Meu pecado - amores improváveis #3

Capítulo 38

TESSA

Fechei o zíper da mala com o coração na boca, minha barriga começou a doer só de imaginar como seria essa viagem, mas diferente de mim as meninas estavam achando fofo o Bryce estar indo conhecer os meus pais, elas só não sabiam ainda a parte feia da história.

— vocês sabem que são minhas melhores amigas né? — senti meu coração nostálgico, sempre ficava assim quando tinha que voltar a minha antiga vida e deixar essa vida que eu construí aqui, onde eu me sinto segura.

— sim nós sabemos, por ser sua melhor amiga eu conheço você e sei que não está feliz — Heather se apoiou no batente da porta do meu quarto e me olhou.

— você fica assim sempre que vai ver os seus pais e tudo bem não contar o motivo, eu só espero que o Bryce faça tudo ser menos pior — Casey falou enquanto sentava do meu lado e abraçava meus ombros.

— ele com certeza vai — sorrimos juntas e demos um pulo quando ouvi a buzina tocar lá fora — ele chegou — saltei da cama pegando minha mala e descemos até a sala.

— qualquer coisa me liga, e salvamos você — Heather avisou e nós 3 nos olhamos antes de nos abraçarmos. Com a mala na mão encontrei o Bryce encostado em seu carrão usando óculos escuros, tudo nele gritando "eu sou rico".

— parece que você acabou de sair de um comercial de carro conversível — ele sorriu dando dois passos e pegando a minha mala como se não pesasse nada.

— isso quer dizer que eu estou gostoso? — levantou os óculos e avançou beijando meus lábios — tudo pronto? — concordei e ele piscou indo guardar minha mala. O rádio tocava The Neighbourhood enquanto Bryce dirigia totalmente relaxado e batucava os dedos no volante, olhei pra toda aquela calma dele tentando aspirar um pouco pra mim — eles sabem que eu estou indo? — me pegou no flagra espiando ele.

— eu deixei uma mensagem — apertei os lábios com a cara que ele me olhou.

— tudo bem então, vamos torcer pra me deixaram pelo menos dormir no sofá — claro que deixariam, se é que já não prepararam o quarto de hóspedes depois que souberam de quem ele é filho — no que você está pensando baby?.

— você vai ouvir muitas coisas sobre mim, e sinceramente eu tô com medo — essa era uma das muitas angústias do dia.

— eu te conheço Tessa, nenhuma mentira vai me afetar e eu não vou deixar ninguém falar nada sobre você na minha frente — segurou a minha mão enlaçando nossos dedos e eu sorri encostando a cabeça no banco.

— você é fofo, e essa palavra não combina com você — brinquei arrancando uma careta de indignação dele.

— não me chama de fofo vai destruir minha reputação, me chama de gostoso — gargalhei batendo no seu peito e levei sua mão até o meu rosto sem perceber beijando o nó dos seus dedos, Bryce sorriu e puxou minha mão levando até os próprios lábios e dando um beijo estalado.

Depois de 40 minutos na estrada passamos pela placa "Bem vindo a Westville, três mil e duzentos habitantes", ainda segurava a mão de Bryce enquanto dava as coordenadas da casa dos meus pais e senti um bolo no estômago quando passamos em frente à igreja, e duas ruas depois consegui ver a casa amarela de Jimmy e sua família de longe, desviei o olhar e encarei a pista até chegarmos na rua certa.

— é aquela com a bandeira dos Estados Unidos — olhei pra ele que concordou e eu já me livrei do cinto enquanto ele estacionava, encarei a casa mais uma vez antes de descer do carro, e enquanto Bryce pegava as malas ouvi a porta da frente sendo aberta. a primeira pessoa a sair foi minha mãe, ela estava com o olhar meio abalado mas sorriu quando me viu, fiquei paralisada enquanto ela descia os degraus da varanda e sentia Bryce parado ao meu lado.

— olá Tessa — sua voz saiu muito baixa e eu abracei sua cintura adiantando nosso abraço, eu não conseguia não sentir saudades da minha mãe.

— oi mãe — me afastei me sentindo ficar emotiva — mãe esse é o Bryce, e essa é minha mãe Anna — Bryce sorriu normalmente sem mostrar os dentes e apertou a mão dela sendo muito educado.

— é um prazer conhecê-la senhora Cooper — tirou os óculos de sol e vi que minha mãe ficou impressionada, talvez por ele ser lindo.

— digo o mesmo querido, vamos entrar? seu pai está na sala de estar — sorriu pra mim e tocou meu ombro me guiando pra dentro enquanto Bryce e eu carregávamos as malas, deixando-as no pé da escada eu já ouvia a TV ligada e dando mais alguns passos vi o perfil do meu pai perto da janela olhando para a nossa calçada — eles chegaram — ele se virou e meu estômago se embrulhou com o seu sorriso falso, o sorriso que ele costumava usar na frente das outras pessoas depois que me machucava em casa.

— como é bom ter você em casa — nos abraçamos e meu pai deixou um beijo na minha testa antes de se virar para o Bryce — me assusta conhecer o namorado da minha filha dessa maneira, não sei nem mesmo o seu nome rapaz.

— Bryce Holland, muito prazer senhor — Bryce esticou a mão firme e meu pai apertou sua mão, o aperto durou mais que o necessário e quando se soltaram os dedos do meu pai estavam brancos.

— arrumamos o quarto de hóspedes pra você, espero que goste — minha mãe assumiu a frente e finalmente saímos do lugar seguindo ela ate o andar de cima, joguei minha mala na minha cama e ouvi os passos deles no quarto ao lado do meu onde Bryce dormiria pelas próximas duas noites.