Capítulo 15

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BRYCE

Que grande bolo de merda. Algum estudante bebado simplesmente mandou essas fotos pros sites de fofoca em troca de uma comissãozinha e agora estou nessa situação ridícula de pedir para que Tessa entre nessa mentira comigo. E por que? começando que você ter uma namorada é tudo o que as marcas querem, um jogador que quebra ossos e uma garota bonita e amável, um clichê. E também tinha meu pai. Que ficou feliz e aliviado, acho que ele pensa que eu tenho um bloqueio depois que a minha mãe se mandou ou algo assim, o fato é que essa mentira veio a calhar, e se a Tessa topar vamos entrar nessa.

— cara, você viu o que postaram no Instagram de fofocas do campus? Uma foto sua cheirando o cabelo da Tessa ontem e estão falando pra todo canto que vocês estão juntos — Richie falou quase gritando e a risada ao mesmo tempo como se fosse a piada do século.

— qual a graça cara, você sabe que não estamos — infelizmente não daria pra mentir pros caras, convivemos todos os dias e eles me conhecem, e conhecem a Tessa.

— claro que sei, mas olhando a foto eu fiquei na dúvida — fez uma cara de pura malícia e eu empurrei ele passando na sua frente indo pro treino — espera porra.

Um treino pesado me salvou dos pensamentos que eu estava tendo, namoro falso com Tessa Copper? foi um péssimo jeito do destino aproximar a gente, como isso pode funcionar se provavelmente não vou poder beijar ela ou qualquer coisa do tipo, tudo bem que eu não disse nada sobre beijos. Mas eu gostaria.

— tá no mundo da lua Bryce — treinador gritou me tirando do transe.

— é essa notícia que mexeu com você? — Liam perguntou patinando do meu lado.

— não, eu tô legal cara — nos olhamos concordando e ele deu um toque no meu capacete antes de patinar pra longe. Secando o cabelo depois de uma ducha eu estava no vestiário já mais vazio e encontrei um jornal de hoje dentro de um armário, droga, estava tão distraído que o dia já estava acabando e eu ainda não tinha lido. Me sentei no banco e sorri vendo minha foto na capa e o nome de Tessa no rodapé. Fiquei impressionado com a escrita dela sendo que eu só respondi umas perguntas e ela consegue elaborar uma matéria toda só com isso. Me lembrei que ela estava doida pra me mostrar o jornal hoje de manhã e tomou um balde de água fria, e esse fato me levou a juntar minhas coisas e ir em direção ao prédio do jornal, lugar que eu nunca entrei. Empurrando uma porta azul adentrei uma sala com 3 mesas uma de frente pra outra uma sala separada com uma mesa maior, ouvi um barulho e encarei a mesa da esquerda vendo um rabo de cavalo pela metade enquanto a pessoa estava quase em baixo da mesa.

— Tessa? — ela se assustou e eu me assustei quando ela bateu a cabeça na tentativa de levantar rápido demais.

— que susto — se endireitou com mais cuidado e me olhou — o que está fazendo aqui? — levantei os braços me rendendo.

— venho em paz — puxei a cadeira da outra mesa e sentei do seu lado — acabei de ler o jornal, tá incrível — a garota finalmente respirou e relaxou me dando um sorriso.

— que bom que você gostou, foi um sucesso vendemos todos — soltou um suspiro alegre e se curvou desligando o monitor do computador — eu já estou quase de saída — disse enquanto fechava os cadernos e colocava as canetas de volta nos copos decorados.

— eu só vim dar os parabéns, e já que estou aqui, vamos vou te deixar em casa — levantei empurrando a cadeira de rodinhas.

— Bryce aquela conversa de hoje mais cedo, era sério? — ouvi ela perguntar enquanto eu estava de costas e me virei olhando em seus olhos.

— sim Tess, eu sei que parece loucura — ela arqueou as sobrancelhas.

