Capítulo 33

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BRYCE

me escorei no armário da cozinha bebendo uma cerveja sem álcool enquanto assistia Tessa conversar animada com a Suzy, eu mal ouvia o que eles falavam mas fiquei feliz por ela não estar com vergonha de conversar e estar tão a vontade. Observei os pés em um all star branco que balançavam em cima do banco, subi pelas pernas lisas que só de olhar minhas mãos formigavam, o vestido foi um bom presente confesso que me superei, só precisei de uma ligação e uma velha amiga do meu pai pegou o vestido da loja e ele foi customizado em poucas horas e aí está, os cabelos estavam ondulados hoje fazendo uma cascata nas suas costas e eu temia não conseguir parar de olhar pra ela.

— o chilli está queimando — meu pai sussurrou ao mesmo tempo em que me deu um soco na barriga e eu finalmente me mexi olhando feio pra ele — para de encarar, deixe a garota conversar e sai um pouco do pescoço dela.

— não estou no pescoço dela — resmunguei e empurrei o ombro dele desligando o fogão, calcei as luvas e levei a panela borbulhante pra mesa onde tudo estava organizado para montarmos nossos tacos — já podemos comer — meu pai e eu fizemos um high-five ridículo que sempre fizemos e ele foi na frente enquanto eu esperei Tessa sair do banco e chegar até mim — está com fome? quantas dessa você bebeu? — circulei sua cintura aliviado de finalmente tocar nela.

— sim estou com fome, e sobre o vinho só tomei 2 taças e é o meu limite — deixou a taça em cima da pia e me puxou pela mão até a sala, se sentou em frente a Suzy na mesa cumprida e me sentei ao seu lado dando um selinho nela que me repreendeu acertando um tapa no meu peito — Bryce — meu nome soou engraçado com a sua voz de brava e todos deram uma risada.

— podem se beijar, não ligamos — Suzy piscou ganhando um beijo do meu pai e eu ri apertando o topo do nariz.

— não liga pra eles — apertei seu joelho — vamos comer — montamos os tacos enquanto meu velho tagarelava e bom, ficou uma delícia. Depois de todo mundo ter comido sem parar Tessa e eu tiramos a mesa enquanto os adultos foram pra sala ouvir música.

— não foi nada do que eu pensei — Tessa  sussurrou pra mim enquanto carregávamos os pratos até a lava louças.

— eu disse que seria tranquilo — pisquei fazendo ela sorrir, fechei a lava louças e me virei pra ela segurando sua mão — quer conhecer a casa? — arqueou as sobrancelhas.

— você ainda pergunta? Claro que eu quero — andamos até a escada e eu avisei que mostraria tudo pra ela e eles só acenaram com as mãos e continuaram abraçados enquanto dançavam uma música de disco — eles são tão fofos — ela apertou minha mão enquanto me seguia escada acima.

— são sim, ele gosta dela — eu até que comecei a torcer pra que o meu pai e a Suzy dessem certo, ela seria uma boa pessoa pra permanecer do lado dele — esse corredor ficam os quartos de visita, no da esquerda fica o do meu pai e o meu, quando eu venho pra cá as vezes nas férias, ali na frente é a academia e a sala de cinema — abriu a boca quando ouviu sala de cinema e me puxou em direção a gigante porta de correr.

— você tem isso aqui e prefere ver filme no sofá da fraternidade? — soltou minha mão e abri a porta pra que ela entrasse — Jesus Cristo, tô até arrepiada — levantou o braço na altura dos meus olhos me fazendo rir e andou entre os sofás pretos que tinha em frente o telão — a gente pode por favor vir aqui um dia?.

— com certeza — o que ela iria pedir e eu não iria fazer?.

— ok, quero ver o seu quarto — me cutucou saindo do cômodo e andamos pelo corredor lado a lado — então você nunca trouxe uma garota aqui? — colocou as duas mãos nas costas andando despreocupada.

— não — sorriu divertida e parou em frente à porta do meu quarto.

— pelo menos sou a sua primeira em alguma coisa — brincou me arrancando uma risada e abri a porta deixando ela entrar e explorar o meu canto, não era muito diferente do quarto na fraternidade, só era maior — tem uma banheira em frente a cama? É quase como um motel — andou até a cama e apontou pro banheiro que era totalmente aberto pro resto do cômodo.

— eu não precisava de uma parede, ninguém estaria na minha cama pra me ver pelado — era verdade, e eu podia tomar banho assistindo a tv.

— interessante — a palavra brincou na sua língua e eu segurei o sorriso me aproximando dela e enlaçando sua cintura.

— Aposto que gostaria de assistir — ela arqueou as sobrancelhas pra mim.

— talvez — arriscou continuar a provocação e ficou com as bochechas vermelhas e um sorriso lindo no rosto, beijei seu pescoço e sorri quando seus braços vieram pros meus ombros — vamos descer antes que pensem que estamos fazendo alguma coisa.

— eles não estão pensando nada — ergui a cabeça pra olhar pra ela — não ficamos juntos hoje, eu não te dei um beijo — Tessa sorriu segurando no meu rosto.

— é tão fácil esquecer que não estamos juntos de verdade — sussurrou pertinho de mim e eu apertei sua cintura sentindo meu estômago dobrar, isso ainda importa? Mesmo agora que já demos alguns passos esse trato ainda tá de pé?.

— é mesmo — foi tudo o que eu respondi, mesmo com a cabeça girando em pensamentos eu só disse essas duas palavras.

— a gente devia descer — coçou a nuca dando um sinal de que estava nervosa e eu concordei beijando seu cabelo e guiando ela até o andar de baixo.

— eles voltaram, vamos cortar a torta — Suzy bateu palmas alegres e correu até a cozinha buscando uma bela torta de morango toda decorada — sentem, vou servir vocês e vamos papear — Ocupamos um sofá enquanto meu pai ainda rodopiava pela sala ouvindo as músicas mais chatas do mundo, olhei pra Tessa que sorria da cena mas as suas mãos estavam enlaçadas no próprio colo mostrando pra mim que ela não estava tranquila, não depois da nossa conversa.

Meu pecado - amores improváveis #3Onde histórias criam vida. Descubra agora