrigada — todos os próximos segundos e minutos foram assim, eu perguntava ele respondia e devolvia a pergunta sem parar de me olhar, como se achasse engraçado ver que isso me deixava nervosa. quando acabamos eu respirei aliviada chamando a atenção dele — amanha eu te ligo pra marcamos, vou começar a digitar tudo hoje mas só foram umas 9 perguntas ainda tenho algumas — me levantei indo ate a minha bolsa e guardando as minhas coisas — ia ser legal se você  pudesse me dar uma foto sua quando criança, se você não  achar pessoal demais — me virei jogando a bolsa no ombro e seu olhar subiu ate o meu sendo pego no flagra, mas ele sequer se importou de ser pego olhando a minha bunda, ele só sorriu.

— tá bom, eu te trago a foto amanha — levantou se espreguiçando — te acompanho — aceitei sorrindo e descemos em silencio ate a porta da frente que ele abriu pra mim — posso te deixar em casa, se você esperar que eu me troque.

— não, não precisa, eu ate prefiro ir andando e aproveitar a tarde, mas obrigada você é um fofo — já de costas pra ele fiz uma careta "fofo?".

— ate amanha — senti que ele ria pelo tom da sua voz e não me virei pra rir, segurando meu próprio sorriso idiota ate estar bem longe da casa dele, e foi assim que eu respirei novamente prendendo o cabelo, Deus me livre de mais uma rodada de um lugar apertado e sozinha com Bryce aceitando essa carona. atravessando a porta de casa estava tudo silencioso, Heather devia estar com a banda e Casey no rinque, subi as escadas indo direto pro meu quarto e separei tudo que eu ia precisar pra digitar o rascunho da entrevista do Bryce, arranquei os tênis e puxei o meu moletom pela cabeça doida por um banho, agora de meia, calça e camisa eu me olhei no espelho, deitei a cabeça pro lado olhando as minhas pernas e virei de costas olhando a minha bunda, me sinto feliz e satisfeita com ela e acabo rido pelo nariz pensando que é algo que possa chamar atenção ate de alguém como o Bryce, me virei de frente novamente e soltei o cabelo, jogando ele pro lado como Casey tinha me ensinado, retirei os óculos de armação clara e me olhei fazendo algumas poses, levei as mãos ate os meus seios e suspirei.

— por que tão pequenos em? — tudo bem, assumo que as minhas roupas me ajudam bastante em esconder esses mini queridos desde que uma garota da aula de economia comentou sobre eu precisar de silicone, e eu sabia que garotos preferiam as loiras com peitões e deve ser um dos motivos pra que eu não tenha chamado a atenção de ninguém — você não se importa com isso Tessa, esquece  — conversei mais uma vez com meu reflexo com a voz firme e peguei a minha toalha indo pro chuveiro.

Meu pecado - amores improváveis #3Onde histórias criam vida. Descubra agora