— por quanto tempo faríamos isso? — perguntou dando a volta na sua mesa e parando na minha frente.

— o tempo que for, até o final do ano talvez — ela balançou a cabeça perdida em algum pensamento me deixando curioso — o que?.

— só estou pensando, hoje o dia foi completamente diferente do que sempre é, sem piadas na sala ou no campus, Vincent me elogiou e me deixou trabalhar sozinha, tudo isso por supostamente eu ser a sua namorada — a popularidade tinha mesmo o seu valor, isso pras pessoas e como o ar.

— isso poderia ser uma coisa boa, só de estarmos supostamente juntos você me ajuda e eu te ajudo — ofereci cruzando os braços no peito e olhei nos seus olhos, teríamos que decidir isso agora.

— você tem certeza? — perguntou imitando a minha pose.

— qual é, você seria a namorada perfeita — e ela seria mesmo. Linda, inteligente, gentil e de bom caráter.

— eu aceito — ergueu a mão pra mim esperando por um aperto formal me fazendo sorrir antes de esticar a mão e apertar a dela, balançamos as mãos juntos nos olhando e ela sorriu envergonhada — estamos namorando, que estranho dizer isso.

— eu gostei de dizer em voz alta — sorri e ela soltou a minha mão pegando sua mochila — eu te levo — peguei a bolsa azul das suas mãos e joguei nas costas.

— e como vamos fazer isso? — perguntou enquanto descíamos as escadas indo direto pro estacionamento à procura do meu carro.

— vamos ser um casal fofo, vou te deixar na sala, te levar um café, andar de mãos dadas, irmos juntos a umas festas, tudo que os casais geralmente fazem — ela deu um sorriso amarelo enquanto entrávamos no carro — e eu vou fazer tudo isso por que eu quero fazer, somos amigos certo, quero deixar você à vontade — tentei passar alguma confiança pra ela que concordou.

— ok conseguimos fazer isso funcionar, mãos dadas e festas — esse era o momento mais errado pra comentar sobre beijos e toques mais íntimos entre um casal, e por isso eu deixei pra uma outra hora e dirigi até a casa dela enquanto ela batia o pé no chão do carro e olhava a rua pela janela — um jantar com o seu pai, ai meu Deus, não sabemos quase nada um do outro.

— temos tempo, podemos sair no final de semana só você e eu, e conversarmos, somos amigos a um tempo mas nunca conversamos sobre a nossa vida pessoal um com o outro — lembrei esse fato e ela me lançou um sorriso engraçado.

— pra falar a verdade não éramos muito amigos, você quase não falava comigo — olhei pra ela incrédulo e balancei a cabeça focando no trânsito.

— eu falava sim, só tinha medo de você se assustar ou sei lá, sem ofensa Tess mas você parece ser pura demais pra muitas coisas — é o maior fato do mundo. Roupas fechadas até o pescoço, cabelo preso, fica vermelha quando escuta a palavra "sexo", não sai com ninguém, melhor ainda, não olha pra garoto nenhum.

— é você tem razão — suspirou com um pequeno sorriso nos lábios. Eu sei que ano passado havia um boato entre os nossos amigos sobre Tessa e eu, mas como algo assim iria acontecer, uma garota como ela e eu? Séria quase uma bomba caseira que deu errado.

— eu sempre enxerguei você e te digo que somos amigos — olhei pra ela que concordou — um sorriso — pedi e ela estalou a língua virando o rosto e sorrindo pra janela — chegamos — parei em frente a fraternidade e ela pegou a mochila com pressa.

— obrigada, nos vemos amanhã — saltou do carro e dei um sorriso de despedida.

— até amanhã baby — sorriu de volta andando enquanto procurava a chave na bolsa e tropeçou me fazendo sorrir enquanto assistia ela entrar em casa. Suspirei e joguei a cabeça no encosto do banco enquanto ligava o carro, e que comecem os jogos então.

Meu pecado - amores improváveis #3Onde histórias criam vida. Descubra agora